terça-feira, 12 de agosto de 2014

"O FUTURO QUE HOJE SE FAZ"

Como prever o que vem por aí?
É preocupante o episódio recente de invasão dos perfis de Jornalistas comentaristas, como Mirian Leitão e Ronaldo Sardemberg e de políticos de oposição ao governo, entre eles o tucano José Serra no site Wikipédia. O mais preocupante ainda é a notícia de que a invasão ocorreu através de computadores do palácio do planalto. E, como sempre, para o governo isso é surpresa. É a tática do "não é admissível" e do "vamos apurar", quando o fato vaza, como se não houvesse um comando no âmbito político; "pode ser qualquer um lá de dentro", defende-se o governo passando uma imagem irresponsável, que não deveria ser o que esperar de um chefe da Nação. Desde os tempos do Lula na presidência notava-se sua repulsa à mídia sempre que algo escandaloso vinha ao conhecimento público através dos noticiários ou reportagens em revistas. Sempre fingiu que não era com ele. Recentemente em Portugal negou até que “conhecia” José Dirceu: “Não é gente de minha confiança” – disse o ex-presidente sobre o homem que foi o principal articulador de sua campanha à presidência da república e Ministro Chefe da casa Civil em seu governo.  Quando o cerco se fecha, é sempre assim: “Não sei; não foi comigo”; massacram outros para defender sua pele; é como a brincadeira de garoto que tocava a campainha de uma casa e saía correndo: “Não fui eu; nem eu, o que apertou foi para aquele lado lá”. O que fazer diante disso? Sem verdade não há liberdade, não há andamento; desenvolvimento, porque o tempo é usado para acusações e defesa.  O que é preocupante não é o fato de estarmos em ano eleitoral e que qualquer ação de um lado ou outro possa representar "intrigas" e jogo político pelo poder. O que preocupa é o perfil do governo, a maneira como tem agido e reagido diante desses episódios que aparentam ser sombra futura de suas ações se continuarem no poder. Há um projeto que aos poucos se faz notar no campo das manipulações da consciência coletiva no que tange à educação, à família que são a base de uma sociedade consistente. Os valores são invertidos; o governo passa a ser o patrocinador dos pobres, e a ascenção social não vem por méritos pessoais do trabalho e oportunidades assumidas por capacidade e mérito. O governo faz questão de se autoaplaudir pela "construção" de uma nova classe média, patrocinada demasiadamente pelo dinheiro público, deixando de operar nas áreas de desenvolvimento da Nação e suas estruturas.

O plano do governo Lula era colocar a população contra os meios de comunicação, desacreditando-os, a ponto de defender o controle social da mídia, como prevê o Fórum de São Paulo, que recentemente aprovou o controle da internet sob o argumento de garantir mais segurança para os usuários. É a utilização de bons argumentos, necessários, tendo como base uma necessidade real, porém, com finalidades escusas. De fato, “Controle Social” é apenas um nome dado para parecer que o povo é que vai “gerenciar” de acordo com o que acha correto e o que deveria ser. Isso é apenas sombra do que pode vir pela frente por um governo que tem um projeto de poder para mudar as estruturas do país a seu modo, para obter o controle de tudo. Esse regime de governo é de inteligência tamanha para manipular as massas desprovidas de entendimento, a começar por sua política assistencialista e outros benefícios que oferece à população mais carente a grande maioria dos brasileiros, pois  carentes são,  exatamente por falta de investimentos do governo em infraestrutura e criação de empregos sólidos, não aleatórios quando se fala em “canteiro de obras.”  A mídia oficial do governo, “chapa branca” mostra na televisão e em seus noticiários apenas o que é de seu interesse, fazendo papel de assessoria de imprensa junto ao povo; não há informação segura sem o conhecimento mais ampliado. É um povo iludido pelo deslumbramento de coisas e consumo, que não pensa no país, nem no futuro, mas em si mesmo. Um povo que está aprendendo a ter comportamento perdulário.  É o reflexo do governo que assim o faz.
Um grande País, é de oportunidades não de oportunismo.

