Certa vez ouvia um líder religioso fazendo sua
pregação pelo rádio sugerindo que seus
ouvintes seriam tão prósperos quanto Jó e que, como ele, poderiam lavar os pés
no leite se entregassem suas ofertas à igreja. E continuava: - “Você poderá
ir ao Shopping e comprar a roupa que desejar sem perguntar seu preço; comprará
o carro que quiser a vista; morará na casa dos seus sonhos”.
Prosperidade vem de fonte inesgotável |
Prosperidade sob a ótica material, sempre sugere a
aquisição de coisas e objetos que o dinheiro pode comprar. É como alguém que deixa de alimentar-se com o
trivial só por que ao enriquecer pode pagar por comidas sofisticadas e
freqüentar restaurantes de luxo.
Sob a ótica espiritual, prosperidade é circulante,
presente nas atitudes e em comportamento desprendido. Próspero é sempre aquele que pode fazer por si
e pelos outros com naturalidade.
Prosperidade ganha real sentido quando é compartilhada. Uma pessoa próspera, em sua essência,
dificilmente será um “acumulador” ou
desenvolverá sentimentos egoístas por posses e aquisições como se fosse um
fim em si mesmo.
De fato, vivemos debaixo de sugestionamento social de que
uma pessoa bem de vida, deve escolher os melhores restaurantes; vestir
roupas de grifes famosas; aprendemos ainda, que uma pessoa próspera deve
ostentar o luxo e deixar a modéstia.
Num mundo de comportamento capitalista, consumista e secularizado no
qual vivemos, avaliar o que é bom, torna-se um exercício desafiador entre a escolha da satisfação do
ego, ou o abrir mão de princípios ou conceitos que formamos. Há um
outro elemento forte que toma corpo diante disso, quando a sugestão é que só
faremos parte desse grupo, quando agimos, consumimos ou pensamos como a
maioria. Até mesmo no campo religioso, muitos são identificados pelo que comem, pelo que bebem; pelo “grito de
guerra”, por sua autodenominação, frases de efeito, etc, algumas acabam virando
jargões populares.
Absorvemos padrões criados para exaltar interesses dos que exercem
domínio, tanto nas esferas do poder religioso, político, econômico, jurídico e social.
Esses padrões determinam a moda, a cultura, os gostos, o estilo de vida, até
mesmo a distinção de classes sociais pelo poder de consumo, entre outros.
Somos inclinados a nos satisfazermos mais com as aparências e
ostentação desde objetos a status, do que aprofundarmo-nos no conhecimento
sobre o que a revelação divina diz a respeito dos desejos humanos, como eles se
manifestam e, quais são suas consequências.
Temos inclinação de nos satisfazemos com discursos humanistas a tal
ponto, que acabam tomando o lugar da reflexão que eleve o indivíduo ao
aperfeiçoamento de suas percepções das coisas que lhes cerca.
Em todas as esferas do poder, o domínio ocorre pela “escravidão”.
Ensinar o caminho significa libertação das amarras convenientes.
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