Os debates eleitorais parecem não
ser producente no sentido de esclarecer o eleitor sobre as propostas dos
candidatos. O que se percebe, por um lado, é ataque pessoal, que obviamente,
gera o contra-ataque. É perceptível que cada um dos candidatos a presidência
coloca-se como o mais preparado para ocupar o cargo máximo da nação, porém, não
fica claro o porquê dessa afirmativa, pois tem vindo à tona uma série de
denúncias escandalosas envolvendo o
governo central, que o Governo Federal não considera bom num período eleitoral.
O candidato Aécio Neves acusa a presidente Dilma de mentir a respeito de sua
administração enquanto governador no Estado de Minas Gerais. São mentiras,
verdades, meias verdades, que de fato é mentira maquiada, mas é importante
levar em consideração informações paralelas que são passadas não pelos
candidatos oficiais, mas o que se divulga, não pela mídia oficial, mas por
parlamentares que temem o rumo que o país está tomando com o governo do PT em
sua ambição pelo poder, criando mecanismos para sua perpetuação – neste caso
cita-se o aparelhamento do Estado; o uso político das instituições públicas. O
episódio dos Correios nas eleições é um outro elemento chave que aponta o modo petista
de administrar. A presidente candidata ao falar sobre a denúncia, disse que era
um absurdo na tentativa de desacreditar o fato. A jornalistas
no palácio do Planalto, a presidente foi enfática: “Vocês são jornalistas? Vocês acreditam nisso que estão mostrando?”.
Finalmente a presidente, irritada, disse que o país vive um momento delicado no
período eleitoral. “É uma situação delicada, pô” - finalizou, deixando o local.
Dilma vem enfrentando ataques
diretos por causa desses episódios que certamente causa uma perturbação em
período eleitoral. Mas este é um momento em que a verdade precisa aparecer,
independentemente das acusações que o governo faz, considerando ser um “golpe”
contra o PT. Até que ponto isso é verdade, ou serve apenas de argumento para trazer
dúvidas à população, desviando-se das acusações, usando a mesma tática:
acusando de volta."Se você me bater, eu te bato também." Aliás, no âmbito da disputa pelo poder, o estilingue vem de dentro. Todos tem telhado de vidro.
No recente debate, Aécio Neves
foi duro com a candidata à reeleição, acusando-a de mentir, de omitir
informações; acusou-a de “olhar para o retrovisor” e não apresentar suas
propostas de mudança para o país, preferindo fazer ataques à ele e sua família.
A maneira agressiva de Aécio irritou o ex-presidente Lula que em discurso disse
que o candidato tem sido ignorante com a Dilma e disparou, usando a tática de
sempre: “Se ele trata assim uma mulher, imagine o que fará ao encontrar-se com
um pobre.” É mais uma retórica na tentativa de colocar os pobres contra o
candidato, mas no fundo não é bem assim. O comentário não tem profundidade.
Durante entrevista após o debate
do SBT a candidata respondia à repórter da emissora sobre sua impressão sobre aquele
momento. No meio da resposta, Dilma se desconcentrou tropeçando nas palavras. A repórter
sugeriu que a presidente estava se sentindo mal ao perguntar: “A senhora está
se sentindo mal?” – no momento em que a candidata tentava continuar sua fala.
Dilma aproveitou a deixa e disse: “Sim, estou me sentindo mal. É que a pressão
caiu” – quando uma cadeira foi providenciada para ela sentar-se. Mas como acreditar que a pressão da presidente caiu, se não foi aferida por um enfermeiro? A candidata parecia tentar livrar-se da pressão do momento, depois de se perder nas palavras e organizar as ideias. Alguns
não acreditam que Dilma passou mal, considerando que foi uma maneira de ela não
chamar tanta atenção para o seu despreparo para falar sobre temas dos quais um
presidente da República deveria ter em mente, na ponta da língua,
independentemente da pergunta feita. Se é vergonhoso ou não, é questão de ponto de vista. “O mal estar” de Dilma chamou
atenção para ela, para sua saúde, não pelo que tentava dizer na entrevista. Para os eleitores mais simples, o episódio pode gerar um apelo emocional considerável, e atribuir a "culpa" ao candidato Aécio pela dureza com a qual tratou a presidente. Mas havemos de convir que "tripudiar" sobre alguém que disse ter passado mal, não é um ato de humanidade. Mas, durante a disputa no primeiro turno, a presidente não foi nada gentil com Marina Silva, insinuando que a candidata era fraca para ser Presidente da República porque chorou ao ser atacada por Lula.
Assessores e marqueteiros a
socorreram trazendo-lhe barra de cereal e doces, dizendo que a candidata ficou o dia
todo sem comer. Não é aceitável num dia tão importante, em momentos antecedentes
a um debate, permitir que a presidente fique sem comer. Se isso for verdade-
não apenas uma tentativa de mudar o foco do que supostamente os telespectadores
pensariam-, Não houve preparo.O que há de verdade é que os debates não tem
sido produtivos, a não ser para reproduzir o que todos já sabem pelos
noticiários.É só a ponta do iceberg. Enquanto se discute na superfície, os problemas graves do país continuam sem solução.
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