Ela começou a cursar faculdade de nutrição. Foi o orgulho da família. Sua vida começou a ganhar novos rumos. Ela começou a sonhar novos sonhos, projetar seu futuro. O primeiro namoro acabou, depois que o namorado ficou enciumado com a nova etapa na vida dela e temia perdê-la. As crises de ciúmes tornaram a relação insuportável. Os pais apoiaram o rompimento do namoro. Mas a vida dela continuava. Parecia feliz com as novas amizades, com o novo ciclo de relacionamento. Foi na faculdade que conheceu um rapaz. Começou a gostar dele. Mas a família dela não apoiou. O rapaz era de família modesta. Ela era filha de um empresário de sucesso internacional. A família não desejava que a filha se relacionasse com alguém de outra classe social.
A filha discordou dos pais, dizendo que isso era preconceito, e que subir na vida, é possibilidade que todos tem. Ela relembrou a vida pregressa de sua família, dizendo aos pais que eles também foram pobres e não deveriam agir assim. Essa divergência deixou o clima ruim entre ela e os pais, pois insistia continuar o namoro com aquele rapaz. Ele mal tinha recurso para chegar à faculdade. Trabalhava como motoboy de uma empresa de seguros. Chegava sempre em cima da hora na faculdade, pegando trânsito intenso. Ela o admirava por sua persistência e vontade de vencer na vida. Os pais continuavam dizendo que aquele namoro não deveria ir adiante, ameaçando deserdar a filha, pois acreditavam que o rapaz estava só interessado no dinheiro da família.
A moça não acreditou que os pais chegariam a esse ponto. E ela insistia no namoro. A promessa do pai foi cumprida. O namorado dela estava se formando em administração de empresas. Ela continuava no terceiro ano de nutrição. O namorado dela entrou numa sociedade, e montou sua própria empresa. Com talento e perseverança, fez a empresa crescer. Estava prosperando, quando o pai de sua namorada tomou um golpe financeiro, pondo em risco as finanças da empresa da família. O namorado da filha, solidário com a situação, a pedido da namorada, ofereceu ajuda. Mas por orgulho, o pai dela rejeitou ajuda.
As oscilações na estrada da vida, colocam à prova a nossa energia emocional. |
Talvez por orgulho. Não dá para julgar nesse momento, o que se passa na cabeça de um homem rico que deserdou sua filha por causa do namoro dela com um rapaz pobre, que poucos anos depois tornou-se um empresário de sucesso. Talvez por vergonha de receber ajuda de quem um dia foi rejeitado por ele e sua família, por causa de sua condição social.
Após formar-se em nutrição, a moça marcou o casamento. Seus pais em condições financeiras precárias não puderam dar uma festa. Todas as despesas foram custeadas pelo agora noivo. Ele não guardou nenhuma mágoa por ter sido rejeitado e, aos poucos, foi ganhando a simpatia da família. Assim, ela se casou. Hoje, seu marido é sócio da empresa do pai dela. Foi ele que ajudou os negócios da família prosperar de novo.
A vida é feita de altos e baixos. Quando julgamos as pessoas por suas condições sejam elas quais forem, poderemos nos surpreender com o que pode ocorrer. Não é apenas dos fortes a vitória. Não vence a corrida apenas os que correm melhor. A nossa visão pode estar equivocada exatamente pelo juízo de valor que aprendemos fazemos, respaldados apenas pelo olhar mais prático e racional. Mas uma coisa é certa: a sorte está sujeita a todos. As oportunidades estão diante de nós, todos os dias. É a fé em Deus e a coragem para enfrentar os desafios que servem de mola propulsora para o avanço em vários setores da vida.
Elias Teixeira
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