Se assim não fosse, nossa vida
seria mecânica, “automática”, e as
coisas aconteceriam de fato, sem termos a oportunidade de manifestar a nossa
vontade, apesar de em aspectos pontuais e definidos, que fogem ao controle de
nossas opiniões, acontecerem, independentemente do nosso comando. Assim é a vida. Assim é a morte. No campo da
convivência humana, é natural que o desajuste social seja também reflexo de
ações desajustadas, escolhas e comportamentos equivocados que acabam
interferindo na vida de outras pessoas. Apesar de termos direito a escolha,
podemos admitir que nem tudo o que nos ocorre foi de fato algo que escolhemos.
Por vezes, colhemos consequências que outros plantaram. Mas, conscientemente,
ao admitirmos essa deficiência que “herdamos”, cabe a nós decidir o que faremos
a partir dessa realidade que enfrentamos.
Assim Deus nos criou. Com
liberdade. Essa liberdade não limita-se apenas à escolha que você não fez,
de cujas consequências paga um preço que não acha justo. Mas a liberdade de
entender e procurar identificar o seu papel diante da desordem que se alastrou
pelo mundo. Aliada a essa liberdade está a sua vontade. É a vontade que nos
move a agir em situação que entendemos ser necessário um trabalho para a nossa
recuperação e restauração diante de uma realidade que não podemos alterar. Para
muitos o “livre arbítrio” é confundido em sua interpretação pelo fato , por exemplo, de alguém ter vontade
de pular de um prédio, assim o fazer e perder a vida. Pergunta-se: que
liberdade é essa que você escolhe e paga as consequências? É importante entender
que o “livre arbítrio “ bem exercido
pelo indivíduo, não despreza a lei natural das coisas. A “lei da gravidade” empurra para baixo. O contato com o solo, pela
lei da física, causa danos ao corpo que contra ele se choca. Ter livre
arbítrio, não significa que alguém pode escolher a tudo, sem que haja uma
reação contrária ou a favor da escolha praticada. É preciso que sejamos juízes
de nossas ações. E a liberdade nos dá, inclusive o direito de nos defendermos
diante do que praticamos.
Foi assim que Deus julgou Adão no
Éden, quando ao perceber que havia ultrapassado o limite da lei do criador,
escondeu-se. Deus deu a ele a oportunidade de defesa, quando o perguntou: “Adão,
onde estás?”
Estar em conformidade com as leis
de Deus e as leis do universo, é uma escolha, um direito, que bem exercido,
terá sua consequência; assim como andar em desacordo com essas leis, também
trará consequências. É preciso, portanto, termos a capacidade de julgar as
nossas ações, não só de acordo com os costumes criados pela sociedade, que mesmo sob respaldo de suas regras, não trariam
imunidade ao indivíduo para se esquivar dos resultados de suas ações, mas
importa que o senso de justiça e consciência de seus atos o torne digno do que
recebe em troca do que se faz.
Ao fazer hoje o julgamento, ou
seja, o nosso “arbítrio”, de que maneira vislumbramos os resultados da escolha
que fazemos, segundo as experiências vividas, sem contar aquelas nas quais não
podemos interferir?
Ninguém poderá julgá-lo melhor
que você mesmo. Mas é preciso entender, que não bastam os respaldos de leis
criadas para sustentar algo de que não se pode mais controlar, pois tornou-se
uso comum, mas como essa legalidade interferirá na sua moral e em seus diversos
setores da vida.
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