Mesmo cumprindo requisitos de sobra para ser uma estrela da comunicação nacional por sua larga experiência, poder de persuasão e carisma, J. Dávila decidiu fazer rádio como uma missão, não apenas como um meio de vida. Esse perfil de profissional dificilmente encontra lugar em emissoras comerciais, em que o objetivo é manter no ar locutores de boa voz, que anunciam e desanunciam músicas, informam a hora, e pronto.
A missão de comunicar conteúdo e tornar o rádio mais proveitoso pelos recursos que oferece, parece ser um caminho inverso ao desejado pelos profissionais que acabam se tornando uma figura comercialmente consumida e, quanto mais popular se torna, mais requisitado passa a ser, investindo no marketing pessoal. Seria apenas uma carreira profissional, respaldada por suportes técnicos. "O comunicador que exerce papel de ator, acaba ficando na superficialidade" - afirmou.
"O rádio precisa ser visto como um meio de ir até as pessoas com aquilo que transmitimos, não o contrário" - defendeu, acrescentando que locutor não deve se fazer de estrela, roubando a cena do que faria diferença na vida do ouvinte.
"Isso faz perder todo o propósito do rádio como um veículo para promover o bem estar das pessoas, do contrário, não há razão de ser" - opinou. O radialista ainda defendeu que hoje já não se discute mais o potencial técnico e de alcance das emissoras pelas ferramentas que possuem. É possível que uma rádio comunitária, por exemplo, utilize as mesmas ferramentas de rádios comerciais e com transmissão de qualidade equivalente na internet e aplicativos para celulares. Não se discute mais a qualidade de ferramentas e outras questões técnicas, pois elas mudam com o passar do tempo. O que se discute é conteúdo, e é isso que fará com que as emissoras sobrevivam" - argumentou. "Não é só uma voz bonita no ar, isso é quase que uma exigência natural das emissoras; é preciso muito mais que isso"- considerou.
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