Desde os tempos em que Jesus esteve em missão na terra em sua forma humana, o mundo vivia em trevas. Porém, a luz que Ele veio trazer, não era uma luz física, essa que vemos acender quando chega a noite. Jesus trouxe a luz do entendimento. E era esse entendimento que fazia as pessoas mudarem de atitude.
A corrupção imperava também desde aqueles tempos, não apenas, como alguns defendem hoje em dia, que a corrupção no Brasil, por exemplo, vem desde os tempos do descobrimento, em que os índios foram explorados por mercadores inescrupulosos.
A discriminação e racismo também era algo real, e até Cristo passou por isso quando disseram a seu respeito: "Pode vir alguma coisa boa do norte?" (João 1:46). O fato, por exemplo, de Jesus ter conversado com uma Samaritana foi uma maneira de quebrar o preconceito. Judeus e samaritanos não se davam bem.
Discriminação entre ricos e pobres foi muito bem exemplificada no caso da viúva pobre que deu suas moedinhas, a única coisa que tinha, sob os olhares daqueles que se achavam em melhores condições (Lucas 21).
Um dos fatos clássicos descritos nos evangelhos refere-se a Zaqueu. O relato bíblico afirma que ele era um funcionário público, cobrador de impostos ilegais e extorquia pessoas. Desde aquela época, a corrupção era mal vista pelo povo. E qual a razão disso? A razão é que, todo ser humano, em sua essência, sabe o que não está certo. Uma criança sabe quando está sendo trapaceada numa brincadeira, sem ao menos alguém dizer isso a ela. No momento que alguém se torna prejudicado por ação de uma outra pessoa, alguma coisa errada está acontecendo.
Para defender-se da verdade que desperta sua mente para o erro que comete, alguns acabam pegando carona na mentira, sempre que quer fugir de algo que interfere em seus interesses.
Jesus colocou sua reputação em risco quando, no meio da multidão, olhou para o corrupto Zaqueu, ordenou-o a descer da árvore e prometeu ir em sua casa depois de encerrar seu expediente. Diante da multidão que conhecia a fama de Zaqueu, qual teria sido a reação da turba?
Zaqueu, ao encontro de Jesus, começou a mudar de vida porque ele entendeu a luz.
Zaqueu prometeu a Jesus que devolveria quadruplicadamente tudo o que havia defraudado (roubado) do povo. Zaqueu foi um corrupto honesto. Honesto por reconhecer que era corrupto. Honesto por entender que deveria devolver o que havia roubado.
Honestidade é como aquele pensamento que tenta nos corrigir sempre que imaginamos fazer algo errado, mesmo uma criança em seu joguinho com os colegas. Não dar ouvidos a essa luz que pisca dentro de nossa mente, é passar por cima da oportunidade que temos de nos tornarmos pessoas melhores e honestas, primeiramente conosco. Honestidade não é apenas pagar o que deve. Honestidade é ser verdadeiro. Dizer sim, quando sim. Não, quando não. É reconhecer os próprios limites. É dizer que pode, quando pode; que não pode, quando não pode. Sob o aspecto da "inteligência emocional", muitos são levados a dizer com outras palavras aquilo que sentem, sem chocar as pessoas. Mas a verdade é clara. Se não estamos preparados para a honestidade do outro, jamais estaremos preparados para sermos honestos.
O encontro de Zaqueu com Jesus o ajudou a mudar de vida, de praticar aquilo que sabia que era correto, mas que as repetições de seus feitos o faziam enraizar-se ainda mais na corrupção. Ele cortou a corrente no momento que reconheceu e mudou de atitude.
Nem sempre podemos devolver aquilo que roubamos do nosso próximo. Ninguém poderá devolver uma vida que tirou; fechar as feridas de uma agressão. O arrependimento nem sempre é aceito quando não podemos repor o que fizemos o outro perder. Mas essa questão entra numa outra esfera que não podemos entrar. A nossa parte é reconhecer e mudar; pedir perdão, sentir pesar pelo que praticamos e nos sentir perdoados, mesmo que nãos sejamos aceitos pelo outro. Nos sentimentos do outro a nosso respeito jamais podemos interferir. A nossa parte é nos converter do mau caminho e os frutos falarão por si.
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