segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

"A SEGUNDA MILHA DE ABRAÃO"

Quando me pego pensando na fé dos nossos antepassados que se tornaram espelho de conduta diante de Deus e dos homens, lembro-me de Abraão, considerado o "Pai da Fé." Esse título certamente foi dado pelo fato de ele ter ouvido o chamado de Deus, não sabendo para onde e, o mais desafiador ainda, foi o fato de ter se indisposto com seus parentes que adoravam a outros deuses que não o Deus Criador. 
Essa é uma questão crucial para os cristãos de todas as épocas - ainda mais nos dias de hoje - em que as referências são submetidas ao que é razoável; não radical. A decisão de Abraão foi radical. Se ele considerasse as relações familiares e sua vida materialmente próspera que deixaria para trás, poderia impor condições que impediriam o agir de Deus em sua vida.   

Hoje citamos a história de Abraão como se fosse algo ausente e alheio à realidade que vivemos. As configurações mudaram, assim como os interesses humanos. Porém, na essência, aqueles que se submetem à vontade de Deus vivem diuturnamente situações semelhantes. "Viver pela fé", é experimentar, na prática, o cuidado de Deus. Isso é submeter a Ele a nossa própria vontade e permitir que Ele nos guie. 

Mas algo forte me chama atenção analisando esse fato. Quando alguém é chamado para uma missão conhecendo os trâmites e todos os seus direitos, assim como que caminho será trilhado, além das garantias que terá ainda nesse plano terreno, atender a esse chamado não poderia ser considerado um ato de fé. 

Ser convidado a caminhar a segunda milha, quando o termo é  usado como um critério humano subjetivo para promoção na carreira missionária, não se trata mais de fé.  Algo precisa ser conveniente. 

Teria sido um grande "teatro" o ato de Abraão se, ao levar seu filho para o sacrifício, soubesse que na última hora Deus protegeria o menino. 

Uma coisa é saber o que Deus pode fazer. Outra coisa é submeter-se a vontade dEle sem saber ao certo o que acontecerá. 

Assim foi com Sadraque, Mesaque e Abdenego ao serem jogados na fornalha por não se submeterem a outra vontade que não a vontade de Deus. Eles estavam certos de que Deus poderia livrá-los das mãos de seus oponentes, mas não estavam certos de que Deus assim o faria, nem de que maneira. "Deus pode nos livrar, mas se Ele não nos livrar, não nos submeteremos à sua vontade, ó rei" - disseram eles, segundo o relato bíblico.  Mas Deus os livrou.  

Quando agimos com o pensamento de que teremos a recompensa do modo como esperamos ainda aqui na terra, quando perseguimos o sucesso impondo nossas condições, ou cumprimos nossa "missão" seguindo uma cartilha conveniente aos critérios humanos e suas promessas terrenas, e por causa da nossa fidelidade e submissão a Deus sem entendermos os reais planos dEle para nós, não estaremos agindo por fé. A entrega a Deus não exige contrapartida. Não é um negócio. Para o cristão, andar a segunda milha, quando o pedem para caminhar uma, e ser fiel até o fim, é mais que uma condição para conquistas terrenas. É uma questão de obediência e submissão a Deus para o galardão eterno. 


https://www.youtube.com/watch?v=7HvJgge8Lig



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