O EGITO MODERNO
A palavra Egito nos reporta a
um passado do povo de Deus que foi levado cativo e que sofreu com trabalhos
forçados e castigado pelo Faraó. A cultura do Egito, aos poucos, foi sendo
incorporada ao comportamento e modo de
agir. Diz-se que a dança de Miriã
acompanhada por um instrumento de percussão, foi uma herança da cultura
egípcia.
Quando fazemos parte de um
país e participamos como cidadãos, aos poucos, vamos assimilando o que é
defendido como valor; gostos, preferências; modas e costumes. Algumas coisas
tornam-se tão naturais que são aceitas sem resistência. Os choques ocorrem,
quando culturas diferentes são introduzidas em outros países, as quais não
fazem parte do senso comum. Mas com o passar do tempo, tudo
torna-se aceitável, menos resistente e, para as novas gerações, as referências passadas dificilmente ganham espaço. Queremos viver uma vida harmoniosa e confortável. E,
nesse ponto, corremos o risco de viver relaxadamente com as questões
relacionadas ao papel que a nós foi confiado como o “sal da terra”.
Hoje, com os avanços da
tecnologia e a globalização, temos acesso a variadas informações sobre o que
desejarmos. Tudo parece ao alcance das mãos. As notícias e acontecimentos
chegam praticamente em tempo real.
Mas há culturas antigas que
vão se disseminando pelo mundo e passam a ser incorporadas pelas gerações, que
nem sempre procuram saber sua finalidade, quem as criou, o que representa na
vida de cada indivíduo. Isso não importa, se o que está sendo introduzido, de
algum modo é agradável. As coisas vão surgindo. As estratégias de mercado são
suficientemente capazes de “vender” suas idéias e conceitos.
O que deve ficar bem claro e
bem definido, é até que ponto os costumes, a moda,
os gostos e preferências interferem em questão de princípio. Mas, existe, até
mesmo, sugestionamentos para o despertar
de um novo princípio; um novo caminho; uma nova proposta – levando a muitos,
repensarem o que aprenderam no passado.
Quando levamos esse tema para
o campo religioso, precisamos estar atentos sobre as interferências ou
influências da cultura secularizada nas igrejas, não somente em questões
doutrinárias que se adaptam às sugestões mundanas, mas em todos os âmbitos em
que atua institucionalmente.
Os gregos, por exemplo, são
autores de muitos costumes incorporados no mundo inteiro. Até os romanos se
renderam a certos comportamentos. Os
gregos dominavam as artes plásticas; eram bons escultores; desenvolveram os
esportes, a filosofia; as representações teatrais.
Nos esportes, foram os gregos
que desenvolveram os
Jogos Olímpicos. Aconteciam a cada quatro anos na cidade de Olímpia, na Grécia.
Esses jogos foram criados para homenagear
os deuses, principalmente a Zeus (deus dos
deuses). Atletas de diversas cidades gregas se reuniam para disputarem esportes
como, por exemplo, natação, corrida,
arremesso de disco entre outras competições. Os vencedores das Olimpíadas eram recebidos em suas cidades como
verdadeiros heróis.
Os gregos valorizavam o corpo humano e suas formas;
músculos, vestimentas e adornos, sentimentos e expressões eram retratados pelos
escultores gregos. As artes plásticas da Grécia Antiga influenciaram
profundamente a arte romana e renascentista.
Os cristãos que seguem a Bíblia, entendem
que os ensinamentos de Deus são
Universal. As veredas pelas quais a Bíblia orienta para os seguidores de Cristo adotarem, são as “veredas antigas”.
Pela facilidade e tantas opções que surgem diante de nós, é possível que essas “veredas”
antigas sejam esquecidas e até mesmo substituídas pela necessidade de popularização,
para não parecermos antiquados diante do mundo moderno. Necessitamos parecer “antenados”
com a modernidade e vivemos numa perigosa aventura de caminhar em cima do
muro.
Uma grande estratégia do inimigo, é criar situações para que se desperte
no mundo religioso uma necessidade de se tornar mais flexíveis, pois, difícil é
lutar contra as estruturas seculares sem parecerem “radicais” ou
fundamentalistas, principalmente quando se utiliza os meios de comunicação de
massa. Cria-se a necessidade de ficarem de bem com todos, para que o mundo nos
aplauda pela mudança que adotamos e pela flexibilidade e aceitação daquilo que
não parece ofensivo; que parece não ser tão mal assim; por uma responsabilidade
institucional, a necessidade de negociações políticas e troca de
interesses.
Hoje, vivemos a era do “protestantismo” light. O nome
Jesus é usado apenas como elemento agregador, mas seus ensinos são desprezados
dando lugar aos desejos humanos. Já não se protesta a nada, porque necessitamos
ser simpáticos sob um pretexto equivocado. É preciso mostrar o caminho e
retornarmos à vereda antiga. Buscar na revelação Bíblica a orientação para a
nossa conduta como seguidores de Cristo na terra.
Até quando não haverá a distinção entre o santo e o profano;
até quando dividiremos nossos pensamentos entre dois caminhos? Até quando
pretenderemos seguir a dois Senhores? A
amizade do mundo é inimizade contra Deus. Ao sentirmos prazer nas coisas do
mundo, precisamos rogar de Deus que coloque em nosso coração o amor por Ele. Se
as coisas do mundo são atraentes para nós, que olhemos para a Cruz de Cristo,
como a que foi levantada no deserto, capaz de curar a nossa alma.
Como disse o Apóstolo Paulo: “Se ressucitastes com
Cristo, buscai as coisas que são de cima, não as que são da terra”. (Col. 3)