sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O IRMÃO PALHAÇO



       
Um  homem que ganhava seu pão de cada dia como palhaço converteu-se ao evangelho. Ao chegar à igreja fantasiado, muitos ficaram surpresos pela maquiagem característica e roupas coloridas que usava em suas apresentações, também como malabarista nos sinais de trânsito.  As vezes era contratado pelas lojas comerciais, onde anunciava com um megafone as promoções. Era  o  seu ganha pão. O seu meio de vida que também lhe trazia muitas alegrias e aos outros também.
- Eu quero dar o meu testemunho! – disse ele ao dirigente da Igreja diante de todas as pessoas que lá estavam.  
              Ele disse que a única coisa que sabia fazer era ser palhaço e malabarista, e que assim, com o que tinha de mais importante, gostaria de expressar sua satisfação. O pedido foi concedido, apresentando com muita alegria o seu número. Muitos na igreja ficaram assustados; outros se escandalizaram e chamaram o pastor para reunir-se e dar explicações sobre a permissão que o dirigente deu ao irmão palhaço.
O que haveria de mal neste homem que desejou apresentar a Deus aquilo que fazia de melhor? Nada de mal. Absolutamente nada, apesar de chocante por não ser algo comum dentro de uma igreja.
O irmão palhaço entendeu, depois, que seu louvor a Deus não precisava de apetrechos externos, nem de máscaras, nem de malabarismo e  que o louvor do coração, reconhecendo a grandeza e a soberania de Deus, é que fez diferença em sua vida.

Você não deve se preocupar com o que vai oferecer a Deus.  Diante dEle você não precisa usar máscaras, porque Ele entende e conhece o seu coração e os seus motivos. Jesus lhe aceita do jeito que você está, mas ao encontrar-se com Ele, você certamente será diferente, de corpo e alma limpos!

“Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” (Mateus 11.28-30)


QUEM SEMEIA CHORANDO

"Quem semeia em prantos, colherá com alegria." Salmos 126. 

Quando olhamos atentamente para essa frase contida na Bíblia, temos uma clara resposta de que nada na vida acontece sem esforço. "Semear chorando" denota sacrifício, dedicação ao trabalho. A alegria é a compensação pelo resultado obtido. 

A parábola do servo infiel mostra várias características do ser humano. Os que trabalham muito, pouco, e os que são tímidos. (Lucas 19:17-27).

Há poucos dias, almoçando à mesa, meu filho elogiou o arroz, que estava muito saboroso. Aproveitando o ensejo perguntei-lhe se sabia como o arroz era plantado e o caminho que percorreu para chegar à mesa. É realmente um caminho longo, desde o preparo do solo, os cuidados, o cultivo, o transporte, etc. 

O trabalho e a produção precisam ser compreendidos e valorizados. "Aquele que tratar da semente, comerá do seu fruto." Isso é fato. 

         É natural desde pequenos, aprendermos a consumir. Somos consumidores por natureza, mas quando descobrimos a importância e o valor da produção, nossa vida ganha outro sentido em muitos aspectos. É preciso entender que para o consumo de uns, é necessário a produção de outros. Quando vivemos apenas como consumidores passivos, exigentes e murmuradores por desconhecermos a origem das coisas, nossa vida parece não apresentar nada de especial que contribua com outras pessoas. 
         O despertamento para nossas potencialidades e a maneira como empregamos nossas habilidades a serviço de outras pessoas é que trará motivação à vida. 


           No aspecto que envolve ideologias políticas, há ideias que motivam pessoas a se levantarem contra determinadas classes, consideradas "dominantes e usurpadoras dos mais pobres", sem contudo, orientar que todas as conquistas materiais vem pelo trabalho, essa política acaba tornando pessoas dependentes de alguém que lhes estendam a mão. Quando desviamos o nosso olhar daquilo que o outro possui, observando o que podemos ter com nossos próprios esforços, empenharemos nossas energias para a produção de algo proveitoso que se multiplica, assim como no plantio de uma semente que germina e dá muitos frutos.  Vivemos a realidade hoje em dia em que muitos ostentam objetos e coisas que dão a impressão de poder. Mas o real poder está nas mãos de quem produz, não dos que consomem.             Orgulhar-se pela adequação aos padrões sociais do consumo é uma mostra do desprezo sobre o real valor das coisas. A exploração política ao elevar o patamar de consumo das pessoas, é roubar-lhes o incentivo à produção e ao senso crítico para avaliar-se diante das ofertas e sua necessidade. 

