Ele olhava
as horas no relógio e caminhava apressadamente, tentando passar em meio a uma
multidão que acabava de desembarcar do trem na estação de sua cidade. Mas o
grande número de pessoas o impedia passar com facilidade. Com muita dificuldade
continuava até que a multidão foi se dispersando, e cada pessoa tomando sua
direção.
Cada indivíduo é uma vida, uma história! |
Ele estava preocupado com o horário de chegar em casa. Preocupado
porque havia algumas coisas para comprar para a sua ceia de natal. O pagamento atrasou.
E teve que esperar até o último instante para ter os recursos, os quais, já não
eram suficientes nem para suas despesas comuns. Mas, a ceia de Natal, não podia
passar em branco.
Ele trabalhava como servente e autônomo e, diferentemente de quem é
empregado, não tinha cesta de natal para ganhar, como muitas empresas oferecem
aos funcionários. Apressadamente, atravessando na frente dos carros, chegou ao
supermercado que estava lotado. Mas, alí na calçada, havia uma mulher com o
filho no colo. Ela, com uma receita médica na mão, abordava as pessoas pedindo dinheiro para
comprar o medicamento para o filho que chorava em seus braços.
Ele passou de
longe, tentando fugir do tumulto de última hora, e sequer olhou para aquela
mulher. Além do cansaço pelo esforço do trabalho, ele queria resolver logo o
que precisava, para assim continuar o caminho de volta para casa.
Em meio à multidão, você não é mais um: Você é único. |
Mas para a sua
surpresa, quando saía do supermercado, percebeu que aquela mulher era sua
esposa, que havia levado seu filhinho ao médico e precisava urgentemente do
medicamento. Ela não conseguiu medicar o filho no posto de saúde, pois o local
estava cheio e com atendimento precário. Ao deparar-se com a situação, ele entrou
em desespero. Não sabia o que fazer naquele momento. O pouco do dinheiro que
recebeu, havia gastado com algumas guloseimas especiais para que sua família
tivesse uma noite de natal com um pouco mais de fartura. Sabia que as outras
contas e despesas poderiam esperar até o fim da outra semana, quando receberia
novamente parte do salário.
Um pouco mais à frente, uma família estava com o carro estacionado,
e observava a cena de onde estava.
Prestou atenção em cada gesto do casal, e percebeu que eles estavam com
problemas. Foi então, que descendo do carro, uma mulher, de boa aparência e bem
vestida, se dispôs a ajudá-los. Ela fez o que se sentiu tocada a fazer naquele
momento. Ela foi até à farmácia e comprou o remédio para o filho daquele casal e, mais
ainda, levou aquela família em casa, dando a ela carinho, compreensão, e alguns
presentes para seus filhos. Cena como essa, pode acontecer frequentemente no
nosso dia a dia.
As vezes, preocupados com os nossos assuntos, nem notamos que
diante de nós, há pessoas sofrendo. Quão bom é sabermos também, que em meio a
multidão, há olhos que nos vêem, e mãos que vêm ao nosso encontro para prestar
socorro. Todos os dias temos a oportunidade de ser útil a alguém. De emprestar
nosso ombro, de ouvir sobre seus medos e anseios. Todos os dias, temos a
oportunidade de sermos um anjo para alguém. É só olhar um pouco à sua volta.
Faça isso, mesmo que a multidão, seguindo seu curso, não pare para olhar a quem
caiu à beira da estrada. Numa dessas, você pode estar ajudando um filho seu.
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