No
livro de Crônicas, encontramos explicitamente as condições que Deus propôs para
ouvir a oração do povo que se chama pelo seu nome. Como entender essa
exclusividade de um povo que chama para si a responsabilidade de representar a
Deus na terra?
A condição que Deus apresenta para derramar seu poder sobre nós,
primeiramente chama-nos à humilhação; depois oração; e conversão dos maus
caminhos. Toda oração sem esse propósito será vã.
Oração não deve ser apenas um hábito dos crentes Ela deve ter propósitos definidos. |
O
povo de Israel era tido como o povo da promessa e, por causa disso, Deus não retiraria
de sobre estes a responsabilidade de testemunhá-Lo, pregando o evangelho, começando
por Jerusalém, até os confins da terra.
Há
muito tempo, percebe-se o esforço daqueles que hoje se auto-denominam povo de Deus, enquanto grupo organizado
dentro de uma proposta real e verdadeira, segundo revelações proféticas. Planta-se muito; colhe-se pouco. Dispõem de
recursos e investimentos para fazer avançar o evangelho, contudo, chamando para
si a responsabilidade de convencer pessoas sobre a verdade eterna. Do alto de
seu poderio, ao concentrar riquezas em todos os aspectos que regem diversas áreas
da vida, tendem a utilizar sua
auto-suficiência, como algo extremamente satisfatório para chamarem a atenção
para suas propostas.
Sua pujança e fartura de conteúdos de caráter excepcional para sugerir mudança de vida, de comportamento, bem como orientações necessárias a seus fiéis para promover uma vida de comunhão íntima com Deus, a torna destaque diante de outros conceitos e propostas do mundo atual.
A riqueza traduz a sensação de auto-sufciência |
O
avanço deste evangelho tem ocorrido de maneira sazonal, limitada às
formalidades estruturais e organizacionais; um avanço orquestrado por grupos
celulares que precisam se multiplicar porta afora e alcançar os que ainda estão sedentos da
verdade que liberta. A tendência é
aceitar a estrutura conforme esses padrões definidos e limitados, que
entende-se como decisão sob a orientação divina.
Mas de maneira institucionalizada, dificilmente o evangelho será pregado, senão pela ação do Espírito Santo. Nenhuma organização politicamente formada, poderá convencer a outros de que foi eleita para representar Deus na terra, sem que seus frutos sejam de arrependimento, humilhação, oração e mudança de rumo.
Mas de maneira institucionalizada, dificilmente o evangelho será pregado, senão pela ação do Espírito Santo. Nenhuma organização politicamente formada, poderá convencer a outros de que foi eleita para representar Deus na terra, sem que seus frutos sejam de arrependimento, humilhação, oração e mudança de rumo.
Este
é o perigo da auto-suficiência, o mesmo que sofreu a igreja de Laodicéia, uma
das sete igrejas da Ásia, que dizia a respeito de si mesma: “rico sou, estou
enriquecido e de nada tenho falta”.
Suntuosas edificações, são marca do poderio econômico |
Mas não foi apenas isso que Deus teria levado em conta, em relação àquela igreja. Todas as obras positivas foram consideradas, mas acabou debruçando-se em suas qualidades, caindo na tentação de viver como se não precisasse abrir os olhos para "enxergar a vergonha de sua nudez e buscar em Deus o colírio".
A sensação de auto-suficiência tornou-se um risco para o afastamento de algo elementar para a igreja que chamou para si a responsabilidade de representar Deus na terra, contudo, negando o seu caráter. Por sua riqueza, tornou-se pobre e miserável espiritualmente.
O mesmo discurso de Crônicas, ganha destaque semelhante no conselho que foi dado ao anjo da Igreja de Laodicéia: “Humilhar; converter-se, voltando a praticar as boas obras”. (Apoc. 3:14)
Não creio que a condição para que a mudança seja operada poderá ser cumprida enquanto organização religiosa, seja a que estrutura ou facção pertença.
Assim certa vez Jesus orientou: “Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus; façam pois o que eles falam, mas não façam o que eles fazem”. (S.Mateus 23:12) A palavra de Deus sempre considerou teoria e prática. E essa cobrança era feita também aos que assumiam posições de destaque: "escribas e fariseus", que ocupavam funções importantes para conduzir o povo. "Cego guiando cego", neste caso, não no contexto que costumamos defender, sobre a questão de conhecimento doutrinário, mas em questão muito mais aprofundada que é a cegueira espiritual que não leva a reconhecermos o nosso estado de afastamento do amor e da justiça de Deus; a nossa dependência dEle para reconhecermos a nossa pequenez.
É preciso exaltar a Cristo em todas as nossas ações.
Ainda hoje, a mensagem para a igreja enquanto instituição organizada é a mesma: “aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo”. É a justiça de Deus que deve prevalecer, na unidade do Espírito.
Enquanto isso, valeria a palavra final, que desviou-se do anjo da igreja, direcionando-se aos indivíduos: “Quem tem ouvidos ouça o que o espírito diz às igrejas”.
Concentração de conhecimento respalda as teorias. |
A
partir daquele momento, essas palavras passaram a exercer um efeito extraordinário,
levando cada indivíduo a entender que, se o pastor, o anjo da igreja, responsável
por fazer cumprir a justiça e o amor de Deus, junto ao seu rebanho, estava prestes a ser “vomitado” por negligência,
despojados seriam todos os que virassem às
costas à orientação divina.
À igreja restou o alerta: "arrependa-te, e volte a praticar as boas obras".
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