Qual é a cara do Brasil? |
O Brasil mudou:
perdeu a energia combativa por
também corromper-se, vendendo seus valores. São corruptos dominantes por
corruptos dominados.
O governo tem suas orquestrações para minimizar a importância
da mídia pela qual a população torna-se pelo menos informada do “fogo
que há por trás da fumaça”, na tentativa de torná-la desacreditada. No
regime democrático, a punição aos meios de comunicação não se dá por morte ou
prisão e o fechamento de empresas jornalísticas, pois isso representaria ato
criminoso por parte do governo. Mas essa ‘punição’ começa a partir de uma
guerra ideológica e lavagem cerebral, pois quem detém o poder tem mais força de
manipulação, lançando mão de recursos no momento conveniente para colocar em dúvida o
que a mídia divulga. Por outro lado, há empresas de comunicação que se sustentam em grande parte por meio de publicidade de empresas estatais e notícias de sua assessoria da imprensa que desembolsam milhões para patrocinarem programas, grandes eventos, etc., não só no âmbito federal. O governo tem um
batalhão de militantes por todos os lados, no sentido de ser uma ‘tropa’
trabalhando para desviar o foco das discussões. As sucessivas críticas à mídia,
acusada de manipuladora, partindo de grupos ligados ao governo, que se espalham
pelas redes sociais, não mais nos meios de comunicação convencionais, que também
exercem grande influência na sociedade, por teoricamente ‘representar o povo’,
tenta colocar a opinião pública contra os meios de comunicação que deveriam
representar os interesses dos cidadãos. Já não era de se esperar o contrário.
Desde o início do governo petista, ele já demonstrava preocupação com a mídia,
inclusive o PNDH 3 prevê seu controle, de acordo com os critérios que o próprio
governo estabelece. Várias vezes em discursos públicos, o então presidente Lula
de maneira agressiva demonstrava seu ódio à imprensa por suas várias tentativas
de expor à opinião pública as mazelas do governo que a longo prazo acaba afetando a vida da
nação.
Esta é uma sombra que assusta por muitos anos países ditadores, que
cerceiam a liberdade de expressão, prendem, caçam, e fecham veículos de comunicação,
porque a ditadura dá legitimidade ao governo de agir quando se sente ameaçado
em seu projeto de poder. Seja de que maneira observamos a mídia hoje, a verdade é
que todos os meios de comunicação também estão a serviço de interesses que
desconhecemos como cidadãos e consumidores de informação, mas tudo fica no campo das hipóteses. O mesmo (campo das hipóteses) não
acontece quando o governo age de maneira demasiadamente corrupta, pois a
população sente seus reflexos na saúde, educação, segurança, entre outros
direitos garantidos pela constituição, ainda que tente mostrar-se simpático ao povo por meio de medidas populares para arrefecer o descontentamento em questões mais importantes. A discussão sai do campo hipotético,
mesmo que o governo insista em dizer que tudo não passa de manobra política
para desestabilizá-lo, pois fica uma sombra a ser dissipada. O governo, com todo o poder de ação nas mãos, continua
passando-se como vítima de 'forças ocultas' que tentam derrubá-lo ou manchar sua
imagem diante da opinião pública. E mais uma vez levantam fantasmas do passado para diminuir suas responsabilidades do presente. Mas, a quem interessa a perpetuação de
governos corruptos no poder? A quem interessa as denúncias gravíssimas de
corrupção que ocorre nos bastidores do governo? Por que ainda observamos a defesa dos acusados
de crimes contra os cofres públicos, considerando-se inocentes mesmo depois de
julgados?
Por que se calam aqueles que acusavam e não acusam mais? Quem
tem o maior poder de fogo nessa briga? É quem pode pagar, ou quem recebe?
