Pregamos a verdade que liberta, mas nem sempre
experimentamos primeiro essa libertação. As coisas do mundo ainda são empecilhos para a nossa real comunhão com Deus e a nossa dedicação com as causas espirituais e eternas.
A mensagem apocalíptica pela qual o anjo clama ao mundo para que
tema a Deus e a Ele dê glórias, recai principalmente sobre que conhecem a verdade
e ainda vivem "mancando entre dois pensamentos". A detenção do conhecimento da
verdade para muitos, parece suficiente para justificar-se perante o mundo e
perante Deus. A vida em comum tem feito muitos cristãos condescenderem com os
usos e costumes secularizados, como um meio de sobrevivência, tendo como
princípio os cuidados com a vida, a busca do conforto supérfluo e a ostentação.
Os que ocupam cargos e posições de liderança sobre os demais, agem de igual modo
como os que não temem ao Senhor.
O cálice da ira de Deus vai se transbordar não só para os que
praticam o mal, os considerados ímpios que maquinam o mal incessantemente e o praticam, como
também para os que sob a “capa da piedade” de igual modo praticam o mal contra
o semelhante, sob o pretexto do “mal necessário, ” – eliminando de algum modo
os que parecem ser ameaça para seus negócios, amparados por argumentações
unilaterais, de concordâncias combinadas.
Os que se estribam em seu próprio conhecimento, achando-se
abastados e satisfeitos com suas proezas, deveriam avaliar-se individualmente
como está sua caminhada como discípulos de Cristo e se andam em conformidade
com sUas orientações, antes mesmo de trabalhar alardeando a conversão do mundo
para a verdade que prega.
Conhecer a verdade não é mais importante que praticá-la. Mas
para muitos, basta portá-la em mãos e difundi-la, como se fosse o “passaporte”
para a eternidade.
Jesus disse certa vez referindo-se a um grupo de pessoas: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu
coração está longe de mim.”
São estes mesmos para os quais serão dirigidas as palavras, “apartai-vos de mim, que não vos conheço.”
Sim, mas neste momento, muitos tentarão justificar-se pelas boas obras
praticadas. Sim, boas obras foram praticadas, mas paralelamente à iniquidade;
os motivos ocultos do coração que movem nossas mãos são vistos por Deus. Nada
escapa ao seu conhecimento. Ele não vê aparências como vê o homem. Um coração dividido entre as coisas da Terra e
as coisas do Céu, poderá não alcançar a
misericórdia de Deus, sem antes arrepender-se ao toque do Espírito Santo.
Desapegar-se de status, posições,
posses e bens, será o grande desafio para os cristãos nos últimos dias. Há
muita coisa que a muitos ao mundo prende. Ainda desejamos a riqueza material, e somos
capazes até de agir de maneira egoísta e desonesta para nos mantermos em nossas
posições.
Não basta conhecer a verdade, nem
pregá-la. É preciso chegar ao degrau da libertação. A "libertação da verdade" não é algo técnico ou teórico, como se o acesso a uma verdade fosse suficiente para reconhecer a mentira. A libertação gera um processo de desapego às coisas que nos levam ao erro. É nesse ponto que o
Espírito Santo fará sua obra por nosso intermédio, porque em primeiro lugar, seremos
libertos do mundo e de suas cobiças.
Nenhum comentário:
Postar um comentário