terça-feira, 12 de janeiro de 2016

PROFESSORA TEM CASA SOTERRADA EM TRAGÉDIA

O cenário era aterrorizante. A casa ficou totalmente destruída pelo deslizamento de terra e lama, há quase 6 anos em que uma tragédia sem precedentes atingiu a região serrana do Rio de Janeiro. 
Ana Paula afirmou que todas as casas da rua onde morava foram varridas pela lama. "Eu e minha família só escapamos porque estávamos viajando de férias" - disse, lamentando a morte de seus vizinhos. "Quem estava em casa não teve tempo de escapar" - afirmou. "Nós perdemos tudo que estava dentro de casa" - reforçou.

Mãe de três filhos, ela e o marido conseguiram nesse período reconstruir a casa e recuperar tudo o que perdeu. "Os bens materiais a gente consegue recuperar com o nosso esforço, graças a Deus, mas nossos amigos só ficaram na lembrança."

A professora que afirmou ser uma pessoa "controladora de tudo", passou a rever seus conceitos após a tragédia. "A gente quer controlar tudo, os brinquedos das crianças, um bombom, uma bala, um papel higiênico, mas de uma hora para outra isso tudo se acaba; o filho pede para comer um bombom, a gente diz depois você come, filho, mas esse depois as vezes não chega; a criança quer brincar com um brinquedo novo que ganhou e a gente fica guardando para conservar, mas para quê? A gente não pensa em viver plenamente o momento que vivemos. Hoje eu sou uma pessoa diferente" -considerou, reconhecendo que aprendeu a valorizar o que é mais importante na vida. "A gente cria um monte de regrinhas, conceitos, preconceitos, mas isso não vale nada na hora que precisamos encarar a realidade."

Ana Paula recebeu um telefonema naquela noite da tragédia, sendo informada de que não tinha mais como voltar para casa. "Foi um choque, pensei nos meus amigos e parentes que ficaram lá, mas ao mesmo tempo agradeci a Deus por eu estar ali com meu marido e meus três filhos, protegidos."


sábado, 9 de janeiro de 2016

CRIANÇA É ATROPELADA QUANDO IA “PAGAR DÍVIDA À MÃE”


         O menino A.C, 10 anos, havia acabado de entregar um pacote ao colega para correr atrás de uma pipa, quando foi atropelado por um carro que passava pelo local em alta velocidade. “Foi tudo muito rápido” – disse o colega R.S, 12 anos.Os garotos voltavam de uma loja de utilidades domésticas e o acidente aconteceu a dois quarteirões de casa, na Avenida dos Mártires, em São Geraldo do Baixio, na região Leste de Minas Gerais. 
       Quando chegou ao local do acidente, a mãe do menino entrou em desespero. “Quero o meu filho de volta” – gritava Francisca da Costa Soares, inconsolável, sendo amparada por populares. 
Ela entrou em estado de choque, tendo que ser socorrida a um hospital após saber que o pacote que seu filho deixou com o colega, era um jogo de copos que comprou com parte do dinheiro que juntava no cofrinho para comprar uma bicicleta no fim do ano.
Dentro do embrulho havia um cartão onde escreveu um bilhete para a mãe: “Desculpe ter te irritado tanto a ponto de me espancar naquele dia que quebrei seu copo, sem querer, que foi presente de seu casamento. Agora eu pude pagá-la pelo mal que lhe causei, usando parte do dinheiro do meu cofre. Me perdoe, mãe. Eu te amo.”
Essa é uma notícia fictícia, mas de casos reais que acontecem por aí afora com tantos anônimos. A supervalorização de coisas substituíveis e perecíveis, ao passo que pessoas e seus sentimentos são deixados em segundo plano.


sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

ATIVISMO RESSURGE NOVA SEGREGAÇÃO RACIAL

A apresentadora "Maju"
Vez por outra, assistimos pessoas protestando contra o racismo. Mas a fórmula desse protesto parece seguir um caminho nada seguro para a mudança de pensamento das pessoas em relação ao preconceito de cor. Aliás, que mudança de pensamento seria necessário nesse caso?  
Por um lado, a vitimização daqueles que se consideram discriminados e, por outro, a ridicularização e humilhação àqueles que discriminam. Se há ódio - como as organizações de defensores da causa dos negros entendem- esse sentimento é uma via de mão dupla: "De cá pra lá, de lá pra cá." O que é preciso saber sobre essa "troca de ofensas", é a quem isso interessa. Ela não existe naturalmente, a não ser por uma provocação, a partir de um conceito que determina o que é preconceito que na verdade é construído. Há uma arregimentação orquestrada para criar esse muro de separação ideológica entre as pessoas. É isso que precisa mudar. 


