terça-feira, 13 de dezembro de 2011

"EU ATÉ DO SÁBADO SOU SENHOR"

Lâmpada para os pés e luz para o caminho.
A guarda do sábado, como um dia santificado por Deus, sempre foi tido pelos meus pais como um princípio de fé. Criam no sábado como um dia solene e, mais profundamente, como o"sinal" entre Deus e o seu povo. Este não é um termo "exclusivista" ou discriminatório contra os que ainda não tiveram o entendimento necessário - mas, em muitos casos, arriscamo-nos com argumentações que fazem parecer que o sábado é um elemento  principal na defesa da nossa crença. Talvez explica-se pelo fato de que este  pareça  um "mandamento" esquecido. A exemplo dos fariseus, que eram zelosos quanto à guarda do sábado, acabavam por assim fazer, tornando o sábado um ritual, muitas vezes algo pesado, diante de tantas regras paralelas, aliadas ao modo como pensavam segundo seus costumes e tradições. Criavam-se, de fato, barreiras de circunstâncias e mecanismos que impediam a aceitação desse dia santificado, como um deleite. Esse era um extremo. Um outro extremo, é popularizar o sábado a ponto de roubar-lhe sua real essência. Todo argumento utilizado sem bases bíblicas que justifiquem a pregação, torna-se inútil. É preciso um referencial. E esse referencial não pode se perder no meio do caminho, por melhores intensões que tenhamos para a sua publicidade.  Aquele que diz que determinado dia é o dia do Senhor, em relação àquele que tenta popularizá-lo e tornar a "doutrina" mais simpática e atraente, passa, teoricamente,  a ser visto com mais "credibilidade", quando o foco é defender um dia santo, não um dia agradável apenas. Não podemos ver o sábado como "marca registrada" de determinada religião, pois a mensagem de Deus é para o mundo. As religiões criam barreiras, Deus une. É preciso fugir dos extremos. Jesus é a luz que revela a verdade ao mundo, sem distinção. Nenhuma "doutrina" deveria ser o carro-chefe da defesa de uma crença evangélica, que não o próprio evangelho que transforma vidas, o único capaz de derrubar todos os conceitos e preconceitos criados por concepções meramente religiosas.

 
Meu pai criou nove filhos, sem ter trabalhado um sábado sequer, e nunca nos faltou o necessário para a sobrevivência. Assim fomos criados,  com  o  entendimento de que Deus criou o Sábado por nossa causa, como bem relatado no ensino bíblico. Não tínhamos receio de dizer que o sábado era o dia do Senhor. Sim, o sábado é o dia do Senhor, não o dia, senhor de si mesmo. O sábado não basta-se a si mesmo, se o espírito de adoração e santificação for desprezado.  

FRUTO DO EXEMPLO

Deleitoso dia de adoração.
Desde a idade em que iniciei minhas atividades profissionais, deparei-me com o desafio de professar a minha fé. Meus irmãos também passaram pela mesma experiência. Um deles, estudou em escola pública dirigida por católicos  no sul do Estado do Rio de Janeiro e seu desafio foi conseguir liberação das aulas de sexta-feira à noite. Não precisou entrar com liminar na justiça; não precisou apelar por seu direito à liberdade de crença. O único argumento que ele usou foi o de que obedecia ao IV mandamento da lei de Deus e gostaria que a direção do colégio entendesse isso. Para os católicos não foi difícil entender o que significa o respeito às coisas santas para um fiel. Assim meu irmão recebeu permissão para faltar as aulas noturnas de sexta-feira.

Meu primeiro emprego como locutor de supermercado que pertencia a uma grande rede de lojas no Rio de Janeiro não vingou, exatamente porque sábado era o dia de maior movimento. O nosso princípio de fé não deve respaldar-se apenas em não trabalhar no sábado. Deixei algumas "oportunidades" em grandes emissoras de rádio, porque se chocariam com a minha fé. Nas empresas onde trabalhei futuramente, sempre tive minha fé respeitada. O chefe de jornalismo que escalava a equipe para  cobertura de carnaval,  nunca me escalou para este evento, nem aos sábados, orientado pelo próprio dono da emissora.

Vários foram os argumentos que o gerente do supermercado usou para tentar convencer-me a trabalhar com ele, desde o "Deus não vai te castigar por causa disso" , até a sugestão para eu pedir permissão ao meu pastor para me liberar... Mesmo diante das explicações que dei, ele não se deu por vencido: "Deus quer o melhor para você; Ele não quer que você passe necessidade; quem vai pagar suas contas?"  e assim ele discursava, tentando fazer-me mudar de idéia.  

 
O dia que revela Deus como criador do universo.
Se fugirmos do princípio Biblico e defendermos o sábado com argumentações práticas e convincentes pela nossa lógica, talvez muitos também serão os argumentos dos que ainda não compreenderam o que a observância sabática significa. A guarda do sábado precisa ser observada como princípio de obediência ao Criador independentemente das consequências que possam ocorrer-nos. Se não estivermos firmes na "palavra", os contra-argumentos poderão levar a muitos, "balançarem" nos momentos de prova.

É importante que usemos sempre a Bíblia para explicar por que cremos. O evangelho de Jesus é mais importante que as regras de conduta cristã. É bem melhor elaborado que qualquer estratégia de marketing.  A boa conduta de alguém transformado pelo poder de Deus, é resultado dessa transformação, não um elemento principal, que poderá fazer-nos cair na tentação de praticar a nossa própria justiça, ou sermos vistos como um povo "diferente" por um ponto que defendemos com muita garra e determinação.  A beleza do evangelho, que é o poder de Deus para a transformação de todo aquele que crê, não precisa de retoques humanos. O evangelho é lindo por natureza. Só o encontro com o Senhor do Sábado, poderá transformar a nossa vida - e o testemunho da nossa fé, será apenas um detalhe do nosso amor por ele. Que o nosso coração esteja perto do Senhor e, o que professarmos com os nossos lábios, seja a essência do que Ele colocou dentro de nós.

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