Ainda como Papa, Bento XVI certa vez fez uma declaração
polêmica de que “um segundo casamento não seria bom.”
É cada vez mais recorrente casamentos que acontecem de
maneira precipitada, sem o conhecimento e o namoro necessários para que haja um
mínimo de segurança para dizer sim. Muitas vezes, esse "sim" nem é dito para evitar formalidades ou um compromisso sério e assumido conscientemente. A ideia é ir "ficando" até ver como fica. Uma relação mal resolvida que vai criando raízes inseguras, trazendo várias consequências emocionais e afetivas com o passar do tempo.
Todos nós pertencemos a uma família, e cada família tem seu
histórico, a maneira como educa seus filhos, os valores que defendem. Esses
filhos crescem. Amanhã, casam-se e tornam-se pais e
mães também. Cada pessoa constrói sua família com base nos valores aprendidos; nos
exemplos observados; costumes adotados, entre outras coisas. Um lar para ser um
bom lugar para viver, precisa ser harmonioso, principalmente em questões
emocionais. Há moças, por exemplo, sem uma referência paterna pela
separação, que procuram alguém que passe uma imagem madura e de confiança. É
natural que pessoas mais maduras na vida já tenham tido experiências conjugais
ou de algum outro relacionamento. Uma relação que procura “emendas” ou regeneração com outra pessoa, pode não trazer a
harmonia e a tranquilidade que uma vida conjugal exige pois cada um traz
consigo as cargas emocionais ou traumáticas de relacionamentos passados. Esses traumas muitas vezes perduram por toda a vida. Mesmo um divórcio torna-se uma marca na história de um casal, principalmente quando dessa relação nasceram-lhes filhos.
Os grandes dramas na sociedade podem ser atribuídos ao comportamento familiar e isso tem trazido desajustes consideráveis na sociedade. É na família que aprendemos o respeito ao próximo, o amor, os limites. Se essa família é ruída, é natural que tenhamos uma sociedade ruída.
Os grandes dramas na sociedade podem ser atribuídos ao comportamento familiar e isso tem trazido desajustes consideráveis na sociedade. É na família que aprendemos o respeito ao próximo, o amor, os limites. Se essa família é ruída, é natural que tenhamos uma sociedade ruída.
Hoje, ao contrário a família está sofrendo efeitos das mudanças de
comportamento social e parece que casamento não é levado tão a sério como deveria.
“Se não der certo separo.” Só que
esta é uma marca que o tempo não apaga. É comum observarmos crianças de pais
separados com dificuldade de relacionamento e aprendizagem; apáticas; algumas
com traços de revolta e vários
transtornos emocionais, frutos de relacionamentos fracassados sem sequer haver
um trabalho conjunto para que cada cônjuge assuma suas responsabilidades. A
ideia “o que me incomoda eu descarto” não pode ser levada para todos os setores
da vida. A parte mais afetada é a
mulher, que além de assumir os filhos - que normalmente chegam logo nos primeiros anos de
casamento, momento em que vários outros assuntos e questões precisam ser
colocadas em ordem - precisa assumir outras responsabilidades que antes eram
divididas com o marido. A sociedade ainda com o caráter machista apregoa que
para o homem é mais fácil.
Para recomeçar a vida conjugal em outro relacionamento é
muito mais difícil.
Uma jovem, casada por 5
anos, com dois filhos pequenos foi traída pelo jovem marido disse:
“Dificilmente uma
mulher como eu, que já foi casada conseguirá
um outro relacionamento com alguém que não tenha tido também experiência ruim
no casamento; primeiro por causa dos filhos; depois por causa dos filhos do
outro, de um outro casamento.”
As interferências dos filhos pela não aceitação de um novo relacionamento da mãe ou do pai, sempre causa desconforto e as vezes conflitos; do mesmo modo, a não aceitação do filho de outro casamento é motivo de muito sofrimento, que pode comprometer a nova relação.
As interferências dos filhos pela não aceitação de um novo relacionamento da mãe ou do pai, sempre causa desconforto e as vezes conflitos; do mesmo modo, a não aceitação do filho de outro casamento é motivo de muito sofrimento, que pode comprometer a nova relação.
A jovem prosseguiu dizendo: “Eu
era da Igreja, e isso me trouxe problemas maiores, porque não estava somente
entre minha família; há uma história; há pessoas envolvidas; o trauma é muito
grande.” Ela afirmou que o homem com quem fosse se relacionar um dia, "primeiro teria que gostar de seus filhos".
Por outro lado, mulheres sem filhos que se relacionam com
homens que já foram casados e com filhos, são candidatas a uma relação conturbada
por interferências externas do passado. Por que motivo acabou o relacionamento?
As duas versões nem sempre são ouvidas. Cada parte apresenta suas razões na
hora de buscar um novo casamento. Em quem acreditar?
Os medos surgem dos dois lados. Muitos correm o risco na
tentativa de refazer a vida. A melhor saída ainda é buscar, com todas as forças
salvar o casamento do que tentar a “felicidade” em outros relacionamentos. Quem não assumiu responsabilidades em
relações passadas, principalmente quando deixou esposa e filhos para trás, não
será difícil que faça o mesmo em futuras relações. Pode-se perceber, em muitos casos, a intransigência e a dificuldade de administrar "conflitos" talvez por imaturidade ou egoísmo.
Há muitos entrando em casamento com muitas expectativas sobre o outro, e esse já é um sinal amarelo.
Há muitos entrando em casamento com muitas expectativas sobre o outro, e esse já é um sinal amarelo.
Perceba a direção para onde sua relação está caminhando. É sempre tempo de parar, observar, avaliar. Tomar decisões. Decisões para consertar, reparar. Se existem falhas que são difíceis de serem resolvidas num relacionamento que você está ajudando a construir, mais difícil ainda será em outro, como muitos o procuram com a ideia de que será diferente. A mudança precisa começar em você. As dificuldades em relacionar-se são individuais e não mudam por causa do outro. Naturalmente, pessoas não mudam por causa de pessoas. Mudam por causa delas mesmas, pela maturidade, pela experiência de vida. Nunca é tarde. A felicidade é sua. Não abra mão dela.Uma nova relação nunca começa do zero. É sempre bom quando se tem a escolha de começar uma relação do zero, com quem começa do zero. São como folhas de papel em branco nas quais serão escrita sua história. Tentar retomar a "felicidade conjugal" com quem já foi marcado por traumas de uma relação infeliz, já recomeça com grande possibilidade de novos fracassos. E o ciclo se repete. Porque as sombras do passado sempre estarão no caminho. A vida passada não passa. Administrar respingos do passado em novas relações, é viver com mente dividida e perturbada. A harmonia emocional é um dos pontos importantes para a paz no relacionamento. Um casamento é construído, no passo a passo, aos poucos, como a construção de uma casa, com bases sólidas. É desafio incerto construir sobre bases desconhecidas.
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