A sociedade
vive de referências, e esse papel é cumprido pelos poderes que controlam a
educação, a política, os meios de comunicação. Quando repetidas vezes ouvimos
que a culpa das mazelas sociais é daquele “inimigo” criado e apresentado à
sociedade, como sendo o monstro a ser combatido, deixamos de exercer o senso
crítico se abraçarmos essas referências como sendo a verdade. E assim aceitamos
essa bola de neve, nos envolvemos nela e dificilmente rompemos suas estruturas
para observarmos do lado de fora. Quando as referências negativas da mentira e
corrupção são acentuadas, a verdade tropeça, os valores se invertem. “Não
pode contra eles, una-se a eles” – diz outro pensamento comodista
largamente conhecido.
O termo “ninguém
é perfeito” e “todo mundo erra”; ou “não foi só eu quem errou”, acaba transferindo responsabilidades pessoais
para algo ou alguém real ou imaginário criado na tentativa de minimizar os
danos que provocamos. Essa ideologia não contribui, em nada, para mudanças de
rumo, de olhar, de comportamento, a não ser um instrumento a serviço da
manipulação das mentes para se tornarem condescendentes e passivas com o erro.
Não existe homem
absolutamente perfeito. Há quem usa como referência a honestidade, a coerência
com o que é justo. Esses buscam alcançar a honra.
Se entendemos que o
homem tem tendências para praticar erros, esse mesmo entendimento nos serve de
alerta, não como uma “licença” para errar. De outra maneira, a prática
de erros conscientes, torna-se um ato deliberado, como uma escolha. Para os que
erram deliberadamente, já não resta perdão, pois o perdão se processa pelo
reconhecimento da prática errônea, do arrependimento e do abandono dos erros.
Em nossa sociedade
é cada vez mais notória a prática deliberada da corrupção, e muitos defendem
que isso faz parte da “dimensão humana”, porém essa constatação deixa de ser
produtiva no sentido de converter as ações corruptíveis.
A decisão de não
condescender com os erros já é sinal da busca da perfeição e da intenção de melhorar
como ser humano. A não conformidade com as práticas que levam à desconstrução
do que é justo, honesto e perfeito, aponta para o caminho da mudança de olhar e
do entendimento do papel de cada indivíduo como responsável por suas próprias ações
diante do universo.
Romanos 14:10-12 diz: “Pois todos havemos de comparecer ante
o tribunal de Cristo... De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a
Deus.” II Coríntios 5:10 nos diz: “Porque todos devemos comparecer ante o
tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio
do corpo, ou bem, ou mal.
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