O que dá
credibilidade a uma verdade eterna, certa, lógica, insofismável? Prejuízo é de
quem não a aceita, refutando-a com conceitos personalistas. A acessibilidade
dessa verdade é tão evidente que não dá a ninguém o direito de ser a sua
referência, ter sua posse ou transferi-la, pois nenhum homem é absoluto e incorruptível. A verdade é para a libertação do
homem dos homens, para Deus.
Mas a
sociedade aprendeu a viver assim, apontando os agentes que falam a verdade, ovacionando-os,
chamando a atenção para si mesmos e muitos dos quais aceitam para si mesmo
esses louvores e, pelos resultados de sua aceitação, acabam por muitas vezes se iludindo. De algum modo, essa “responsabilidade” assumida leva os homens
a uma linha muito perigosa quando apoderam-se dela para vangloriar-se diante do
mundo, apresentando seus frutos como a única referência e sua motivação é sonegada.
Os Cristãos jamais deveriam adotar esse comportamento. Foi
assim no passado com os escribas e fariseus, homens dignos, politicamente
corretos, amantes da lei e da verdade.
“Então falou Jesus à
multidão, e aos seus discípulos, Dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados
os escribas e fariseus.Todas as coisas, pois, que vos disserem que
observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as
suas obras, porque dizem e não fazem; Pois
atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens;
eles, porém, nem com seu dedo querem movê-los; E fazem todas as obras a fim de serem vistos
pelos homens.” Mateus 23:1-11.
Não se trata de “testemunho”, pois naturalmente a expressão
dos frutos produzidos pela verdade praticada não passam despercebidos, mas as motivações de nossas expressões é que contam para Deus.
O que
tratamos nesse tema é a forma como assumimos essa verdade a ponto de torná-la
como “colunas” do orgulho e vaidade a ponto de levar-nos a uma supremacia
religiosa.
Observemos o
fato de que, ao ter contato com uma verdade, algumas pessoas, principalmente de
expressão e notoriedade social, em diversas áreas, são alvo de exploração propagada, como se sua
aceitação da verdade garantisse a ela mais credibilidade e convencesse mais pessoas.
Quando um
cego foi apresentado a Jesus para ser curado, alguns perguntaram ao Mestre quem
havia pecado, se o cego ou os pais dele,
pois as doenças eram tidas como resultado do pecado de alguém. Jesus os respondeu: “Nem ele,
nem seus pais; mas para que a obra de Deus fosse manifestada na vida dele.”(João 9: 1-3)
O que sentiria
o protestante que se converteu ao catolicismo ser manchete do jornal da diocese: “Pastor protestante fecha igreja e se converte à verdade católica”, ou
vice-versa? Por algum motivo há exploração por parte daqueles que se colocam
como “guardiães” dessa “verdade,” como quem dissesse: “Viu, nós estamos com a
verdade. Nós temos razão”, a nossa mensagem é verdadeira, e incorrem no perigo das armadilhas do triunfalismo,
do orgulho e vaidade.
O que daria credibilidade a uma verdade? É a pessoa que a
aceita, ou a própria verdade em si mesma? É a instituição que difunde a verdade, ou a própria verdade?
Se alguém é sugestionado a crer em Deus, porque até um ateu se
converteu, de que Deus temos pregado? Se a verdade eterna precisa da aprovação e aceitação humana para cumprir o seu propósito, de que verdade estamos falando? Um ateu que "garante" que Deus existe, não estaria se colocando como um deus? Não estaria buscando glórias para si mesmo e sua "descoberta?"
A religião não deveria apresentar-se como um mercado
competitivo, onde a verdade de uns se apresenta mais verdadeira que a verdade de
outros, motivo que os levam a lutar para mostrar quem tem razão por uma autoafirmação massificada.
Qualquer instituição religiosa que pensa em usar pessoas que
abandonam seus segmentos religiosos ou práticas pela aceitação de uma outra mensagem para difundir a verdade que
prega como se ela fosse um “produto” testado e aprovado como se faz na publicidade,
é uma prática que satisfaz aos simpatizantes dessa crença, que vangloriam-se e jactam-se de
suas próprias obras. Isso vai criando, com o passar do tempo, uma cultura. Esse tipo comportamento se torna bem evidente em seus seguidores que são reconhecidos pelas bandeiras que levantam, pelas "camisas que vestem", por seu "grito de guerra".
As pessoas devem ser atraídas à Cristo. Ele é a verdade que não se permite a interpretação humana, mas que ao homem se apresenta tal como O é. Mas,
do ponto de vista de todas as instituições cristãs religiosas que existem no mundo, aceitar a Jesus e sua graça, não é o bastante. Se o fosse, não haveriam tantas religiões.
Mas resta-nos um conselho poderoso: “Chegai-vos a Deus,
e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo,
purificai os corações. Senti as vossas misérias, e lamentai e chorai;
converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo em tristeza. Humilhai-vos
perante o Senhor, e ele vos exaltará. Irmãos, não faleis mal uns dos outros.
Quem fala mal de um irmão, e julga a seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei;
e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz. Há só um
legislador que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem? Eia agora
vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano,
e contrataremos, e ganharemos; Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã.
Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se
desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos,
faremos isto ou aquilo. Mas agora vos gloriais em vossas presunções; toda a
glória tal como esta é maligna.
Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete
pecado”.
Tiago 4:1-17
Tiago 4:1-17
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