            Sem produzir, a tendência é o esgotamento, a escassez. Todas as conquistas na vida vem pelo trabalho, que não se resume em autobenefício apenas, mas que seja produtivo para os outros. Observe que tudo o que prospera é o que é produzido para o bem de outros. Não é preciso concorrência. Cada um de nós tem habilidades peculiares que podem ser canalizadas a serviço do semelhante. Isso envolve muitas vezes sacrifício pelo abandono da zona de conforto. O desafio não é descobrir ou saber o que você possui, mas o que faz com o que tem. 

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

QUEM É O SEU ESPELHO?

    


Se seu espelho for exemplo de corrupção, da corrupção será exemplo.  O ser humano acaba se parecendo com aquilo que tem acesso e, mais que isso, com aquilo com o que se identifica. Se não há referência do incorruptível, a ideia é de que não existe incorruptibilidade. Se não há referência do que é justo, não haveria justiça?  
        A sociedade vive de referências, e esse papel é cumprido pelos poderes que controlam a educação, a política, os meios de comunicação. Quando repetidas vezes ouvimos que a culpa das mazelas sociais é daquele “inimigo” criado e apresentado à sociedade, como sendo o monstro a ser combatido, deixamos de exercer o senso crítico se abraçarmos essas referências como sendo a verdade. E assim aceitamos essa bola de neve, nos envolvemos nela e dificilmente rompemos suas estruturas para observarmos do lado de fora. Quando as referências negativas da mentira e corrupção são acentuadas, a verdade tropeça, os valores se invertem. “Não pode contra eles, una-se a eles” – diz outro pensamento comodista largamente conhecido. 
       O termo “ninguém é perfeito” e “todo mundo erra”; ou “não foi só eu quem errou”,  acaba transferindo responsabilidades pessoais para algo ou alguém real ou imaginário criado na tentativa de minimizar os danos que provocamos. Essa ideologia não contribui, em nada, para mudanças de rumo, de olhar, de comportamento, a não ser um instrumento a serviço da manipulação das mentes para se tornarem condescendentes e passivas com o erro.
     Não existe homem absolutamente perfeito. Há quem usa como referência a honestidade, a coerência com o que é justo. Esses buscam alcançar a honra.
    Se entendemos que o homem tem tendências para praticar erros, esse mesmo entendimento nos serve de alerta, não como uma “licença” para errar. De outra maneira, a prática de erros conscientes, torna-se um ato deliberado, como uma escolha. Para os que erram deliberadamente, já não resta perdão, pois o perdão se processa pelo reconhecimento da prática errônea, do arrependimento e do abandono dos erros.


    Em nossa sociedade é cada vez mais notória a prática deliberada da corrupção, e muitos defendem que isso faz parte da “dimensão humana”, porém essa constatação deixa de ser produtiva no sentido de converter as ações corruptíveis.
    A decisão de não condescender com os erros já é sinal da busca da perfeição e da intenção de melhorar como ser humano. A não conformidade com as práticas que levam à desconstrução do que é justo, honesto e perfeito, aponta para o caminho da mudança de olhar e do entendimento do papel de cada indivíduo como responsável por suas próprias ações diante do universo.
Romanos 14:10-12 diz: “Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo... De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” II Coríntios 5:10 nos diz: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.


   

  

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O PASTOR UNIVERSAL

               
Disse Jesus: “E conhecereis a Verdade, e a verdade vos libertará” – João 8:32.
Esta mesma palavra não surte efeito do homem dizendo para outros homens. De mentirosos dizendo para mentirosos Essa “verdade que liberta” não está na dimensão do homem para o homem.
            É o conhecimento da verdade que liberta o indivíduo. A verdade é cristalina, pura, incontaminável. Ao encontro dela cai por terra todas as teorias, crendices, doutrinamentos.
O que se observa é que a humanidade, ao longo da história,  em diversos grupos distintos, tentam impor verdades, confrontando fatos e argumentos; emaranham-se em suas contradições.Verdades que precisam de retoques, restaurações. 
           Se a verdade da qual falamos, depende de outros elementos ou outras “verdades” para prová-la, essa verdade é discutível no âmbito terreno. Se é necessário dar explicação para a verdade, nem sempre encontrará o seu lugar.
       O conhecimento da verdade é para a libertação pessoal. “A verdade vos libertará.” Jesus falava aos judeus, o povo que o havia rejeitado porque estava preso às suas próprias verdades, mas essa verdade da qual Jesus falava, e que representava a si mesmo, é que será o crivo para que cada um julgue-se a si mesmo.
       Foi assim que Jesus tratou os fariseus que levaram diante dEle uma mulher que havia cometido adultério para que fosse apedrejada como dizia a lei. Jesus levou aqueles homens a refletirem sobre si mesmos, sem grande discussão, sem criticá-los. A verdade gera um efeito de mudança.