A mesma ‘força oculta’ que o governo suspeita de perseguição, é
a mesma ‘força oculta’ que faz com que os perseguidores diminuam o tom, pelo menos diante da opinião pública que está muito distante do que realmente ocorre nos bastidores do poder, na 'calada da noite', por trás das cortinas, com os microfones fechados e câmeras desligadas. Essas coisas não interessariam ao povo? Como um governo que é levado ao poder pelo povo se recolhe ao direito de fazer algo às escondidas? Que democracia é essa que sonega do povo que elegeu seus representantes informações consideradas sigilosas? O que haveria de monstruoso por trás das cortinas do poder, que assustaria a população? E mesmo que sendo acusada de passar por cima das regras, as denúncias que a mídia traz à luz por meio de informações, não mereceriam atenção?
E de que lado fica o povo, diante dessa guerra que envolve
poderes maiores e menores?
Não é momento de tomarmos partido em defesa cega de um
governo corrupto que se sustenta com discurso socialista, de igualdade, mas que
no fundo seus representantes tornam-se desiguais ao povo, pois tornaram o poder
grande fonte de lucros pessoais por meio do tráfico de influência e poder de
decisão e persuasão, fazendo uso de horários obrigatórios na televisão e no rádio
com o objetivo não de prestar contas, de explicar-se diante das mazelas
apresentadas, mas desviando as pessoas, usando a isca certa no momento certo
para arrefecer o ânimo daqueles poucos que buscam uma explicação. Também não é
prudente tornarmo-nos consumidores de determinada mídia, mas fazer o bom uso da
liberdade de ouvir outras opiniões, ler outros editoriais, para que a nossa
opinião seja formada de maneira consciente, não sugestionada por interesses
escusos. No âmbito da disputa pelo poder, não há santos. Todos disputam de maneira demoníaca
ocupar seu espaço, pois toda disputa leva a busca de interesses pessoais, o
forte sobre o mais fraco, a opressão de uns contra os outros, e nessa luta
ganha quem tem raízes mais profundas no sistema que impera e que dita as regras
do jogo, ganha aqueles que ampliam seus tentáculos em todas as esferas do
poder. Assim pretendem reinar livres, sem oposição, pois com a ampliação de seu
poder em todas as esferas, na política, jurídica e ideológica, elimina-se todos os que se opunham a seus
projetos de perpetuação no poder. E o povo é usado apenas como elemento de
legitimação para que governantes ascendam em seus cargos por meio do voto, que
não é consciente, mas sugestionado por promessas, pela construção de sonhos que
levem o povo a acreditar em mudanças e a imaginar um virtual progresso.
Acautelai-vos quando o interesse do governo é diminuir a
importância da informação, mesmo que seja uma denúncia. Toda denúncia deve ser
apurada para depois se formalizar a acusação e a defesa. O que ocorre é que a
defesa sempre acontece antes da apuração, como se fosse uma barreira de
proteção, uma blindagem, que coloca dúvidas quanto ao denunciante, o que sugere
que muita coisa pode haver por trás da preocupação do governo em sua tentativa
manter uma imagem ‘limpa’ e impoluta diante da opinião pública.
É preciso deixar a visão apaixonada de partidários.
Precisamos usar nossa prerrogativa de cidadãos. E a preocupação contra a
manipulação não deve ser do governo, pois quando governo se coloca como vítima,
algo mais sério pode estar acontecendo. Onde
estão os caras
pintadas? Onde estão os sindicalistas? A grande verdade é que tanto sindicalistas, quanto caras
pintadas eram arregimentados também a serviço de algum poder. Nem sempre as
grandes manifestações representam, de fato , o anseio do povo. São grupos que se
organizam autodenominando-se representantes
do povo.
O governo descobriu que a melhor maneira de calar a oposição, é levar
os opositores para o seu lado. E foi isso o que aconteceu. Ele faz isso ‘comprando
com dinheiro’ ou oferecendo cargos. O Brasil perdeu a energia combativa por
também corromper-se, vendendo seus valores. São corruptos dominantes por
corruptos dominados. Quem grita mais é que parece ter razão. Quem detém o
poder, parece utilizar todos os meios em sua defesa e é assim que acontece. Mas
todo esse sentimento de justiça deve partir de cada indivíduo que reconhece o
seu valor nessa intermediação e fazer valer a máxima de que o poder emana do
povo.
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