Como prever o que vem por aí? |
É preocupante o episódio recente
de invasão dos perfis de Jornalistas comentaristas, como Mirian Leitão e Ronaldo Sardemberg e de políticos de oposição
ao governo, entre eles o tucano José Serra no site Wikipédia. O mais preocupante ainda é a notícia de que a
invasão ocorreu através de computadores do palácio do planalto. E, como sempre,
para o governo isso é surpresa. É a tática do "não é admissível" e do "vamos apurar", quando o fato
vaza, como se não houvesse um comando no âmbito político; "pode ser qualquer um lá de dentro", defende-se o governo passando uma
imagem irresponsável, que não deveria ser o que esperar de um chefe da Nação. Desde os tempos do Lula na
presidência notava-se sua repulsa à mídia sempre que algo escandaloso vinha ao
conhecimento público através dos noticiários ou reportagens em revistas. Sempre
fingiu que não era com ele. Recentemente em Portugal negou até que “conhecia”
José Dirceu: “Não é gente de minha
confiança” – disse o ex-presidente sobre o homem que foi o principal articulador de sua campanha à presidência
da república e Ministro Chefe da casa Civil em seu governo. Quando o cerco se fecha, é sempre
assim: “Não sei; não foi comigo”; massacram outros para defender sua pele; é
como a brincadeira de garoto que tocava a campainha de uma casa e saía
correndo: “Não fui eu; nem eu, o que
apertou foi para aquele lado lá”. O que fazer diante disso? Sem verdade não
há liberdade, não há andamento; desenvolvimento, porque o tempo é usado para
acusações e defesa. O que é preocupante não é o fato de estarmos em ano eleitoral e que qualquer ação de um lado ou outro possa representar "intrigas" e jogo político pelo poder. O que preocupa é o perfil do governo, a maneira como tem agido e reagido diante desses episódios que aparentam ser sombra futura de suas ações se continuarem no poder. Há um projeto que aos poucos se faz notar no campo das manipulações da consciência coletiva no que tange à educação, à família que são a base de uma sociedade consistente. Os valores são invertidos; o governo passa a ser o patrocinador dos pobres, e a ascenção social não vem por méritos pessoais do trabalho e oportunidades assumidas por capacidade e mérito. O governo faz questão de se autoaplaudir pela "construção" de uma nova classe média, patrocinada demasiadamente pelo dinheiro público, deixando de operar nas áreas de desenvolvimento da Nação e suas estruturas.
O plano do governo Lula era
colocar a população contra os meios de comunicação, desacreditando-os, a ponto
de defender o controle social da mídia, como prevê o Fórum de São Paulo, que
recentemente aprovou o controle da internet sob o argumento de garantir mais
segurança para os usuários. É a utilização de bons argumentos, necessários, tendo
como base uma necessidade real, porém, com finalidades escusas. De fato, “Controle Social” é apenas um nome dado
para parecer que o povo é que vai
“gerenciar” de acordo com o que acha correto e o que deveria ser. Isso é
apenas sombra do que pode vir pela frente por um governo que tem um projeto de
poder para mudar as estruturas do país a seu modo, para obter o controle de
tudo. Esse regime de governo é de inteligência tamanha para manipular as massas
desprovidas de entendimento, a começar por sua política assistencialista e
outros benefícios que oferece à população mais carente a grande maioria dos
brasileiros, pois carentes são, exatamente por falta de investimentos do
governo em infraestrutura e criação de empregos sólidos, não aleatórios quando
se fala em “canteiro de obras.” A mídia oficial do governo, “chapa branca” mostra na televisão e em
seus noticiários apenas o que é de seu interesse, fazendo papel de assessoria
de imprensa junto ao povo; não há informação segura sem o conhecimento mais
ampliado. É um povo iludido pelo deslumbramento de coisas e consumo, que não
pensa no país, nem no futuro, mas em si mesmo. Um povo que está aprendendo a
ter comportamento perdulário. É o
reflexo do governo que assim o faz.