      Os Judeus não se sentiam escravos para ouvir alguém dizer-lhes que precisavam de libertação. Jactavam-se por serem filhos de Abraão e nunca terem sido escravos de ninguém.

   
Pregar uma verdade “esquecida” não deve ser preocupação que ocupe a vida em primeiro lugar. Viver essa verdade para que resplandeça como luz em nós mesmos não se perde em meio às falácias dos que reivindicam ser os “guardiães” da verdade a qual o mundo precisa conhecer. Verdade esquecida é aquela outrora praticada e que, por diversos motivos, aos poucos, foi deixada de lado pelas misturas com outras verdades. Essa verdade nunca será esquecida definitivamente. Mas observe: uma verdade só é esquecida por quem um dia teve conhecimento dela. Atualmente observa-se que as religiões estão entrando em diversas áreas para chamarem a atenção para suas verdades. As igrejas falam de comportamento, sexo, família, finanças; saúde e beleza. Usam determinada verdade para refutar outras. Mas nada disso é a verdade que liberta. É a discussão sobre comportamentos, teses, antíteses na esfera imperfeita do ser humano que busca adequar-se ao que lhe é confortável. A verdade que liberta é a que muda a vida em todos os seus aspectos, e é dessa verdade que nos afastamos e acabamos nos confortando com assuntos periféricos.  Discutem o que o mundo discute, mas sem nenhum chamamento para a verdade da qual Jesus disse. E ainda há tantos agindo como aqueles que se diziam livres: “Vocês coam uma mosca e engolem um camelo.”  Ainda continuamos discutindo efeitos; pormenores humanos; criamos teses e sermões com base no comportamento da sociedade no mundo, e isso pouco resultado traz. Aliás, o mundo se especializa muito mais nas áreas que muitos crentes se arriscam entrar. Acabamos nos confortando por acreditarmos nas mesmas coisas, em possuímos a mesma verdade, mas não produz frutos em nós mesmos. Caímos na tentação dos Judeus: “Temos como pai Abraão; nunca fomos escravos de ninguém.” Mas foi a estes que Jesus disse: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Enquanto a verdade que conhecemos for usada para contrapor “as verdades do mundo” e mostrar que temos a razão, essa verdade estará apenas sendo discutida e continuaremos “gritando” para que o mundo nos ouça. Esse papel não cabe a nós.
          Alardeamos que as “pedras estão gritando” quando o mundo descobre e divulga verdades que julgamos conhecer a mais tempo. Mas, de que valeu isso? Não estaríamos sendo orgulhosos e jactanciosos? Os propósitos de Deus para a humanidade tem sido cumpridos ao longo dos tempos e precisamos entender que o plano de Deus é com a humanidade e, ao mesmo tempo, com cada indivíduo que conhece a Jesus – A verdade. Se Deus usou a mula de Balaão para que ele O reconhecesse, é Deus quem cuida de sua verdade, porque ela diz a seu respeito. E Ele usa a quem lhe aprouver.  
Preguemos, pois, o Evangelho. Vivamos os ensinamentos de Jesus e seus mandamentos. Resgatemos em nossa vida os sermões que Jesus pregou a seus discípulos. Seus ensinamentos ultrapassam gerações. Não estão escondidos com um povo, mas Ele se revelou aos homens.
"E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim". João 12:32.
Jesus é a Verdade. O pastor Universal que a todos diz: “Vinde a mim...” 

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

TÃO IMPORTANTE QUANTO VOCÊ, É O SEU PRÓXIMO!

