E assim, vivemos numa sociedade
que hoje sabe cobrar seus direitos pelo grito, pelas manifestações, pelos “rolezinhos”, criando situações
provocativas aos que não concordam com
seus métodos de exigência, sem entender que direitos, de fato, sobrepõem
àquilo que tentam nos fazer aceitar como regra.
Método é “meio” que se utiliza para chegar a um fim desejado
ou sugerido. Os resultados não são um fim em si mesmo. Há um trabalho, um
desenrolar para se alcançar aquilo a que nos propõem ou propomos a nós mesmos. Na
biologia o ciclo vital se estabelece com o nascimento, crescimento, reprodução,
envelhecimento e morte. Há um passo a passo, há etapas a serem cumpridas.Quando perdemos de vista o sentido de que na vida há etapas a
serem cumpridas, e que na vida social, dos relacionamentos; na vida estudantil
e profissional e em todos os campos, perdemos também a noção do que é nosso
direito por direito, em relação aos direitos que entendemos ou nos fazem
entender que temos. Mas direitos e obrigações são dois elementos fundamentais
para não perdermos o senso do nosso papel e do resultado que ele pode nos
trazer.
Estamos diante de um cenário de modernidade, de um “crescimento”
social e até mesmo de distribuição de renda, em que os objetos
tornam-se alvo de conquistas por direito; que um tênis de marca, um celular, roupas
de grife e tv por assinatura, dão respaldo para os discursos do enriquecimento
da população, assim como viajar de avião e ter uma mesa mais farta. Aprendemos que "o nosso desejo é uma ordem". Quando
tratamos essas questões como um fim em si mesmo, sem considerar os métodos e as
fórmulas utilizadas para a conquista daquilo que se deseja, passamos a correr
sérios riscos, principalmente quando percebemos que os exemplos educam a essa
nova geração cheia de expectativas e faltas de preparo e conhecimento de seus
deveres como pessoa plenamente atuante e participante de uma sociedade
organizada. Os mesmos que promovem a abertura do consumo para todos – como sendo
um direito - deveriam estar preocupados de igual modo com a questão
educacional, que começa, principalmente no lar, depois, reforçada pela que
recebe no âmbito escolar. Hoje, discute-se se “rolezinho” em shoppings e
ambientes privados, é ou não direito da juventude sem opção de lazer. Quando
caso como esse é levado para a discussão no âmbito do “direito”, é provável que
estejamos longe do crescimento e mudança social que perseguimos; quando nossa
acalorada discussão, gira em torno dos que constatam e contestam a realidade
social como os culpados das ações dos outros.
Em sociedade, somos afetados por tudo o que ocorre a nossa
volta, porém, é preciso entender que a responsabilidade é individual. Essa
conduta tem a ver com o amadurecimento espiritual e educação recebida que de
certo modo ajuda o indivíduo a refrear sua ira, a canalizar o descontentamento
e crítica para proposições. Isso faz parte da construção do nosso caráter, dos
valores que imprimimos em nós mesmos, não para fazer justiça com as próprias
mãos ou nos sentirmos justos diante dos outros, mas para que a nossa vida em
comum não seja motivo para a desordem, a desagregação e desavenças entre
pessoas.
Os governos tem suas responsabilidades em questões de
infraestrutura, não só de tecnologia, em alta no mundo. Procure observar, hoje,
nos grandes centros, se os hospitais que funcionavam há 20 anos tem capacidade
para atender de forma digna o número de pessoas que procura atendimento.
Procure observar nas escolas
públicas hoje, a diferença que há entre as que funcionavam 20 anos atrás? Assim
ocorre com o transporte público, com a questão ambiental, entre outros setores.Compare o número de habitantes no pais há 20 anos e veja quantos hospitais foram construídos nesse período; quantas escolas foram inauguradas; portos, aeroportos, ferrovia, estradas.
Há crescimento populacional sem o planejamento proporcional
para garantir a oferta do que é essencial. Trocar infraestrutura por tecnologia
é uma maneira cômoda de mostrar algum avanço; estimular o consumo e distribuir
renda, talvez seja politicamente mais viável do que se preocupar com trabalhos a longo
prazo.