Por outro lado as campanhas do
governo entram em suas peças
publicitárias de instituições públicas, como Caixa Econômica Federal, Banco do
Brasil; Petrobras, que geram milhões e milhões em recursos para a mídia
escolhida pelo governo como um benefício à essas emissoras que faturam com a
veiculação de publicidade. Não é novidade dizer que jornalistas “polêmicos” são
ordenados a se afastarem da emissora em que trabalha sob a penalidade de perder
a publicidade oficial. É um mecanismo antidemocrático tornar uma emissora refém
desse comportamento que o governo impõe de maneira camuflada ao público;
mantendo o sorriso e a política da boa vizinhança. O que se falou no editorial
passado, esqueça, ”foi um equívoco do
articulista”. Mas ainda há os que não se vendem. E são poucos. Vivemos um país
ainda atrasado porque os meios de comunicação são concedidos pelo governo e de
algum modo ele tem o controle e, “por
baixo dos panos”, existem acordos, não para falar bem do governo, mas algo
que não o comprometa. É questão de política e poder; interesses na balança. "Pode jogar pedra, mas jogue as pequenas"; "critique, mas coloque dúvidas, fique em cima do muro nas conclusões." "Pode morder, mas assopre". É assim mesmo. Estamos diante disso. Não se responsabiliza a ninguém; culpa-se a um sistema, que aliás, é criado ou mantido pelos que exercem o poder.
Todo ditador não gosta de ser
questionado, até porque acha-se acima do bem e do mal; não reconhece seus erros,
e procuram de modo oficial, com instrumentos do Estado, desacreditar seus
críticos, muitas vezes em busca de explicações à Nação sobre sua administração;
as falhas; a corrupção. Ditadores perseguem; acusam; defendem-se atacando primeiro. Perguntas
fora de suas expectativas é uma
cutucada que ascende a fúria e o alardeio nos palanques e reuniões públicas,
vociferando contra os que querem abrir os olhos da população menos esclarecida.
O Brasil é um prato cheio para a implantação de um regime autoritário, onde o
povo, o verdadeiro povo não se manifesta, pois não tem conhecimento de causa
e participação política a não ser pelo
voto e nada mais. Ou você acha que é mesmo o povo que está nas ruas para
protestar? Ou você acha mesmo que foi o povo que pintou a cara para sair às
ruas e pedir o Impeachment de Fernando Collor que é “fichinha” diante de todos
os outros escândalos revelados nos últimos anos?
O regime totalitário sempre
utilizou o povo como escudo. E isso tem se repetido quando o governo responde
pelo povo, fala em nome do povo o que na verdade o povo não diz. Mas para
abrigar-se e justificar suas ações, o nome do povo é exaltado de maneira falsa.
A verdade não é o que a mídia oficial, o discurso oficial, o marketing oficial
diz. A situação está se tornando tão crítica que é possível que ocorra como o afundamento
do Titanic. Os músicos não puderam parar de tocar enquanto o desastre
aconteceu; continuaram tocando a bandinha enquanto cada um procurava uma
maneira de escapar. É como aquele vilão do filme que para passar em meio à
multidão diz para sua vitima sair sorrindo, abraçado, como se nada tivesse
acontecendo. Enquanto por um lado pessoas ligadas ao governo são acusadas e
condenadas, o governo insiste em dizer que tudo é intriga da oposição; aponta
os governos passados; seus presos vão para a cadeia desacreditando a justiça,
colocando-se como vítimas de calúnias e difamações. Isso é traço de caráter
digno de psicopatas; sociopatas e
outros “patas” mais; atitudes manipuladoras; gestos que trazem dúvida.
Pois um país em dúvida não cresce, não deslancha; um governo que vive na
defensiva e em ataques camuflados não trabalha além disso. É a luta invisível
pela manutenção no poder e para isso são capazes de atacar de todos os meios
possíveis; colocando gente que reza por sua cartilha em todos os âmbitos do poder;
nas empresas estatais; nas instituições, aumentando seu lastro, arraigando-se
de assalto toda uma nação, comprometendo seu futuro pela vaidade de uns tantos
que usurpam o poder para sua própria sustentação.
O povo continua na fila do peixe.
Não, não é para pescar. Observe o número de pessoas que entram para o programa
assistencial do governo e o número das que saem. Saem? Sim. Tem gente que sai.
Mas há muito mais entrando, não no mar, não em busca de isca ou anzol; entrando
na fila do peixe. Em regimes totalitários, o governo se estabelece numa figura.
É governo personalista em que o povo idolatra. É isso que querem fazer num país
que ainda não aprendeu a pescar.
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