Vejo com preocupação o fato de artistas famosos, como o caso de Taís Araújo, que recentemente procurou a polícia para denunciar ataque racista que teria recebido na rede social. Formadores de opinião deveriam trabalhar no sentido inverso, não engrossando a corrente do ativismo que causa mais separação e não educa, assim como o caso da garota do tempo do Jornal Nacional, "Maju" em que colegas de profissão, inclusive da Rede Globo protagonizaram campanha com a frase "somos todos Maju", remontando o episódio do jogador de futebol que teve uma banana arremessada contra ele, a partir de quando se criou a frase: "somos todos macacos."  Famosos acabam sendo instrumentos da reprodução desse pensamento que não exerce nenhum resultado didático. Assim fica "cada um na sua". Estabelecem limites conceituais e cada um que "respeite o outro", em silêncio. Mas esse respeito tem sido trabalhado de maneira desvirtuada, através de processos judiciais, de leis punitivas, entre outros elementos, que não são capazes de reeducar o indivíduo para fazê-lo voltar a ser como aquela criança que não fazia distinção de cor de seus colegas.
A atriz Taís Araújo


"Eu só descobri que era negro quando caí no mundo, quando comecei a participar da alta sociedade. Entre meus amigos eu não conseguia ver a minha cor; a gente nem falava sobre isso." 

Ou seja: assim como preconceito é aprendido e disseminado, é preciso fazer o caminho de volta, não com a ideologia do ativismo, do privilégio. Somos todos humanos. E isso não vale apenas para a questão da cor da pele, mas para a classe social, a nacionalidade, a naturalidade.  

Essa frase foi dita por uma personalidade famosa da música e da política. Agnaldo Timóteo disse-me certa vez numa entrevista que o negro não deve esperar que a sociedade estenda tapete vermelho para ele passar. "O negro precisa se valorizar e parar com essa babaquice de se sentir vítima; tem que estudar, trabalhar...é por mérito que o negro terá reconhecimento, não por um sentimento de piedade alheia" - considerou. 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

PASTOR CRIA "DOUTRINA DO CHAPÉU" PARA SALVAR FÁBRICA

Essa história eu ouvia dos irmãos da igreja quando eu era criança. 

- Precisamos fazer algo para salvar a fábrica de chapéus - teria dito um certo pastor a seus liderados. Assim deliberaram que a partir daquele dia a igreja adotaria uma nova doutrina, em que todos os membros do sexo masculino que pertencesse àquela denominação e estivesse sob a liderança do pastor empresário, usasse chapéu. Assim ele salvou a fábrica da falência. 

Se é verdade, eu não sei, porém, não é muito diferente do que acontece hoje em dia, com uma roupagem moderna e sutil em que muitas denominações religiosas trabalham como verdadeiras empresas, criando produtos, vendendo materiais para um público personalizado. 

Levando em consideração  o cadastro de membros, ali existem consumidores em potencial dos produtos que as organizações oferecem com argumentos razoáveis que são apresentados em seus púlpitos, ou em programas de rádio e televisão incentivando as pessoas a fazerem uso do que eles apresentam como uma solução, uma alternativa às coisas do mundo. 

"Orar pedindo a iluminação do Espírito Santo" no momento da leitura da Bíblia parece não ser tão necessário assim, pois há homens que se dizem iluminados pela revelação divina em seu lugar, que passam dia e noite em contato com Deus para trazer a mensagem para você contida nos livros que apresentam.  