Há muitos que criticam o fato de haver condições de uma família humilde possuir eletrodomésticos, tv por assinatura, reivindicarem o direito de comer e beber, e viajar, e que por outro lado se calam na busca do direito de não pisar na lama quando deixam os portões de casa; que tenham transporte que funcione; que do celular ligue para a assistência médica e tenha atendimento digno nos hospitais e postos de saúde; que seus filhos tenham escolas dignas e educação de qualidade. E assim, vivemos numa sociedade que hoje sabe cobrar seus direitos pelo grito, pelas manifestações, pelos “rolezinhos”, criando situações provocativas aos que não concordam com seus métodos de exigência, sem entender que direitos, de fato, sobrepõem àquilo que tentam nos fazer aceitar como regra. Daí criam seus próprios conceitos sobre o que é preconceito e afins e a manifestação do diálogo propositivo não tem lugar, a não ser a reação do mesmo modo, da outra parte. O problema não é superficial sobre os quais discutimos. A questão da educação, a formação de caráter, as decisões e escolhas que fazemos, tem muito a ver com o que absorvemos do meio em que vivemos, mas não podemos esquecer que temos "vontades" e a nossa vontade precisa estar pautada no respeito ao que nos é direito e o que é direito do outro. E quem está trabalhando para que os direitos constitucionais da Nação sejam garantidos? Não importa o grau que alcançamos na escala social, seja em questões políticas, sociais ou profissionais. Levamos conosco o que somos, onde quer que formos. Mas olhando as experiências afora percebemos que ainda “crescemos” pequenos. Resumimos nossas conquistas pelo fim, não pelos meios percorridos e pelo tempo que a caminhada requer. Queremos ganhar, mas esquecemos que precisamos investir. Ainda menores nos tornamos, quando somos levados a acreditar que vamos depender apenas que os governos nos ofereçam o pão, sem entender que desde que o mundo é mundo, o “pão” sempre foi fruto do trabalho e que o trabalho dignifica o homem. E se aprendemos e vivenciamos pelas experiências ao redor, que assim não é agora, precisamos rever nossos conceitos. Mas para os governantes, ainda é tempo de fazer seu povo acreditar que o governo é seu provedor. E isso tem dado certo, pelo menos na "superfície". E se ainda reivindicamos o que já é direito constitucional em nosso país, é sinal que não alcançamos, sequer, a base da pirâmide social.
Há muitos que criticam o fato de haver condições de uma família humilde possuir eletrodomésticos, tv por assinatura, reivindicarem o direito de comer e beber, e viajar, e que por outro lado se calam na busca do direito de não pisar na lama quando deixam os portões de casa; que tenham transporte que funcione; que do celular ligue para a assistência médica e tenha atendimento digno nos hospitais e postos de saúde; que seus filhos tenham escolas dignas e educação de qualidade. E assim, vivemos numa sociedade que hoje sabe cobrar seus direitos pelo grito, pelas manifestações, pelos “rolezinhos”, criando situações provocativas aos que não concordam com seus métodos de exigência, sem entender que direitos, de fato, sobrepõem àquilo que tentam nos fazer aceitar como regra. Daí criam seus próprios conceitos sobre o que é preconceito e afins e a manifestação do diálogo propositivo não tem lugar, a não ser a reação do mesmo modo, da outra parte. O problema não é superficial sobre os quais discutimos. A questão da educação, a formação de caráter, as decisões e escolhas que fazemos, tem muito a ver com o que absorvemos do meio em que vivemos, mas não podemos esquecer que temos "vontades" e a nossa vontade precisa estar pautada no respeito ao que nos é direito e o que é direito do outro. E quem está trabalhando para que os direitos constitucionais da Nação sejam garantidos? Não importa o grau que alcançamos na escala social, seja em questões políticas, sociais ou profissionais. Levamos conosco o que somos, onde quer que formos. Mas olhando as experiências afora percebemos que ainda “crescemos” pequenos. Resumimos nossas conquistas pelo fim, não pelos meios percorridos e pelo tempo que a caminhada requer. Queremos ganhar, mas esquecemos que precisamos investir. Ainda menores nos tornamos, quando somos levados a acreditar que vamos depender apenas que os governos nos ofereçam o pão, sem entender que desde que o mundo é mundo, o “pão” sempre foi fruto do trabalho e que o trabalho dignifica o homem. E se aprendemos e vivenciamos pelas experiências ao redor, que assim não é agora, precisamos rever nossos conceitos. Mas para os governantes, ainda é tempo de fazer seu povo acreditar que o governo é seu provedor. E isso tem dado certo, pelo menos na "superfície". E se ainda reivindicamos o que já é direito constitucional em nosso país, é sinal que não alcançamos, sequer, a base da pirâmide social.
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