O que está registrado no DNA é que define as características humanas. No sentido filosófico e ideológico, as referências impregnadas no âmago de seus interesses é que define o homem político. Nesse aspecto, é possível que discursos sejam adequados ao propósito em busca de apoio; e a exigência é de que os erros cometidos sejam retratados. Para os ofendidos e prejudicados, porém, pedido de desculpas sem a devida reparação e a promessa de que aquele ato ofensivo não será repetido, são recebidos como mera formalidade no sentido relacional. Reconhecer erros sem mudar o caráter, é apenas estratégia de defesa; pedir desculpas apenas por temer as consequências que seus atos podem lhe causar não muda a motivação dos erros. A motivação dos erros está na "alma" dos projetos e propostas defendidas e alinhadas com o próprio caráter. A mudança de discurso e a aparente boa vontade de reconhecer seus erros não passa de estratégia para manter as aparências.
Muitos exigiram do PT, derrotado nessas eleições, um pedido de desculpas; outros até, mais "otimistas", consideram que a perda eleitoral é resultado da maneira tardia como o partido reconheceu seus erros acreditando que a confissão reconquistaria os eleitores. O PT pode até "reconhecer" erros mas não de maneira ampla, sincera, a ponto de entender o momento de parar, e deixar fluir a vontade popular sem interferências estratégicas para confundir as mentes dos eleitores por sua avidez e sede pelo poder. Mas parte da população observadora que conviveu por quase duas décadas sob seu domínio, teve tempo para entender o que há por trás dos interesses de seus líderes que nada tinha a ver com os interesses da nação. Foi tempo suficiente para a população conhecer o caráter do partido, o "modus operandi" de agir diante dos que se opõem ao seu modo de administrar, provocando o caos na economia e nas relações sociais que dividiu o país. O caráter do brasileiro é diferente do caráter do PT que tentou de maneira agressiva e sistemática implantar no país, por suas ideologias que desprezam o trabalho como fonte de progresso; a família como a célula mater da sociedade e o respeito a normatividade. Observe suas raízes; seus discursos; com quem andam e para onde vão; com quem se aconselham. Observe a quem eles atraem e quem se envolve com seus projetos.
A tentativa de desconstruir o caráter da alma do povo, ameaçando arrancar suas raízes causou dores, tão fortes, que levaram à uma reação que sai do âmbito equilibrado da razão e do torpor da anestesia e se tornou uma luta desgastante pela sobrevivência dos valores reais da nação. É essa dor, e o senso de sobrevivência, que provocaram reação em cadeia dos brasileiros no momento em que surgiu a possibilidade de arrefecer a força de um partido político que avançou por diversos órgãos e setores representativos da sociedade "assaltados" por seus correligionários e militantes manipulados e aliciados através do poder econômico. O dinheiro fez muitos se ajoelharem diante daqueles que fizeram do exercício de seus mandatos um instrumento de domínio dos mais pobres, dos quais diziam ser os legítimos representantes, ao mesmo tempo que os mantinham na pobreza para sustentar seus discursos repetitivos, sem proposições de mudanças e a promoção da ordem e do progresso e de perspectivas de futuro para seu povo.
Com o tempo isso se desgasta. E se desgastou. Pedir desculpas não basta. Admitir erros não é suficiente quando o caráter é o mesmo, e é revelado sempre no momento em que suas ações são confrontadas e seus interesses contrariados. O PT não aceita a ordem, a lei e a justiça; a democracia tão reverberada por eles é a que eles entendem por democracia, não a democracia entendida pelo povo em sua essência. Como esperar um pedido de desculpas sinceras de um partido que até hoje não aceita a prisão de seu chefe e ataca a justiça por sua condenação que está preso por corrupção e lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio? Como esperar pedido de desculpas sinceras de um partido que se coloca como oposição, pregando resistência a um presidente eleito pelo voto de mais de 50 milhões de brasileiros que ainda não tomou posse?
Elias Teixeira