Obreiros remunerados trabalham arduamente para criar todo o cenário de conforto em seus templos e, os membros não precisam se preocupar em fazer outra coisa a não ser tornar-se um espectador "pagante" de reuniões espetaculares. "Nós buscamos a Deus por você. Aqui você o encontrará. Ele não está em outro lugar" - dizem os mais ousados. 

Mas onde está Deus nessa história? Em que esses produtos e serviços ajudam as pessoas no exercício individual da comunhão com Deus?
Ler a Bíblia já não
é suficiente 
para as empresas religiosas.


É certo que não há uma resposta definida para isso pois, Deus pode atuar na vida das pessoas de diversas maneiras. O peso maior não recai sobre os "consumidores" desses produtos, mas sobre aqueles que com intenção mercantilista exploram esse nicho de mercado, fazendo disso um negócio lucrativo, pois detém o "controle" de seus membros, o poder midiático e da persuasão carismática. 
Grandes oradores se tornam garoto propaganda
de Bíblias exclusivas

A Igreja que representa Deus na terra adotaria caráter empresarial? Mas isso é o que temos visto em escala crescente ultimamente: assinaturas de tv, vendas de livros, assinaturas de revistas, cujo objetivo é guarnecer seus membros de conteúdo considerado próprio para o fortalecimento espiritual; realização de caravanas e grandes congressos apresentando seus famosos oradores que arrastam multidões para suas reuniões.  Os "Dízimos" que são uma ordenança bíblica, já não são mais suficientes para manter a casa de Deus pelas necessidades que as igrejas criam e acabam justificando os meios paralelos para sua manutenção. 

Essa marcha precisa ser diminuída para dar lugar à reflexão que nos leve a perguntar: "Onde está Deus nesse negócio?"



MÃE DE ALUNO É AGREDIDA APÓS DAR BANANAS DE PRESENTE A PROFESSORA

A professora achou essa atitude uma ofensa e ato racista, e a mãe de aluno teve que se explicar à polícia, depois de ter sido ofendida e agredida verbalmente pela vítima. "Eu não entendi a reação da professora e o que se passava com ela naquele momento" - disse dona Isaura, a mãe do aluno. A mulher afirmou que sempre presenteou professoras de seu filho com frutas e flores, coisas que cultiva em seu pequeno sítio. 

A vítima disse que se sentiu discriminada porque banana para ela não é um presente, mas uma ofensa. "Essa senhora sabe que sou negra, e a sociedade liga essa fruta ao macaco, que é o estigma que o negro tem há séculos" - rebateu. 

As colegas de trabalho da professora também não entenderam a reação dela. "Parece que a ideia de preconceito e discriminação está fugindo à razão e nossa colega parece que está aceitando o discurso da vitimização dos negros, que vez por outra ganha espaço na mídia que só causa mais separação. Esses alardes vitimistas não contribuem para evoluirmos como seres humanos, mas nos regridem ao tratarmos desse assunto de maneira superficial e banal, dando atenção ao que menos interessa, à ponta do iceberg" - disse Adalgisa, professora de história. 

"Eu acho que estão criando uma bandeira que está beneficiando alguns grupos que falam em defender a causa dos negros, mas que causa? A causa do negro é a mesma causa de todo ser humano, que são oportunidades, respeito, dignidade"- salientou Joana Darc, professora de matemática. 

O psicanalista João Mascarenhas afirmou que as pessoas precisam estar bem consigo mesmas em sua autoestima. 

"Não se pode viver uma vida feliz olhando para trás, pelo que aconteceu com os ancestrais. O negro precisa reconhecer-se como indivíduo plenamente atuante na sociedade; é duro alimentar o pensamento de que todos os olhares são discriminatórios e que todas as atitudes das pessoas que não as agrada são racistas. A política racial tem promovido mais distúrbios do que solução para o preconceito, porque na verdade, o preconceito é problema do preconceituoso, não do preconceituado. Do jeito que tratam esse tema, acabam jogando lenha na fogueira, colocando pessoas contra outras. É preciso acabar com essa autopiedade e vitimização, e virar esse jogo." 

Essa notícia não está longe de ser verdadeira. 