Quando vejo campanhas na televisão de gente envolvida pelo bem de outras pessoas, emociono-me ao perceber de que maneira um meio de comunicação pode ser usado. Não para ajudar a empresa a se sustentar para que continue fazendo a mesma coisa, mas como uma ponte para ligar os que podem ajudar, àqueles que necessitam. Necessidades físicas, não imaginárias, que muitas vezes são sugestionadas por argumentos emocionados que provocam sensações diversas. Esses dias ouvi um pastor na televisão quase chorar pedindo oferta especial para manter seu programa. O argumento era que aquela era uma obra de Deus e não podia parar.
        Vivenciei uma experiência que nunca esqueci. Em meu início de carreira no rádio trabalhei numa emissora mista, que também alocava horários de programa. Certa vez um pastor estava no ar com seu programa e chegou uma pessoa na rádio para fazer um apelo. O homem estava desempregado e precisava de cesta básica. Ouvi a resposta: “Aqui eu não posso fazer pedido para as pessoas no ar. Aqui eu só prego o Evangelho.”  Esse pastor era um dos tantos que pediam ofertas no ar para manter seu programa.
Diante disso, imaginei que ele faria alguma coisa pelo homem pessoalmente, mas nada foi feito.
        Tão importante quanto você, é o seu próximo.  Isto ficou bem claro quando um novo mandamento foi dado por Deus, que resume todas as regras de convivência no mundo: o amor a Deus e ao próximo. Quando avançou nessa questão, Deus pediu para que cada um amasse ao próximo quanto a si mesmo revelando a igualdade do amor. O amor a todos nivela. Se dizemos que amamos a Deus, a ponto de fazermos algo para Ele, em nome dEle, para uma instituição ou organização que acreditamos pertencer a Ele, mas retemos a mão em ajudar ao semelhante necessitado, nossa oferta a Deus não é aceita. Se devolvemos dízimos e ofertas para ajudar a obra de Deus e damos as costas ao nosso irmão, o nosso próximo, nossa aparente generosidade para com Deus é interesseira.  Se os instrumentos que temos em mãos, que podem ser usados para o benefício social e físico do semelhante, a exemplo do que Cristo fez em sua missão na Terra, e usamos todos os recursos para um crescimento corporativo, seremos como servos infiéis.
          O que você faz a você, em seu benefício, a roupa que veste, a comida que come daria ao próximo anônimo, desconhecido, como a si mesmo? Ou faria o seu esforço para doar a órgãos ou instituições porque são de “credibilidade” que poderiam ovacionar seu nome em gratidão nominal?  



“Ai de vós, doutores da Lei e fariseus, hipócritas! Porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas tendes descuidado dos preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé. Deveis, sim, praticar estes preceitos, sem omitir aqueles!” – Mateus 23:23.  
           Essa mensagem não é reflexiva apenas aos líderes ou a alguém com poder de comandar pessoas e operar o amor, a justiça e a misericórdia para com os outros. No plano do amor de Deus, todos estão nivelados: para o amor, não há grandes ou pequenos, líderes ou comandados. Para Deus não importa o que você é ou o que você faz. Para Deus importa se você ama a Ele, e ao próximo como a si mesmo.
“Mesmo que eu dê aos necessitados tudo o que possuo e entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, todas essas ações não me trarão qualquer benefício real”. - I Coríntios 13:3.


domingo, 25 de outubro de 2015

DIGA SIM, QUE AS PORTAS SE ABREM

         
 Conheci e conheço muita gente que diz: “Eu não sei pedir nada para mim, mas consigo pedir para os outros.”
Essas pessoas acabam colaborando como instrumentos do bem, porque se tornam canais para abençoar a vida de outras pessoas. “Não vire as costas aos que lhe pedirem algo” parece ser uma vocativa levada bem a sério por esses agentes do amor. Se você não estiver disposto a comprometer-se, não diga sim. Se disser sim, suas portas se abrem para que o espírito do amor faça de você um servo.  
Recentemente entrevistei em programa de rádio um secretário de promoção social de um município. Ele foi chamado ao cargo por seu histórico de serviço às pessoas que o procuravam. Perguntei a ele começou a fazer esse trabalho.
-As pessoas me procuravam porque eu era um farmacêutico e tinha uma farmácia. Minha cidade era pequena e as pessoas me procuravam em busca de ajuda.
       Foi assim que acabou se envolvendo no serviço pelas pessoas que careciam de sua ajuda. Ele estava ciente do que podia fazer. Sabia que o que as pessoas buscavam por meio dele, ele tinha condições de atender.
      É nesse ponto que muitos descobrem sua missão e utilidade no mundo. Conhecer suas habilidades e potencialidades e por meio delas, dispor-se ao serviço.
-Eu nunca disse não. – continuava o farmacêutico. –Mas quando eu dizia sim, sabia que estava abraçando uma missão que deveria ser levada até sua conclusão.
      É assim que as portas se abriam. Ele acabou formando uma corrente que crescia, pois seus feitos eram vistos e acompanhados por outras pessoas que também passavam a ajudá-lo a ajudar.
          Tive a oportunidade de vivenciar algo semelhante. Em meus programas de rádio eu fui procurado uma vez por uma pessoa que precisava de ajuda. Eu coloquei no ar aquela pessoa, que, conversando comigo no estúdio teve a oportunidade de dizer ao meu público o que estava precisando. A partir daquele dia, comecei a ser procurado por várias pessoas e todas eram atendidas. Sempre que tenho a oportunidade de estar no ar com um programa de rádio e onde permitem que assim eu faça, as portas se abrem novamente.