Por outro lado as campanhas do governo entram  em suas peças publicitárias de instituições públicas, como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil; Petrobras, que geram milhões e milhões em recursos para a mídia escolhida pelo governo como um benefício à essas emissoras que faturam com a veiculação de publicidade. Não é novidade dizer que jornalistas “polêmicos” são ordenados a se afastarem da emissora em que trabalha sob a penalidade de perder a publicidade oficial. É um mecanismo antidemocrático tornar uma emissora refém desse comportamento que o governo impõe de maneira camuflada ao público; mantendo o sorriso e a política da boa vizinhança. O que se falou no editorial passado, esqueça, ”foi um equívoco  do articulista”. Mas ainda há os que não se vendem. E são poucos. Vivemos um país ainda atrasado porque os meios de comunicação são concedidos pelo governo e de algum modo ele tem o controle e, “por baixo dos panos”, existem acordos, não para falar bem do governo, mas algo que não o comprometa. É questão de política e poder; interesses na balança. "Pode jogar pedra, mas jogue as pequenas"; "critique, mas coloque dúvidas, fique em cima do muro nas conclusões." "Pode morder, mas assopre". É assim mesmo. Estamos diante disso. Não se responsabiliza a ninguém; culpa-se a um sistema, que aliás, é criado ou mantido pelos que exercem o poder. 

Todo ditador não gosta de ser questionado, até porque acha-se acima do bem e do mal; não reconhece seus erros, e procuram de modo oficial, com instrumentos do Estado, desacreditar seus críticos, muitas vezes em busca de explicações à Nação sobre sua administração; as falhas; a corrupção. Ditadores perseguem; acusam; defendem-se atacando primeiro. Perguntas  fora  de suas expectativas é uma cutucada que ascende a fúria e o alardeio nos palanques e reuniões públicas, vociferando contra os que querem abrir os olhos da população menos esclarecida. O Brasil é um prato cheio para a implantação de um regime autoritário, onde o povo, o verdadeiro povo não se manifesta, pois não tem conhecimento de causa e  participação política a não ser pelo voto e nada mais. Ou você acha que é mesmo o povo que está nas ruas para protestar? Ou você acha mesmo que foi o povo que pintou a cara para sair às ruas e pedir o Impeachment de Fernando Collor que é “fichinha” diante de todos os outros escândalos revelados nos últimos anos?
Liberdade é direito natural

O regime totalitário sempre utilizou o povo como escudo. E isso tem se repetido quando o governo responde pelo povo, fala em nome do povo o que na verdade o povo não diz. Mas para abrigar-se e justificar suas ações, o nome do povo é exaltado de maneira falsa. A verdade não é o que a mídia oficial, o discurso oficial, o marketing oficial diz. A situação está se tornando tão crítica que é possível que ocorra como o afundamento do Titanic. Os músicos não puderam parar de tocar enquanto o desastre aconteceu; continuaram tocando a bandinha enquanto cada um procurava uma maneira de escapar. É como aquele vilão do filme que para passar em meio à multidão diz para sua vitima sair sorrindo, abraçado, como se nada tivesse acontecendo. Enquanto por um lado pessoas ligadas ao governo são acusadas e condenadas, o governo insiste em dizer que tudo é intriga da oposição; aponta os governos passados; seus presos vão para a cadeia desacreditando a justiça, colocando-se como vítimas de calúnias e difamações. Isso é traço de caráter digno de psicopatas;  sociopatas  e  outros “patas” mais; atitudes manipuladoras; gestos que trazem dúvida. Pois um país em dúvida não cresce, não deslancha; um governo que vive na defensiva e em ataques camuflados não trabalha além disso. É a luta invisível pela manutenção no poder e para isso são capazes de atacar de todos os meios possíveis; colocando gente que reza por sua cartilha em todos os âmbitos do poder; nas empresas estatais; nas instituições, aumentando seu lastro, arraigando-se de assalto toda uma nação, comprometendo seu futuro pela vaidade de uns tantos que usurpam o poder para sua própria sustentação. 


O povo continua na fila do peixe. Não, não é para pescar. Observe o número de pessoas que entram para o programa assistencial do governo e o número das que saem. Saem? Sim. Tem gente que sai. Mas há muito mais entrando, não no mar, não em busca de isca ou anzol; entrando na fila do peixe. Em regimes totalitários, o governo se estabelece numa figura. É governo personalista em que o povo idolatra. É isso que querem fazer num país que ainda não aprendeu a pescar. 

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