SE PERVERSOS FAZEM AS LEIS, PERVERTIDAS SERÃO SUAS AÇÕES

A sociedade é regida por leis. Elas são criadas para garantir a ordem e fazer cumprir a justiça. Mas em que mãos está a decisão de fazer cumpri-las? Quem são os legisladores que criam as leis para que a sociedade cumpra? Quem são os formadores de opinião pública para imprimir no consciente coletivo a necessidade de alguma mudança?

É fato que as leis surgem de acordo com a necessidade do povo, mas por outro lado necessidades são criadas e apregoadas para que, manipulado, o povo exija o que aprenderam ser "seus direitos". Há um sistema que "educa" o povo para que ele passe a se adequar aos padrões que os que detém os três ramos: a política, jurídica e a ideológica, para legitimarem, em nome do povo, seus interesses classistas. 

É a ideologia que cria os demônios; a política articula ações para combatê-los; a jurídica instrumentaliza e dá respaldo legal à política para suas ações. 

Quando os controladores do sistema são perversos, pervertidas serão suas ações com ou sem a participação do povo que legitima suas funções representativas. 
Um sistema que se propõe a enfraquecer a religião, a família, a moral e os bons costumes, aos poucos, vai "trabalhando" o consciente coletivo, apontando, tendenciosamente, "quem são os perturbadores da ordem". Eles podem criar seus "diabos", para tornarem-se "deuses". 

Foi assim com o profeta Daniel, personagem da Bíblia que foi jogado na cova dos leões porque não aceitou adorar outro Deus que não fosse o seu Deus. Daniel era um homem justo e correto. O rei não encontrou nenhum ponto fraco ou algum motivo que o levasse à uma punição. Mas foi através de um decreto de lei, ordenando que todos se ajoelhassem diante da sua estátua. Daniel era fiel a seu Deus, e se negou a cumprir aquela lei, sendo jogado na cova dos leões para ser devorado. 

O Faraó culpava o povo de israel pelas pragas que foram derramadas sobre o Egito, ao invés de reconhecer sua intransigência diante do que Moisés o pedia em nome de Deus. 

Se os perversos fazem as leis, perversas serão suas ações.
O povo de Deus jamais poderá aceitar governos que trabalham sob suas próprias leis contrariando princípios divinos.
A lei dos homens é cega. É surda e muda. Ela não fará nada por você. Os homens enxergam a quem quer: a si mesmos.  




"SE IGREJA FECHAR NO PAÍS, MERGULHAREMOS NO CAOS SOCIAL"

           
Esses dias conversava com dois amigos, aliás, eu estava no estúdio de rádio visitando velho amigo Ferrari, quando chegou o professor de sociologia da UNIRP, Luciano Alvarenga, que era o convidado do programa. Comentávamos em off sobre o papel da Igreja na sociedade e a ação relevante que sempre teve ao longo da história para dar um norte ao ser humano.  

A partir desse comentário, Alvarenga considerou que as igrejas desenvolvem um trabalho local e passa a conviver com a realidade dos indivíduos, enquanto que no caso do governo, em suas ações sociais, ele não tem a possibilidade de dar esse acompanhamento de perto. "Mas o governo quer concorrer com as igrejas que sempre deram assistência às pessoas com alimentos, roupas e remédios, com a contrapartida de mudar a vida dessas pessoas na questão espiritual" - disse o professor que não pertence a nenhum grupo religioso. 
Ferrari em seu programa de rádio


"O governo dá um cartão para saque de benefício ao cidadão, mas não sabe o que se passa com ele." 

A nossa sociedade foi estabelecida com base em crenças religiosas, valores morais e familiares e respeito ao outro. 

"Enquanto o governo perde o controle sobre o tráfico de drogas, igrejas trabalham para recuperar dependentes". 

"Quando o governo esvazia as igrejas, pelo fato de levar pessoas a não dependerem mais desse tipo de ajuda dos grupos religiosos, por outro lado marginaliza a sociedade, pois a religião imprime valores aos indivíduos."
Professor Luciano Alvarenga


Luciano Alvarenga acredita que, "se as atividades religiosas forem cessadas no País durante um mês, por exemplo, o caos social se instalaria de maneira generalizada".