Jesus abriu mão das glórias do mundo para glorificar O Pai. Não abriu mão de sua missão para adequar-se às vontades humanas. Foi assim no deserto da tentação, em que se deparou com o diabo. Na verdade, o diabo enganou-se ao tentar por à prova, alguém que jamais desejou os reinos do mundo e compactuar com as distorções de uma vida de pecado e renegação do poder supremo. Mesmo enfraquecido fisicamente, Jesus não pensou duas vezes ao repreender o diabo com a palavra do Pai. A comunhão que tinha com o Pai, havia impregnado seu espírito que não o deixava duvidar no momento em que era confrontado. Isso se mostrava firme no espírito de Cristo desde sua infância, ao lidar com situações nas quais sua intervenção mostrava aos homens algo que estava além do poder terreno. Na visão física, e mais do que isso, na visão moderna que exalta o egocentrismo e capacidade de superação, Jesus perdeu aqui. E muito. A prática do que Cristo ensinou nas bem-aventuranças tornará o homem, que foi ensinado por uma doutrina de exaltação ao ego, orgulho e vaidades, inadequado aos padrões terrenos de uma vida materialmente desejável. Jesus não teve por usurpação agir como Deus. Ele não veio tomar o reino das mãos dos homens, como tinha o poder de fazer. Mas veio mostrar um reino invisível aos olhos, capaz de transformar as mentes e os corações, para, através disso, aquele que o aceitar obter o verdadeiro poder de vencer a si mesmo. Sob o ponto de vista humano, Cristo perdeu. Foi desprezado, criticado, vilipendiado, caluniado; sem atrativos que levassem alguém a desejá-lo; de origem pobre, sem influências oficiais; finalmente morto. Seu plano era espiritual. O que praticava no plano físico tinha como propósito mostrar o seu reino, além daquilo que se espera aqui. O homem carnal não entendeu e ainda hoje não entende. Jesus perdeu no mundo, para que com ele vencêssemos o mundo.
Ele perdeu aqui. E não era para ser diferente. Ele se opôs ao inimigo, no terreno do inimigo. Jesus não venceu no mundo. Ele venceu o mundo. Cristo venceu o mundo, porque superou tudo o que podia usufruir nessa esfera terrena, e não foi atraído pelo deslumbramento e vaidades pessoais. A tentação a que o diabo submeteu Jesus, demonstra que a submissão à vontade de Deus é que aniquila toda a espécie de tentação que entendemos como um ataque do inimigo. Na verdade, tentação é um ponto de vista de quem olha do lado de fora a situação que alguém esteja enfrentando. Quem vive a "tentação", jamais dirá que está sendo provado, se ele entende o seu propósito.
Jesus não chamou pessoas para vencerem no mundo, mas para vencerem o mundo. Vencer o mundo é se aproximar do plano de Cristo, viver na dimensão de Cristo a exemplo de tudo o que Ele viveu aqui na terra. Vencer no mundo, requer a submissão a tudo o que contraria a proposta do Mestre. Jesus teria vencido no mundo, se ajoelhado adorasse ao diabo; se tivesse transformado as pedras em pães; se tivesse se deslumbrado com a beleza e ostentação dos reinos terrenos.
O seguidor de Jesus não desenvolve sentimentos que o envolva com o mundo e comprometa sua comunhão com Deus. É isso que tem mantido Cristo como um vencedor, não na esfera física, mas na espiritual. Se Jesus tivesse vencido no mundo, não teria ido à cruz que tornou real a vitória de todo aquele que nEle crê. Jesus venceu o mundo, porque entregou-se, aniquilou-se pelo propósito de salvar o mundo do pecado.
Ainda hoje assim é: "Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;
Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.
Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?"
Mateus 16:24-26
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