O rapaz vinha “arrastando” seu pai, cujo braço arranhado
pela queda que sofrera, firmava-se em volta de seu pescoço. Não conseguia
trocar os passos. Literalmente era arrastado pela rua pelo próprio filho, que,
com muita dificuldade, fazia de tudo para manter o pai em pé.
Ele era o mais novo de dois irmãos. A família já havia
desistido de ajudar o pai, dependente alcoólico. Se a teoria que sugere aos filhos seguir o
exemplo dos pais fosse praticada, esse jovem também seria um alcoólatra. Mas nunca bebeu. Não se sabe o porquê. Se pelo sofrimento que via
no pai toda vez que ele bebia; ou por não querer passar pelos mesmos constrangimentos
do pai ao cair na sarjeta. Podemos levantar várias hipóteses sobre o porquê
daquele jovem não fazer o mesmo que o pai fazia, pelo contrário, tornando-se uma
mão companheira para ajudá-lo no momento em que todos da família já haviam
desistido daquele homem.
A lei social penal jamais julgará a consciência. |
Certa vez perguntaram a ele: - Isso não te cansa? Por que
você insiste em ajudar seu pai, se ele nem se esforça para deixar a bebida? O
rapaz deu uma resposta simples e surpreendente: - Eu o ajudo, porque ele é meu
pai.
Seria até relevante, se disséssemos que o menino se
esforçou demais para ajudar ao pai e, se
levarmos para o lado do pensamento coletivo, poderíamos até considerar que esse
menino não teria obrigação nenhuma de fazer pelo pai o que fazia e, como diz a
regra, - os pais é que tem obrigação de amparar os filhos, ensiná-los e educá-los.
É bem verdade, que essa reflexão não é condescendente quanto ao que chamamos de
irresponsabilidade de certos pais a não cumprirem com seu papel. Mas é um
olhar, que nos faz refletir, que nem tudo é como o que esperamos que seja.
A vida da gente não é como um cálculo matemático, mesmo
havendo a lei das probabilidades. Aprendemos a tratar as coisas por “atacado”
e pouco valorizamos as ações que fazem a diferença, no “varejo”. O que de fato deveria ser a regra,
torna-se exceção, exatamente pela
supervalorização que damos ao que ocorre em grande escala e, que, nem sempre,
representa o amor, a solidariedade e a justiça.
Assim funciona em todos os aspectos da vida. O ensino que
recebemos tem um “quê “ de ditatorial, até mesmo sob o pretexto
positivo, de que as regras são inquestionáveis, e alguns julgam até que não
aprendemos ainda sobre a liberdade, e que, por isso, não estamos preparados para sermos livres.
Por isso, vivemos sob uma alienação “propositiva”, como se fosse um
cuidado para proteger os indivíduos, que
muitas vezes impede a nossa reflexão sobre muitas questões que nos ocorrem. Aprendemos
a tomar decisões com base na cartilha que “decoramos”; vivemos até uma
religião sob formato manipulado por sentimentos humanos e percepções de determinados indivíduos
considerados especiais, cujos discursos ou teorias são difundidas como se fossem algo elementar a ser
praticado. Isso, de certo modo, acaba tirando de cada indivíduo o poder de
pensar; de exercer o juízo; de entender a razão das coisas. Não foi sem propósito que Deus nos soprou nas narinas - há algo especial nessa ação: O que haveria além do fôlego de vida no sopro de Deus, se os animais, que também possuem o foôlego de vida foram criados apenas pelo poder da palavra?
É mesmo o conhecimento das leis que nos ensina os erros? |
Aprendemos que a lei existe para nos mostrar o pecado, mas
nos fazem esquecer, que a lei da consciência é a única capaz de nos fazer mudar
de rumo. Ela extrapola a linha do direito e alcança o terreno do juízo. Aprendemos
que as leis precisam ser respeitadas para a nossa proteção; mas nos fazem
esquecer, é que seremos julgados pelo “juízo” mesmo, ainda que as leis pelas quais somos submetidos nos proteja por suas "brechas". A
reflexão sobre o juízo que temos, e a consciência que formamos, é que
finalmente trará às claras, diante de nós mesmos, não dos outros, nem de um
tribunal aquilo que realmente somos e o que fazemos em relação ao que pensamos.
A única lei capaz de “salvar”, é a lei da consciência,
aquela que jamais nenhum outro ser humano terá acesso. É esta “ lei”, (a consciência do bem e do mal) - que cada um de nós tem inserido na mente, a única
capaz de fazer com que reavaliemos a nossa vida; reconsideremos nossos atos, mesmo
que diante das leis convencionais nada devamos. É a mesma lei que "apontou" ao
casal no Éden que eles estavam nus. É o mesmo princípio da lei que Cristo mencionou acerca do pensamento: "Não fez, mas desejou no coração". Quem poderá julgar o desejo do coração?"
Quem foi que disse que você errou? |
É a mesma “lei” que leva uma criança a se esconder dos pais, quando faz algo
errado, mesmo sem os pais terem visto. É essa "lei” que nos leva ao
arrependimento, sob pena de uma consciência culpada. Por outro lado, há tantos
absolvidos pela lei penal, mas continuam penalizados no tribunal da consciência.
E não há uma explicação óbvia para isso.
Se, ao ouvir essa voz da consciência, não buscarmos a Salvação, não haverá perdão que exerça efeito em nossa vida.
Se por um lado admitimos que a lei "protege" admitiremos, também, que ela pode "salvar", se cumprida. E, se por meio dela, aprendemos o que é certo ou errado, ela também nos salvaria da prática do erro se a cumpríssemos. Talvez, seria muito mais fácil ser salvo pela lei, rezando por sua "cartilha". É só cumprir as regras. Seria muito mais fácil deixar de "pecar" pela lei e vivermos "certinhos", irrepreensíveis e piamente diante dos homens, cumprindo-a à risca. É só olhar suas previsões e obedecer. As regras nos salvam do castigo físico, material, dentro do plano previsível. Mas pela "lei" da liberdade, somos julgados pela razão, pelo juízo. Foi essa "lei" que a graça implantou. Fomos perdoados para a liberdade, cuja lei, é mais espiritual do que física. Por isso, Jesus tratou tanto sobre hipocrisia, que é algo extremamente imaterial.
Se, ao ouvir essa voz da consciência, não buscarmos a Salvação, não haverá perdão que exerça efeito em nossa vida.
Se por um lado admitimos que a lei "protege" admitiremos, também, que ela pode "salvar", se cumprida. E, se por meio dela, aprendemos o que é certo ou errado, ela também nos salvaria da prática do erro se a cumpríssemos. Talvez, seria muito mais fácil ser salvo pela lei, rezando por sua "cartilha". É só cumprir as regras. Seria muito mais fácil deixar de "pecar" pela lei e vivermos "certinhos", irrepreensíveis e piamente diante dos homens, cumprindo-a à risca. É só olhar suas previsões e obedecer. As regras nos salvam do castigo físico, material, dentro do plano previsível. Mas pela "lei" da liberdade, somos julgados pela razão, pelo juízo. Foi essa "lei" que a graça implantou. Fomos perdoados para a liberdade, cuja lei, é mais espiritual do que física. Por isso, Jesus tratou tanto sobre hipocrisia, que é algo extremamente imaterial.
Essa Lei é a Lei que nos coloca frente a frente a nossa própria imagem, e nos livra de danos maiores... e essa lei que nos coloca em consciência com a Lei Real que nos mostra as machas que possuímos diante do espelho. Machas que o Senhor Jesus pode remover.
ResponderExcluir