        Se fizer o bem a alguém, de coração, com generosidade e espírito de amor e solidariedade, sabendo o que pode fazer e usar todas as influências para realizar algo a favor de um necessitado, saiba que enquanto disser sim, você será um canal de bênção para outras pessoas.  E cada indivíduo sabe o que pode, e o passo que pode dar a mais nessa direção. Usar o argumento de que se fizer a um terá que fazer a todos, é a maneira mais cômoda de virar as costas a uma oportunidade de ser instrumento de amor na vida de outras pessoas. Isente-se de conceitos ou preconceitos. Imagine que um instrumento não trabalha nem olha para si mesmo. É isso que dá sentido ao que Cristo ensinou na dimensão do amor a Deus e ao próximo. 


sábado, 24 de outubro de 2015

GESTO HEROICO

         
Ilustração dos 3 jovens na fornalha 
 Pode ser visto como um gesto heroico, digno de aplauso, até mesmo de solidariedade, o fato de, aproveitando a liberdade religiosa, e em alguns casos até por força de liminares ou articulações políticas, a submissão de jovens observadores do  sábado que passam o dia esperando o horário para fazerem suas provas.
         Lembro-me da divulgação massiva na mídia nos anos 80 em que o dia das eleições caiu num sábado e os sabatistas não foram às urnas.
         Até que ponto causa perturbação o fato de o “cerco estar se fechando”, levando a uma percepção de que as profecias estão se cumprindo, como se pudesse por algum esforço frear a marcha do tempo? Por outro lado não pareceria uma pretensão de fazer com que a fé contrária à essa marcha prevalecesse no mundo? Quantos há que não seriam capazes de dar tudo o que tem para continuar fartando-se dos bens que este mundo ainda oferece? Empunhamos bandeiras exigindo míseros direitos nessa terra? Ainda lutamos por espaço junto aos reis deste mundo para tentar provar quem somos?
Esse gesto tem servido apenas como divulgação de que existem grupos religiosos que não tratam de seus interesses no dia de sábado e para orgulharem-se da fé que possuem em detrimento de outros grupos religiosos?
       O que isso tem mudado na vida das pessoas que se tornam expectadoras desse gesto de fé? O que mais tem gerado impacto na vida dos guardadores do sábado e do mundo, não apenas questões de interesses humanos que “pegam carona” nos fatos corriqueiros do mundo,  para fazer resplandecer a luz do evangelho?
      O fato é que ainda há muitos lutando por seus interesses temporais, diante das facilidades que existem por causa de uma convicção religiosa, não por princípio de fé. Faz-se questão de evocar a lei da liberdade para continuar fincando suas raízes na terra e ainda fartar-se das iguarias do mundo, porque as leis terrenas ainda permitem.

Paulo e Silas foram presos por causa da fé
sem garantias humanas. 

       Praticar a fé em tempo de paz é diferente de praticá-la em tempo de guerra. Declarar fé enquanto as fornalhas do rei ainda não estão acesas não é tarefa difícil. Manter viva a fé diante dos decretos e determinações que poderão fechar as portas para a prática da fé, é que vai nos fazer posicionar de que lado estamos. Mas isso já tem acontecido com muitos dos guardadores do sábado, pois não se trata de algo explícito. Há muitos praticantes da fé que são levados às “fornalhas” do reino deste mundo e sofrido em silêncio e sem a quem recorrer a não ser o socorro do Deus Eterno. Há muitos sofrendo por serem amigos de Deus, o que contraria o mundo; que praticam as boas obras; que amam ao próximo, a honestidade e a justiça, cuja religião ultrapassa o rito comportamental sugestionado de maneira organizada e orientada, mas arraigada no coração que se manifesta nas pequenas práticas diárias, sem holofotes, sem autoafirmações, sem a necessidade de mostrar conceitualmente a crença, mas praticando as boas obras, que não se resumem a contextos isolados.

São essas ações do evangelho no dia a dia, que contagia e faz a diferença no mundo. Que esse desejo seja constante em cada coração. Que as ações de hoje, sejam o reflexo das ações vindouras, e que esse testemunho seja presente em todos os aspectos dos atuais discípulos de Cristo.