Declaração do Papa sobre os Gays e
suas capacidades esconde pontos fundamentais, mas não surpreende a comunidade
religiosa que se pauta pela Bíblia. Cristão e discriminação, preconceito e
intolerância, não combina. Mas o tema
não se encerra pelo reconhecimento dos gays, por sua humanidade, importância e
valor como pessoas.
A profundidade desse tema e seu posicionamento é mais um
fator que provoca rupturas sob o ponto de vista religioso quando posições
pontuais são tomadas. É preciso cuidado com o "equilíbrio ao
extremo." O interesse da Igreja não deve se pautar apenas no acolhimento
como sugeriu o Papa Francisco. Acolher é o primeiro passo. À igreja cabe o
ensinamento e doutrinamento a respeito de princípios pelos quais a igreja foi
instituída e a reafirmação de seu papel no mundo. Não cabe à igreja julgar e
condenar, a ela é dada a responsabilidade de ensinar e ajudar pessoas a
encontrarem o caminho.
É possível que o acolhimento aos
homossexuais na igreja, não mude os valores da igreja até o ponto em que, sem
se omitir, seja influência positiva para
auxiliar na mudança de comportamento e estilo de vida. Aliás, é papel de uma
entidade cristã acolher a todos sem fazer acepção de pessoas. Porém, a igreja
não existe apenas para administrar o número de fieis ou arrebanhar pessoas para
pertencerem a um grupo que se distingue como representação de Deus.
A sociedade sofre, por outro lado,
com um ativismo sem precedentes, cujo objetivo é tornar as relações
homossexuais como um novo modelo de família. Isso tem estremecido a sociedade, principalmente pelo apoio que a ideia vem recebendo pelo poder público. Sob esse ponto de vista, há uma
extrapolação dos limites do bom senso, da dignidade, do direito à privacidade, e do respeito ao conceito
básico do qual a igreja, como representação legítima de família, pois pela família é formada, deve zelar para que esses valores sejam resguardados
das influências modernas da prática homossexual, exacerbadamente apoiada pelas
mídias fomentando um enfrentamento agressivo contra os de opiniões adversas.
A Igreja não deve, com isso, se
curvar às pressões dessas campanhas que tem objetivos pontuais para
desconstruir o formato tradicional de família.
No campo religioso é preciso cuidado
para que as imposições seculares não "contaminem" os propósitos e os ideais cristãos.
Se a Igreja não servir como um ponto
em que se aprende o caminho para a mudança de vida em todos os aspectos da
conversão, ela deixa de cumprir o seu papel no mundo. No momento em que a
Igreja, intimidada, adotar um tom moderado em seu discurso, sob a pretensão de tornar-se
popular e aceitável, ela pode estar pecando em seu propósito e finalidade que justificam
sua existência.
É possível que o tema da
homossexualidade não se esgote apenas sob o ponto de vista comportamental –
pois alguns estudos apontam fatores diversos para essa questão – mas não é
difícil entender que as mudanças sociais, os comportamentos adotados, a
convivência com o meio, a degradação da saúde física por diversos fatores, tem causado desordens de toda sorte. Os
cristãos entendem que o pecado original trouxe uma deformidade na natureza,
desde as plantas até os animais, interferindo em seu comportamento e
tem afetado a vida das pessoas em todas as esferas de atuação humana, desde sua percepção de si mesmo e seu
autoconhecimento, que poderia levá-lo à busca da regeneração ou do entendimento
do que lhe ocorre. Mas diante disso há muitos que preferem desenvolver mecanismos de defesa para seus atos. (Gen. 3:17). O que deve ser destacado
nesse caso específico é a promiscuidade, a depravação moral “A
prostituição, a impureza e o apetite desordenado” – que tem levado o
mundo à ruína atualmente, foram os mesmos comportamentos que destruíram a
cidade de Sodoma, em que a promiscuidade era uma prática comum.
A igreja não pode omitir essa informação. “A ira de Deus vai se manifestar, também por essas práticas.”
“Mortificai,
pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, a
afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria; Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência;Nas quais, também, em
outro tempo andastes, quando vivíeis nelas.Mas agora, despojai-vos
também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras
torpes da vossa boca.9 Não mintais uns aos
outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos,10 E vos vestistes do novo,
que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;11 Onde não há grego, nem
judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas
Cristo é tudo em todos”. (Colossenses
3: 2 – 5).
A igreja jamais deverá omitir-se do
papel de instrutora, para que através do entendimento seja despertado o desejo
de novidade de vida de todos, sem distinção, sob qualquer ponto de vista. Deus
é um em todos quando todos tornarem-se um com Ele. Assim não haverá diferença. O papel da Igreja é conduzir pessoas à Cristo. E diante dEle a vida tem real sentido. Tudo novo se faz. Quem mata deixa de matar; quem rouba deixa de roubar; quem se prostitui, deixa de se prostituir. Em Cristo se concretiza a verdadeira conversão. E a Igreja jamais deixará de cumprir seu papel.
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