sábado, 25 de outubro de 2014

CONTE ATÉ DEZ

A paciência obedece a um comando, e é requerida nos momentos em que deparamos com situações nas quais perdemos o controle do objeto e passamos a controlar os impulsos que nos remetem a extrapolar as emoções, na tentativa de esvaziar a sensação de impotência. Entre o momento em que ocorre algo que nos deixa no limite entre a paciência e a reação contrária, o intervalo pode ser o tempo para refletirmos sobre a situação, que depende, principalmente, da nossa disposição em negar o que o ego nos sugere que façamos, e o que as nossas razões respaldam.
Recentemente passei por um teste de paciência quando fiquei impossibilitado de sair do estacionamento por um outro veículo ter sido estacionado logo atrás, interrompendo a passagem. Quando cheguei ao local, a primeira atitude foi olhar em volta para ver se o dono do veículo estava por ali. Perguntei a um e a outro, e ninguém sabia de quem era o carro estacionado. 
Pensei comigo: Como uma pessoa pode fazer uma coisa dessas, sabendo que parou atrás de um outro carro estacionado interrompendo a saída? Comecei a julgar em meu pensamento o que podia levar alguém a fazer o que nunca eu seria capaz de fazer com o outro? Fiquei aborrecido, nervoso, mas pensativo.Vi dois policiais numa esquina à frente, fui ao encontro deles e os abordei perguntando qual seria o procedimento naquele caso. Foram mais de 40 minutos de espera, até que o policial, olhando pelo vidro do carro, encontrou uma pista. A tensão aumentava à medida em que o tempo passava. Muitas embalagens de produtos para PetShop. Bem na rua de cima havia uma loja do ramo. Um dos policiais foi até o local e localizou o motorista do carro, e o problema foi resolvido.  Ele apenas pediu desculpas, quando o perguntei: "Se você estivesse no meu lugar, o que você faria?" 
"Não sei te responder" - disse ele. 

Um dos policiais admirou-se da minha paciência, e revelou: "Eu me coloco no seu lugar, imagino o que você está sentindo e são poucos que reagem do jeito que você reagiu num caso como esse." 

Mas o que eu podia fazer a não ser fazer o que fiz?  Nenhuma outra atitude resolveria a situação. O momento do intervalo me fez pensar muito, apesar de muitas coisas terem passado por minha cabeça, até mesmo a vontade de depredar o outro veículo, arrastá-lo de onde estava. Mas de que valeria isso, a não ser criar outro problema?
Agir pelo impulso momentâneo é um perigo à integridade em todos os sentidos. A paciência é a nossa proteção quando não temos mais o que fazer. 
Ser tolerante é exatamente isso. Mas é preciso que tenhamos outras referências que refreiem o nosso ímpeto de reagir. Andar em espírito. Esta é a saída orientada pelo Apóstolo Paulo: 
Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei. Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei.
E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.


Gálatas 5:16-26

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