A riqueza sempre
foi colocada como um empecilho
para se alcançar espiritualidade elevada. Há quem diga de que quanto maior a
riqueza para administrar, mais preso a ela o homem fica.
Por outro lado é importante
entender que a riqueza enquanto acúmulo de bens, sem que o valor imaterial das
conquistas seja observado, a tendência é de que esse “rico” pode ser
espiritualmente pobre. Há ricos, ricos.
Há pobres, ricos, e há ricos, pobres, e pobres, pobres. A riqueza não consiste
apenas nos bens que uma pessoa adquire, vai
muito além disso.
A Bíblia revela na carta à Igreja
de Laodicéia,
de que Deus conhecia suas obras, inclusive sua ostentação e riqueza,
mas a
ela foi dado o alerta de que era
pobre, cega e nua. (Apocalipse 3:17)
No contexto do jovem rico, para
entrar no céu, teria que vender seus bens e distribuir aos pobres e assim teria
um tesouro eterno. Ele foi instigado a exercer a caridade, mas é possível que a
caridade como um fim em si mesmo, sem o significado espiritual, não tenha valor para levar alguém
ao céu. (Mateus 19)
A riqueza ou a pobreza mencionado na Bíblia, portanto, não leva em
conta o que é material.
O exemplo do homem que guardava
em seu celeiro muito mantimento e se alegrava em sua alma por tanta fartura, ao
qual se fez a pergunta: “louco, se esta noite pedirem a sua alma, o
que tens preparado para quem será?” é um alerta para ensinar que ter
apenas recursos para viver bem, não significa que lhe
será franqueada a eternidade. A
condição de pobre ou rico materialmente não representa absolutamente nada no
campo espiritual. (Mateus 12)
Por isso, é tão pecado ser rico
ganancioso e egoísta, como ser pobre cobiçoso ou invejoso. A condição monetária
do indivíduo por outro lado, pode dar a ele a oportunidade de desenvolver a
caridade ou generosidade; enquanto o pobre que retém o pouco do que tem com
medo de que lhe falte o que comer, pode torná-lo espiritualmente como aquele
que confia apenas em suas forças, assim como o rico que retém suas riquezas com
medo do futuro. (Tiago 4:2)
A riqueza significa libertação
espiritual e de conceitos que aprendemos a respeito disso. É muito comum
demonizarmos os ricos e santificarmos os pobres, sendo que espiritualmente,
ambos podem ser semelhantes em suas ações
proporcionalmente a suas possibilidades.
No Sermão da Montanha, quando
Jesus disse que os “pobres de espírito” eram
felizes, porque esses reconheciam sua dependência de Deus, os que não são
orgulhosos. (Mateus 5). Há muitos ricos “pobres de espírito” assim como há
muitos pobres, “pobres de espírito”.
Quando o verso lembra que “é
mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha do que um rico entrar no céu”
– não está fechando as portas do céu para o rico, mas revelando, com
isso, que o rico precisa deixar todas as cargas e sentimentos que o torna preso
ao mundo.
A agulha a que se refere esse
verso era uma entrada em Jerusalém usada pelos retardatários, pois as portas da
cidade fechavam as seis horas da tarde e somente pela agulha, uma entrada usada
como alternativa era possível entrar. Os camelos passavam de joelhos e sem
cargas. As cargas precisavam ser retiradas de seus lombos para conseguir passar
por aquele espaço apertado.
Quando Jesus repreendeu seus
discípulos que reclamaram o valor caríssimo pago por Maria Madalena para ungir
seus pés, é porque eles não tinham reconhecido a importância daquele gesto.
Jesus não rejeitou o perfume que ungiu seus pés, pouco antes de sua morte,
mesmo tendo custado uma fortuna, mas
disse aos discípulos que sugeriram que com o valor poderia ajudar aos pobres, o
Mestre os lembrou que os pobres estariam sempre com eles, e que poderiam
exercer a caridade.
Não é pecado ser rico, nem pobre.
Seria diminuir, reduzir a salvação a coisas referentes a uma condição social. Não
significa que um pobre monetariamente seja um pecador, nem que o rico
financeiramente seja um desonesto.
Existem meios de se alcançar
riquezas materiais. Riqueza tem mais a ver com sabedoria do que com o produto
final, que é apenas uma materialização do que o indivíduo sonha e planeja. Especialistas
motivacionais e experientes em área das finanças dizem conhecer o caminho da
riqueza e segurança financeira, porém, essa questão não está ligada diretamente
as coisas espirituais, mas aos objetivos que alguém traça para sua vida e não
há nada de pecado nisso até o ponto em que essa busca interfira nas coisas do
espírito. Tem a ver com planejamento e técnicas operacionais para ser bem
sucedido nessas áreas. A riqueza não está ligada diretamente ao dinheiro, nem a
pobreza. Tem a ver com o que o individuo
tem dentro d’alma. “Onde estiver o teu
tesouro, ai também estará o teu coração.”
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