Fatos como esse, ocorrem diariamente. Os familiares também
precisam de ajuda para ajudar seus dependentes.
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Ela era uma cristã fiel. Muito dedicada à sua igreja e a obras sociais. Dedicava grande parte de seu tempo para ajudar pessoas necessitadas. Com três filhos na fase da adolescência, ela dividia o seu tempo entre suas atividades sociais com a educação dos filhos. Um deles, de uns tempos para cá, começou a mudar de comportamento. Ficou agressivo. Chegava altas horas da noite em casa, e começou a ser um tormento para a família. Não ouvia mais os conselhos para ter uma vida regrada como a de seus outros irmãos. O pai, que chegava sempre tarde do trabalho, já não sabia mais o que fazer. Por fim, começaram a sumir objetos de valor de dentro de casa. Foi aí que os pais ficaram chocados ao perceberem que o filho estava viciado em droga. Ele foi flagrado pelos irmãos cheirando um pó branco, que eles suspeitaram ser cocaína.
A mãe ficou arrasada. Pensava em sua vida de serviço a pessoas com dificuldades na vida, e agora era ela quem precisava de ajuda para enfrentar essa dura e cruel realidade, acontecendo alí dentro de sua casa, debaixo de seu teto. Ela ficou indecisa sobre o que fazer. Se continuava a atender aos necessitados ou deixar tudo e dedicar-se a recuperar seu filho. As responsabilidades dela eram grandes. E o trabalho era centralizado. Não havia outra pessoa para substituí-la para levar adiante os serviços que prestava. O marido a culpava por aquela situação. De dar tanta atenção aos outros e seu filho se perdendo na vida. Ela evitava conflitos com o marido e tentava conciliar as coisas. Mas a situação tornou-se insustentável. Ela teria que tomar uma decisão. O filho piorava cada vez mais, mergulhando fundo no mundo das drogas, passando a experimentar outras mais mortais ainda.
A mãe não aceitava. E se perguntava: onde foi que eu errei? Ela passou a ser criticada pela família. A vizinhança toda comentava sobre ela, não admitindo o fato de ela ser uma cristã, que se dedicava tanto aos outros, esquecendo-se dos filhos. E ela voltava a se perguntar: onde foi que eu errei? E considerava o fato de sempre trabalhar para o bem dos outros e sofrer esse problema com o filho.
Finalmente ela decidiu parar por um tempo. Foi atrás de apoio para o filho. O filho relutou ao tratamento, mas por fim acabou aceitando. Hoje está em franca recuperação.
Para recuperarem-se, os jovens precisam de apoio e muito amor |
As vezes, a vida nos prega peças, assim como pregou nessa mãe. Ela dedicava-se a fazer o bem aos outros, mas um problema grave atingiu um de seus filhos. Passamos momentos difíceis. Em muitos casos, nos ocorre exatamente aquilo que tememos. Mas, nesse ponto, não vale a auto-cobrança ou auto-penitência. Problema como esse, pode ocorrer em qualquer família. O envolvimento com amizades e companhias pode exercer influências no comportamento dos jovens. É importante que os pais fiquem atentos. Mas a atenção por si mesma pode não livrar das tentações. A orientação é importante, mas só ela, não surte o efeito de imunizar contra as drogas. Nesse ponto, entra em cena a vontade do indivíduo. Aprendemos que o homem é produto do meio. Mas é bom lembrar que cada indivíduo torna-se responsável pelas escolhas que faz.
Elias Teixeira
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