Há muitos que sofrem ao parar diante do espelho e
mergulhar em seu próprio interior, após analisar seus traços externos. Para
alguns, a vida parece sem cor, sem brilho,
girando em torno de fantasias e imaginação e, isso, por alguns instantes,
torna-se combustível para sobreviver, por alguns momentos, fora de sua
realidade comum. É uma maneira pessoal de buscar um refúgio que venha diminuir os
sentimentos que apertam o coração. A sensação de baixa auto-estima e de
desajuste com o meio, se manifesta como sintoma desse vazio interior, cujo preenchimento não ocorrerá, sem que haja uma
auto análise do que está causando essas sensações. Seria necessário um exercício no sentido
contrário para que haja um equilíbrio consciente do que lhe ocorre, retomando o auto-controle. Mas todo esse sentimento é fruto do ensino que tivemos. No fundo, somos o que sempre fomos, desde que nascemos. Nossos sentimentos tem muito a ver com o que pensamos. Nossa não aceitação das condições que passamos a viver com o passar dos anos, e o desvio do enfrentamento das mudanças que ocorrem do lado de fora, faz com que nos tornemos cada vez mais insatisfeitos. Nada será aceitável exteriormente, se não nos aceitarmos por dentro. Se há alguma coisa para ser mudada, precisa começar na transformação da mentalidade. Essa " transformação" nos leva, na verdade, a um olhar e pensamento original, de raiz.
A aceitação é o primeiro passo para construirmos um novo olhar sobre a nossa vida. |
Quem foi que disse que não concordar com determinados comportamentos ou escolhas dos outros é preconceito?
Quem foi que disse que para passear na pracinha com o filho precisa ter dinheiro para comprar-lhe um sorvete? Essas questões acabam criando bloqueios em nossa vida, e acabamos sendo escravos desses pensamentos, muito mais ainda, quando são criadas regras que respaldem os costumes.
Deixamos de encontrar prazer na simplicidade, afogando-nos no mar da sofisticação aparente, quebrando-nos na praia da ilusão, e paralisamos nossa busca nas areias da frustração.
Vivemos em torno de sugestões, sem ao menos questionarmos se é assim mesmo que funciona, e se esses pensamentos tem razão em sua essência. Esses conceitos passam a ter valor para nós, quando o aceitamos da maneira como são transmitidos, tornando-se naturalmente compartilhado pelo senso comum. É difícil viver na contramão do pensamento coletivo, sem pagarmos o preço da auto-exclusão.
Para muitos, o que sustenta e dá motivação é o perseguir de um
sonho, projetar-se em coisas externas e sugestões do ambiente onde vivem. Passamos
a perseguir uma vida que consideramos melhor, por um conceito coletivo, e
tornamo-nos cansados e esgotados, muitas vezes por não alcançar os padrões que
nos impõem. Ao deparar-se diante de si mesmo, quantos percebem que os esforços
não tem valido a pena e continuam a busca frenética e viciosa, em vez de
aceitar a vida como ela é; buscar o auto
conhecimento e perceber seus dramas; encontrar o ponto em que esse “desequilíbrio”
começa, para assim, entender como reparar essa brecha. A manifestação externa
dos comportamentos e escolhas, ou estilo de vida que adotamos, bem como nossas
concepções e sentimentos, tem muito a ver com a “construção” do nosso
olhar a partir das exterioridades que penetram a alma e, afloram por meio das
nossas ações.
Muitos preferem viver imaginando o ideal, sem se dar
conta da realidade da própria vida. Debruçar-se sobre o ideal, transmite uma
falsa sensação de realização.
Certa vez ouvi a uma entrevista feita pelo
radialista Francisco Barbosa, da Super Rádio Tupi do Rio de Janeiro, que
perguntou a uma psicóloga que não me lembro o nome, o porquê do alto índice de
audiência dos realitye shows da televisão, mesmo recebendo inúmeras críticas
por sua “futilidade”. “É que as pessoas tentam esquecer de seus próprios problemas, buscando
lá fora, e até mesmo na vida dos outros uma válvula de escape” – respondeu ela.
As bancas estão cheias de revistas de fofocas;
de dicas de como um artista mantém a forma; o que comem, o que vestem, o que pensam. Há os
que passam a anular-se a si mesmos, deixando
de rever seus próprios conceitos, até mesmo diminuindo-se, desconsiderando-se,
levando a projetarem-se no outro. Passam a viver segundo os conceitos
sugestionados por alguma figura famosa, bem sucedida na vida sob seus pontos de
vista. E parece que isso, apenas isso satisfaz.
Ter o que dizer aos outros sobre assuntos do momento, é sentir-se parte. |
O simples fato de saber sobre a vida de alguém e ter
assunto para discutir com amigos parece
trazer algum alívio, uma sensação de satisfação, de aceitação, pois todos
passam a compartilhar de pensamentos comuns, sentindo-se parte da história. Discutir
um campeonato de futebol, por exemplo, e
falar sobre a vida alheia pode dar prazer e satisfação.
No apagar dos holofotes, a vida é real. O espelho da
alma não engana. É preciso assumir o nosso papel. É preciso rever o que está
gerando influência a ponto de nos roubar o controle de nossa vida. É por isso que
encarar a própria realidade torna muita gente
triste, abatida, sem motivação, pois se vêem pequenas demais diante do
brilho dos outros, em vez de buscar por
meio desse sentimento um outro olhar, assumir novas atitudes. Viver o
imaginário, as fantasias, pode trazer algum prazer por algum
instante. Em vez de buscar reparar as brechas dos motivos desse sofrimento
pela busca da auto afirmação, muitos escondem-se por trás de suas máscaras, mesmo
que imaginárias, que no fundo, só
alimentam a dor e a angústia e arrastam seus problemas pela vida, ainda que
tendo diante de si várias possibilidades de mudança.
Somos escravizados pelos padrões criados por uma sociedade consumista. |
A vida sem Deus é como um vapor. É como a flor que
desabrocha pela manhã e murcha à tarde. O sentido da vida não pode ser encontrado
em coisas passageiras. Consulte o seu coração e reveja a sua vida; as decisões que
você precisa tomar para mudar o seu rumo.
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