sábado, 22 de dezembro de 2012

E QUANDO A FESTA ACABAR?



Se você faz da sua busca o motivo para viver, o que fará depois de encontrar o que tanto quer?

Importa o que vem depois?
             Ele vinha cambaleante pelas ruas, ainda com uma lata de cerveja na mão. Perdeu o último ônibus para casa e dividia a rua com cachorros que se encontravam para fuçar as latas de lixo a procura de comida. Suas roupas estavam suadas, com manchas parecia da bebida que consumia. Ele havia pouco tempo antes curtido uma festa com vários amigos. Dançou até o último instante, aproveitando cada embalo enquanto ainda lhe restava um pouco de sobriedade. Estava de volta para casa. Essa era sua rotina de fins de semana. Não perdia um baile sequer, porque brilhava com suas performances. Mas, no fim da festa, tudo volta como antes. O brilho e a sensação de importância que esses momentos lhe conferem, parecem ser a grande motivação de sua vida.
Para muitos, basta viver o momento
E quando a festa acabar e se juntarem os guardanapos que caíram ao chão; quando  as  luzes se apagarem e o som daquela música não mais  tocar, o que sobrará, o que ficará? Quando os livros se fecharem e os aplausos  se  findarem, o que virá depois e que motivação terá? Quando um dia a cartilha  em  sua  mão não mais  existir, e  sem à volta  um  alguém pra lhe dizer, o que restará?  O que  saberá? Se o motivo que  lhe  faz viver é o temporal  de  sua vida,  o que fará então, quando esse temporal passar?

Quando o vento mudar o rumo, quando o mar se acalmar, o que  dará  motivo para você sentir-se como sempre sonhou? Se as ondas que se quebram são  a força que lhe move;  se o “dançar “ conforme a música embala os seus atos, o que será, então,  quando faltar-lhe energia  ou  surgir a calmaria?  Se você faz da sua busca o motivo para o seu viver, o que será, então, quando encontrar o que tanto quer? Seria o buscar por algo, o mais importante, ou aquilo que restará em você quando sentir-se realizado? Assim, o que pode haver  de novo  pra  lhe fazer viver e sentir  de  novo?
Para quê  buscar passos tão distantes, sem viver em cada passo, o sentir do seu momento? Aí bem dentro do seu ser, você pode sentir que a vida pode, e assim será, do jeito que  você  quer  e faz dela.  Se  você aceita sua vida, do jeito que você a constrói, pense no que virá depois. O que será, quando o temporal passar, quando a chuva terminar  e  as nuvens recolherem-se?

O que haverá de novo?
O que será quando o sol se  pôr,  anunciando que um dia terminou?

Um outro dia  é igual  ao que se finda. A diferença é você quem faz.  O sol que se vai, em ar crepuscular é o mesmo que retorna para a vida iluminar!
O que, então, haverá de  novo?  A vida não se resume em momentos, em alguns momentos apenas. A vida é cíclica, como uma roda gigante. O que vivemos hoje é o reflexo de ontem. E assim será o amanhã. Dificilmente o que você vive hoje será diferente no futuro. Mas tudo pode mudar se decidir fazer diferente agora,  ao descobrir a  regra  universal  para uma  vida  feliz. 
Pode ser tarefa difícil viver a vida em função de um depois, pois na verdade, não dá para saber ao certo o que ocorrerá. Nem sempre o que acontece a uma pessoa, as emções que vive, as sensações sentidas, os desejos realizados ocorrerão do mesmo jeito ou com a mesma intensidade com outra pessoa. Mas quando tratamos de princípio universal, de igual modo, todos poderão ter o mesmo destino ao praticá-lo ou não. É comum a todos embriagar-se ao tomar bebida alcoólica. Alguns sendo mais resistentes que o outro, por fim acabarão bêbados, exatamente porque houve uma interferência alcoólica no organismo e o efeito é o mesmo em todos. Portanto, o que vemos ocorrer a nossa volta por quebra ou interferência em um princípio, a consequência pode ser semelhante, ainda que o fim seja diverso de acordo com o comportamento assumido por cada indivíduo. Alguns podem escapar quando ultrapassam o sinal vermelho. Mas esse comportamento repetitivo, leva como consequência a um acidente, mais cedo ou mais tarde. Há os que se comportam de maneira desregrada com seu estilo de vida, sem respeitar os sinais de alerta, os mais resistentes podem ter uma maior sobrevida, mas a tendência é que esse comportamento repetitivo tenha como consequência uma doença aliada a esse estilo de vida. 

O percurso para o abismo sempre parece seguro
 Por isso é muito importante que de maneira racional e consciente prestemos atenção no caminho que decidimos trilhar; nas escolhas que fazemos, nas decisões que tomamos. Isso certamente servirá como medida preventiva, ainda que não tenhamos certeza de que o que ocorre aos outros ocorrerá a nós também. 
A questão é que o caminho para o abismo, levará ao abismo, não importa se a passos longos ou curtos. Mas é possível ao indivíduo voltar atrás quando se dá conta do rumo que está tomando. Muitas vezes isso ocorre no momento final, pois o caminho para o abismo também tem trechos seguros e confortáveis e até belas paisagens. Quando alguém se depara com uma rua sem saída, sua tendência naturalmente é voltar. Mas a volta pode ser difícil, porque atrás sempre tem alguém que entrou pelo mesmo caminho e bloqueia também a passagem de volta, porque não se dá conta do que aconteceu lá adiante. As interferências e obstáculos nesse retorno podem ser dolorosas. Precisamos abrir mão de muitas coisas, as vezes daquilo que acostumamos e que, de certo modo, nos causam boas sensações e prazer. Muitas vezes, aniquilar o nosso orgulho e admitir que erramos e queremos acertar. A volta muitas vezes é dolorosa, mas é uma dor que precisa ser enfrentada para que a cura seja processada, um novo rumo seja redefinido.
 
Alguns hoje olham para trás e percebem que sua vida não tem contentamento e dariam de tudo, se pudessem voltar ao passado e fazer tudo diferente. Outros admitem que de tudo o que fizeram, "o importante é que emoções viveram". Muitas vezes essa admissão ocorre exatamente porque ninguém pode mudar o passado.  Mas, seja com que ponto de vista a vida é enxergada, todas as nossas ações trazem consequências, sejam elas boas ou más. Dificilmente poderemos prever o nosso futuro com precisão levando em conta nossas perspectivas. Podemos até imaginar, planejar, mas tudo precisa estar dentro do que naturalmente é estabelecido para o nosso bem. As orientações existem. Até mesmo os exemplos que observamos à nossa volta. Exercer sabedoria é fazer algo que nos ajude a construir uma vida sólida, prazerosa e que a alegria não seja algo momentâneo, mas que se estabeleça por uma condição espiritual que nos eleve ao que nos faça sobrepor aos nossos desejos destrutivos, ou a emoções provocadas por impulsos que ganhem mais força que a razão que nos leva a escolher de maneira inconsequente. Nossa vida pode ser feita de bons momentos. E isso também é uma questão de escolha, em que a emoção e a razão sejam vividas de maneira harmoniosa. 
Aqui cabe bem uma paráfrase do conselho dado pelo sábio Salomão: "Lembra-te de Deus nos dias da tua mocidade, antes que venha a velhice e perceba que sua vida não valeu a pena". (Eclesiastes 12)





 

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