O tempo é precioso, ao mesmo tempo em que é implacável. É
sempre para frente e jamais volta atrás. Dedicar tempo é importante em
todos os aspectos da vida para alcançar ou conquistar o que se deseja, pelos
métodos requisitados. Mas de que maneira tempos empregado nosso tempo e nossos esforços?
Há riscos a correr, e é preciso que o entendimento de que nem
tudo pode ocorrer de acordo com o que esperamos, não faça esmorecer a esperança
de concluir os projetos que iniciamos. É quase certa a frustração ao
canalizarmos todas as forças e expectativas em nossas suspeitas de que o que
fazemos pode dar bons resultados. Mas, inicialmente trabalha-se sob hipóteses,
sonhos, suspeitas; não existe nada objetivamente claro que leve a crer que o
sucesso ocorrerá. Este, por outro lado, não deverá ser motivo para a descrença
e a falta de iniciativa. O importante é levarmos em conta de que maneira
dependemos daquilo que estamos almejando e que
importância damos aos
esforços que empregamos e o que estamos dispostos a fazer.
Há ocorrências corriqueiras que podem nos levar a pensar
negativamente, desde os pequenos sinais; esperar tanto tempo numa fila e na
hora de ser atendido acontece algum imprevisto; de sair no horário de sempre de
casa e chegar ao trabalho atrasado; esperar por uma entrevista de emprego e não
ser chamado. Como por exemplo, recentemente os pais de um menino que sofre de
obesidade, com 3 anos de idade e que
já pesa 70 quilos. O menino não
tem a síndrome que os médicos suspeitavam. A equipe médica trabalhou sobre a
suspeita e deu negativo. Imagine todo esse tempo de espera dos pais por um
resultado que desse a eles a possibilidade de iniciar o tratamento adequado
para o filho. Foram meses de espera, torcendo para que a suspeita se
concretizasse, diante da incerteza e angústia de não saberem nada sobre a
doença que afeta o filho?
E aquele crime em que é preso um suspeito e as investigações apontam que não é ele o
culpado? Certamente o suspeito sabe que não é o culpado, mas essa espera é
angustiante. Para a polícia seria tempo perdido? Se foi preso um acusado
inocente durante algum tempo, o verdadeiro culpado tem o destino ignorado. E
agora? Como proceder novas investigações?
E no caso do menino obeso com diagnóstico que não confirmou
as suspeitas dos médicos? O que teria o menino? Qual seria sua doença? Tempo
perdido?
O importante é o que se faz no período da espera. O tempo
responde por si mesmo. É o que fazemos no tempo que faz a diferença na maneira
como recebemos os resultados daquilo que precisamos esperar.
Viver ansioso por suspeitas ou possibilidades parece ser um
vício que temos. Sofremos por antecipação e a espera tem essa característica,
pois não temos certeza do que virá depois. É preciso desenvolver o espírito que
nos possibilite a esperar sem sofrer. Fazer o que precisa ser feito. Estar
ciente de que todos os esforços que podemos empregar estão sendo empregados;
que o passo a passo que podemos dar, estamos dando. A frustração é dura quando
passamos a cobrar de nós mesmos o que poderíamos ter feito e não fizemos; a
dedicação que negligenciamos. Acima de tudo, o mais importante
ainda é saber que se todos os esforços são empregados; se tudo o que sabemos
que podemos fazer está sendo feito e mesmo assim o resultado não corresponde
ao esforço, é sinal de que nem tudo depende apenas e tão somente dos nossos
esforços.
Depois de fazer tudo, é importante ficar firme. Aceitar e
alegrar-se pelo dever cumprido com amor e dedicação. Porque assim, saberá que
seu tempo não foi perdido. Isso serve de lição, experiência, amadurecimento
espiritual. Para quem está em movimento o tempo não é perdido, ele apenas
passa. Não se permita iludir com a imaginação. Aja!
“Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de
muitos dias o acharás.
Reparte com sete, e ainda até com oito; porque não sabes que mal haverá sobre a terra.
Reparte com sete, e ainda até com oito; porque não sabes que mal haverá sobre a terra.
Estando as nuvens cheias de chuva, derramam-na sobre a terra. Caindo a árvore para o sul, ou para o norte, no lugar em que a árvore cair, ali ficará.
Quem observa o vento, não semeará, e o que atenta para as nuvens não segará. Assim como tu não sabes qual o caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventre da que está grávida, assim também não sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas. Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retenhas a tua mão; pois tu não sabes qual das duas prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas serão, igualmente boas”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário