quinta-feira, 21 de julho de 2016

FAÇA PARTE DESSE PROJETO COMIGO!

Preciso de 200 amigos meus que me ajudem num projeto literário de motivação que está pronto para publicação e que cada um de meus amigos adquira 10 livretos no valor de R$ 1,40 cada. 

Esse é um projeto que surgiu nesse momento de dificuldade que estou vivendo e que já dura algum tempo, e esse momento de recolhimento me despertou lições importantes de vida e experiência que apresento nesse trabalho. 

Durante muitos anos dediquei minha vida profissional a um projeto que imaginei que duraria um pouco mais, quando ainda estava cheio de motivação e disposição para produzir e continuar sendo útil. Essas experiências acabaram me amadurecendo tornando-me mais crente em determinadas coisas e descrente em outras coisas que me ensinaram verdadeiras. Mas é no confronto com a realidade da vida que algumas crenças se fortalecem, enquanto outras não trazem o efeito que acreditamos que poderiam trazer. 

Atualmente não tenho recursos próprios para investir nas tiragens desses livros. 

Por isso venho pedir de meus amigos essa "compra antecipada" de 10 unidades do livreto que apresento.
O projeto é de uma série de livros, mas pretendo trabalhar com apenas um título no momento e, posteriormente, lançar os demais. 
Os amigos que quiserem me ajudar nesse projeto, adquirindo 10 livretos, no valor total de R$ 14,00 + o envio, agradeço. Entre em contato comigo pelo e-mail: aneloeditora@gmail.com 




sexta-feira, 13 de maio de 2016

O QUE É PAU, O QUE É PEDRA.

Se Deus tivesse aceitado o argumento de Adão de que foi Eva quem o induziu ao erro, Deus teria cometido um erro contra sua própria ordem. 

Existe uma ordem inicial, original, principal, a qual deve reger os nossos atos. Essa ordem é natural na essência do ser humano, independentemente das culturas e do ensino que recebe. Os desajustes emocionais ou espirituais podem estar relacionados ao choque com essa ordem. 
"Ordem" não tem a ver com ensinamentos. Ela é preexistente. É essa ordem que rege a vida e todo o universo. É por ela que se desencadeia o processo da ação e reação. Foi exatamente o afastamento dessa ordem que fez com que, despertando a consciência, Adão sentiu-se culpado e, por isso, buscou uma justificativa para o que tinha feito. O primeiro passo foi encontrar um motivo para o seu ato, atribuindo à mulher a participação em seu erro, acusando-a por tê-lo induzido. Mas ele também não conhecia a ordem? 

Como podemos ser "induzidos" ao erro, se existe uma ordem? Ou o erro é consciente (e por causa disso busca-se advogar a causa, abrindo janelas de escape) ou ele ocorre por uma experiência pessoal nova, pela busca daquilo que não conhecemos, apesar de não haver "nada novo debaixo do sol" que não nos sirva de ensinamento sobre os resultados. 

Mas são as consequências ruins, que nos sinalizam que uma ordem natural foi transgredida. 

Mesmo pelos ensinamentos que recebemos, é através da experiência de vida e as experimentações práticas que executamos, que nos mostram, através dos resultados a curto, médio e longo prazos, se as nossas ações seguiram a ordem que deveria seguir ou se foi desviada pelo caminho. 

Quem poderá dizer que foi induzido ao erro, se é senhor de suas escolhas, no pleno exercício de sua capacidade mental, com o senso do bem e do mal? 

Afinal de contas, não há um "castigo" que pode ser operado contra nós, que não aquele proveniente do não cumprimento ao que nos foi apresentado como um princípio. 



sábado, 30 de abril de 2016

O MACACO DO CIRCO USAVA SHORT

Lembro-me que o short de nylon virou uma "febre" nos anos 80. O sonho de consumo de uma criança pobre, era vestir um short de nylon, porque passou a ser uma "curtição", algo que estava na moda. 

Certa vez, um carro de propaganda de um circo que havia sido montado num bairro carente, levava a reboque uma jaula com o macaco "Joel", a atração do evento. E lá passava o macaco, vestido com um short de nylon. 
Muitas crianças comentaram: "Puxa, o macaco tem um short de nylon, e eu não tenho."

Haveria, porventura, alguma criança em cuja cabeça passou a ideia de fazer mal ao macaco para roubar-lhe o short? E a notícia de que alguém foi atacado por causa de um tênis novo? E aquela garota da escola que desfigurou o rosto de sua colega por achá-la bonita demais?

É muito comum para quem é "bombardeado" por apelos consumistas, desejar aquilo que não tem. Apesar de aquelas crianças não terem um short de nylon, elas não estavam nuas. 


A educação exerce um papel muito importante para ampliar a visão das pessoas sobre questões que se resumem na supervalorização de um fato isolado, de importância não tão relevante em sua essência, mesmo que para a "vaidade" seja importante.
Eu sempre rejeitei a ideia que ouvia no passado, quando em certas discussões entre colegas de escola, ou em conversas de alguns adultos, que diziam: "O banco foi assaltado? Não tem problema. Os banqueiros tem muito dinheiro!" O mesmo argumento ocorria quando algum rico era roubado ou sequestrado: "Pelo menos ele é rico. Tem muito dinheiro."
Eu não aceitava esse olhar, porque não conseguia considerar a posse do assaltado, mas o crime cometido. 
Parece que esse mesmo argumento é usado, por exemplo, quando um pobre é levado à delegacia policial após furtar algo para comer. A necessidade do pobre é colocada como uma justificativa para o "crime" e, parece que quando há um motivo forte para o crime, ele se torna menos crime. Se existe uma boa justificativa, o crime é mais aceitável. 

Uma sociedade que assume esse olhar como um fim para combater as diferenças sociais, aquecendo as lutas de classes pelo ódio, pela força bruta, pelas invasões, ou por qualquer tipo de ação movida por um sentimento de necessidade, inveja ou ambição sobre objetos ou coisas que pertencem ao outro, ou que justifica esses atos por uma necessidade básica, é despida de valores que são capazes de refrear os impulsos animalescos da sobrevivência. Por outro lado, a solidariedade, o compartilhamento, o olhar fraterno dos maiores sobre os menores não advém de uma imposição, mas de um alcance espiritual que supera as escalas de discussões no âmbito de políticas que apregoam a justiça social que sustenta essa celeuma. Sem o alcance individual dessa escala espiritual elevada, os que detém bens, se tornam tão animalescos para defender suas posses, assim como os que anseiam esses bens atacam para possuir o que pertence ao outro. 

Toda discussão política que se resume em lutas de classes, sem um sistema educacional que leve o indivíduo a entender que o compartilhamento, a solidariedade, o amor ao próximo, o respeito às coisas alheias, o limite dos direitos, tende a se aniquilar nas lutas armadas e na arregimentação do ódio, do rancor que leva o ser humano para a escala mais baixa que se pode alcançar. O que poderá mudar a história, não é a força da lei que obriga os homens amarem uns aos outros, mas a força do próprio amor. 
   

domingo, 17 de abril de 2016

"ANJOS DO BEM"

Hoje tenho algo importante a compartilhar, e o faço na primeira pessoa. Deus está me dando uma grande oportunidade de fazer um trabalho que sempre foi o alvo de minha carreira, desde os tempos em que, pela primeira vez, ganhei um programa de rádio, em 1991. Por muito tempo, os programas que apresentei ajudaram muitas pessoas com remédios, roupas; cadeiras de rodas; alimentos; casa; encaminhamento de dependentes químicos a tratamentos em clínicas. 

Eu sempre pensei em que minha profissão poderia ser útil às pessoas, além de apenas comunicar. Me preocupava com algo prático, que mobilizasse, que construísse algo sólido na vida de meus ouvintes. Passar mensagens positivas, mensagens de esperança nem sempre é suficiente. Com o rádio e a televisão, como meios de comunicação, é possível ir além. 

No rádio ou televisão, é muito fácil falar, mas é fácil fazer também. Promover-se é fácil, assim como é fácil promover também. É fácil pedir para si mesmo e seus projetos; fácil também é pedir para os outros. É uma questão de tendência de interesses. Os veículos de comunicação exercem importante poder de influência, pois oferecem grande contrapartida como uma via de mão dupla.

Encontrei recentemente pessoas com as quais dividi esse sonho e apresentei um projeto de programa de televisão. O projeto foi aceito e começamos os trabalhos de produção e articulação.  O nome foi escolhido: "ANJOS DO BEM."

O programa se caracteriza pela Ação Direta de Solidariedade em todas as áreas, não como captador ou tutor de recursos em nome de alguém, mas como suporte de promoção e veiculação de conteúdos que respondam às necessidades das pessoas em várias áreas. Uma via de acesso, com trabalho de articulação entre empresas e instituições. Não se trata apenas de um programa de televisão, mas de um projeto elaborado para promover o bem, a paz e a solidariedade entre pessoas. 

Acredito que o meio de comunicação, seja rádio ou televisão, tem uma grande força para servir de instrumento em favor das pessoas. Se em cada programação, em cada grade das emissoras, fossem separados o "dízimo" como espaço para a prestação de serviço às pessoas, diminuiriam, em muito, as dificuldades e carências de muitas pessoas. Isso eu experimentei no rádio. E sempre deu certo. Na televisão é um outro desafio que espero vencer. 

sexta-feira, 8 de abril de 2016

"O CORRUPTO HONESTO"

Desde os tempos em que Jesus esteve em missão na terra em sua forma humana, o mundo vivia em trevas. Porém, a luz que Ele veio trazer, não era uma luz física, essa que vemos acender quando chega a noite. Jesus trouxe a luz do entendimento. E era esse entendimento que fazia as pessoas mudarem de atitude.

A corrupção imperava também desde aqueles tempos, não apenas, como alguns defendem hoje em dia, que a corrupção no Brasil, por exemplo, vem desde os tempos do descobrimento, em que os índios foram explorados por mercadores inescrupulosos.
A discriminação e racismo também era algo real, e até Cristo passou por isso quando disseram a seu respeito: "Pode vir alguma coisa boa do norte?" (João 1:46). O fato, por exemplo, de Jesus ter conversado com uma Samaritana foi uma maneira de quebrar o preconceito. Judeus e samaritanos não se davam bem. 
Discriminação entre ricos e pobres foi muito bem exemplificada no caso da viúva pobre que deu suas moedinhas, a única coisa que tinha, sob os olhares daqueles que se achavam em melhores condições (Lucas 21).

Um dos fatos clássicos descritos nos evangelhos refere-se a Zaqueu. O relato bíblico afirma que ele era um funcionário público, cobrador de impostos ilegais e extorquia pessoas. Desde aquela época, a corrupção era mal vista pelo povo. E qual a razão disso? A razão é que, todo ser humano, em sua essência, sabe o que não está certo. Uma criança sabe quando está sendo trapaceada numa brincadeira, sem ao menos alguém dizer isso a ela. No momento que alguém se torna prejudicado por ação de uma outra pessoa, alguma coisa errada está acontecendo. 
Para defender-se da verdade que desperta sua mente para o erro que comete, alguns acabam pegando carona na mentira, sempre que quer fugir de algo que interfere em seus interesses. 
Jesus colocou sua reputação em risco quando, no meio da multidão, olhou para o corrupto Zaqueu, ordenou-o a descer da árvore e prometeu ir em sua casa depois de encerrar seu expediente. Diante da multidão que conhecia a fama de Zaqueu, qual teria sido a reação da turba? 
Zaqueu, ao encontro de Jesus, começou a mudar de vida porque ele entendeu a luz.

Zaqueu prometeu a Jesus que devolveria quadruplicadamente tudo o que havia defraudado (roubado) do povo. Zaqueu foi um corrupto honesto. Honesto por reconhecer que era corrupto. Honesto por entender que deveria devolver o que havia roubado.

Honestidade é como aquele pensamento que tenta nos corrigir sempre que imaginamos fazer algo errado, mesmo uma criança em seu joguinho com os colegas. Não dar ouvidos a essa luz que pisca dentro de nossa mente, é passar por cima da oportunidade que temos de nos tornarmos pessoas melhores e honestas, primeiramente conosco.   Honestidade não é apenas pagar o que deve. Honestidade é ser verdadeiro. Dizer sim, quando sim. Não, quando não. É reconhecer os próprios limites. É dizer que pode, quando pode; que não pode, quando não pode. Sob o aspecto da "inteligência emocional", muitos são levados a dizer com outras palavras aquilo que sentem, sem chocar as pessoas. Mas a verdade é clara. Se não estamos preparados para a honestidade do outro, jamais estaremos preparados para sermos honestos. 

O encontro de Zaqueu com Jesus o ajudou a mudar de vida, de praticar aquilo que sabia que era correto, mas que as repetições de seus feitos o faziam enraizar-se ainda mais na corrupção. Ele cortou a corrente no momento que reconheceu e mudou de atitude. 
Nem sempre podemos devolver aquilo que roubamos do nosso próximo. Ninguém poderá devolver uma vida que tirou; fechar as feridas de uma agressão. O arrependimento nem sempre é aceito quando não podemos repor o que fizemos o outro perder. Mas essa questão entra numa outra esfera que não podemos entrar. A nossa parte é reconhecer e mudar; pedir perdão, sentir pesar pelo que praticamos e nos sentir perdoados, mesmo que nãos sejamos aceitos pelo outro. Nos sentimentos do outro a nosso respeito jamais podemos interferir. A nossa parte é nos converter do mau caminho e os frutos falarão por si. 

quinta-feira, 7 de abril de 2016

ERRAR É HUMANO. ARREPENDER-SE É DIGNO!

O vereador Valdemir Soares, que também é pastor, (PRB) afirmou que vai renunciar ao cargo na Câmara Municipal de Curitiba. Em entrevista à RICTV, ele disse que está preparando a renúncia e que vai apresentá-la. “Estou preparando a carta de renúncia”, afirmou Valdemir Soares. Ele foi flagrado votando em lugar de uma vereadora numa sessão da Câmara Municipal. 

Uma pessoa jamais poderia ser avaliada por atos isolados, por questões circunstanciais de um momento, mas é assim que aprendemos. Aprendemos a criticar quem se arrepende e, por vezes, somos tentados a achar que o arrependimento não foi espontâneo, mas pela força da pressão externa depois do fato ser divulgado. Não somos Deus para julgar as intenções de quem quer que seja. O que deve ser considerado é apenas o ato, aquilo que observamos, vemos e até percebemos, de acordo com o nosso juízo de valor, considerando que nem sempre, o nosso juízo de valor é a base da verdade e da justiça.

O que é estranho é uma pessoa continuar se defendendo, legislando em causa própria, usando todos os artifícios e artimanhas escudada por um poder conquistado para desvencilhar-se de acusações comprovadamente atestada por graves indícios ou até mesmo provas.  

Honestidade, sem dúvida, é também reconhecer os erros, admiti-los e repará-los. Vivemos num momento da história em que a tentativa de mostrar que todos tem razão por seus erros pelo fato de todos serem errantes em algum setor da vida. Esse reconhecimento, pelo contrário, não imuniza a ninguém por seus atos falhos, mas aumenta sua responsabilidade, ao mesmo tempo em que indica que tal errante comete seus erros deliberadamente.  
Há muitos defendendo a Democracia, sem o mínimo de hombridade, decência e honra. 

Errar é humano sim. Mas sua reincidência acende o sinal amarelo. Há aqueles que cometem erros por ignorância. Mas há outros que se especializam nesse quesito. As leis são usadas para que, por meio do conhecimento de seus artigos, sejam costurados meios para não ser atingido por sua punição. Os atos de corrupção repetitivos que formam uma grande cadeia de importantes dimensões, sim, devem ser vistos como uma questão de caráter de quem os pratica. 
Antes de criticar aquele que se arrepende e aceita as determinações da lei sobre seus delitos, é importante observar aqueles que, deliberadamente tem feito o caminho inverso, ao criticar a justiça, a pôr em dúvida a lei e caçoar da verdade. Para esses, pode ser que não haja perdão, porque não se consideram transgressores. A arrogância e gana pelo poder, faz com que o pensar em si mesmo e em seus projetos de vida estão acima dos interesses a que seus cargos determinam. Todos erram, sim, e podem errar, porque essa é uma tendência de todo ser humano. Mas diante dos erros não arrepender-se, renunciando-o torna o ser humano indigno. 

quarta-feira, 6 de abril de 2016

SE O IMPEACHMENT NÃO ACONTECER, O CAOS TERÁ VALIDO A PENA


Dá para conjecturar que tudo o que vem acontecendo no atual governo é proposital. Não é concebível a ideia de que haja, de fato, tanta incompetência de um grupo que chegou ao poder pelo processo democrático, com propósitos bem definidos, embora não revelados essencialmente ao povo, mas apenas o que era uma expectativa do povo. É assim que trabalha a política. E foi assim que esse governo trabalhou, e muito, de todas as formas possíveis, para mostrar que era necessário ao País, e convenceu. As eleições de Lula por dois mandatos e o de Dilma Roussef mostraram que as articulações deram certo, que a política feita para as classes mais pobres deu a eles a contrapartida do voto. É indubitável a gana desse grupo pelo poder. A entrada de Lula na tentativa de salvar Dilma, visa a si mesmo e a seus interesses. Não é uma atitude democrática nem republicana. Pelo que se vê nas manobras de Lula para dar sobrevida ao falido governo, nem uma derrota nas urnas faria esse grupo admitir derrota, pois os indícios comportamentais, a maneira como agem e reagem mostram que estão preocupados apenas com seu projeto de poder, que não é o que espera o Brasil. É preciso muita competência e vocação para ser corrupto. É preciso saber com quem está lidando e os caminhos para alcançar os objetivos. O grupo que ascendeu ao poder em nosso país mostra, claramente, que não existe um inimigo à altura, apesar de tentar igualar a todos em suas falhas e isolá-los de seus acertos.  

Quando os reais propósitos, aquilo que está por trás das intenções, que ocorrem nos bastidores sem o conhecimento do povo ficam entre quatro paredes, cria-se uma nuvem de incertezas diante dos sintomas que começam a aparecer, mesmo diante de um discurso diferente do que se sente na prática. Assim se cria uma crise bem arquitetada, sinalizada pelo trabalho que tem tido a justiça para responsabilizar os agentes operantes desse sistema de corrupção que se implantou, aos poucos, em silêncio.  
Não dá para conceber a ideia de que tudo isso se deve à incompetência do governo. Não é. É preciso muita competência para ser corrupto, criar um cenário que aos poucos vai mostrando o caos que tentam reverter como algo positivo aos seus interesses, escondendo-se em argumentos de que todo ser humano é corrupto. Se um governo teve o direito de ser corrupto, isso justificaria o fortalecimento dessa corrente, ao invés de quebrá-la, pois isso custaria a aniquilação de um projeto de poder bem arquitetado entre seus grupos, cujos tentáculos se espalharam por todas as instituições públicas.


Se o impeachment de Dilma não acontecer, a debandada do PMDB a essa altura, assim como de outros partidos, e a chegada de novos apoiadores do governo pode ser um tiro no pé daqueles que desceram do barco, trazendo alívio ao governo, abrindo-lhe caminho para prosseguir com mente fixa na perpetuação do poder, colocando em prática toda proposta ocultada que, aqueles que possuem discernimento conseguem enxergar pelos sinais já vistos nos rumos que a sociedade vem tomando, inclusive na inversão de valores. Não é preciso apresentar provas. Os sintomas são claros de um desequilíbrio generalizado. Aqueles que veem do lado de fora conseguem perceber. Os que ainda estão escravos, de algum modo, do sistema que o alimentam, pode não ter a mesma perspectiva, pois estão numa outra escala. Quando os projetos são subjetivos, sua sutileza começa a minar a mente das pessoas, mudando sua visão de valores que foram construídos sob os pilares da justiça, do fortalecimento das famílias que são a base da sociedade; do respeito às diferenças, à propriedade, o mérito, sem incitar contendas e perturbações da ordem que se tornam fatores que desequilibram o bom senso, criando uma verdadeira celeuma social ao fazer com que se divida ovacionando suas razões e privilégios oferecidos de maneira terceirizada, sem conhecer, de fato as raízes de tais “benefícios” concedidos. Os fins justificam os meios, para essa filosofia que vem minando as mentes. 

É preciso observar de fora, as atitudes da sociedade e como tem se portado diante desses acontecimentos. Quem sabe, é isso mesmo que esse governo deseja. Continuar usando pessoas como “massa de manobra”, posando de vítimas e acusando como revanche, quem primeiro o acusa. O governo permitiu que o caos se estabelecesse para usar “as cartas da manga” e fazer valer exatamente o que desejavam: “desbrasilizar” o Brasil. Se o impeachment não acontecer, o caos sempre será revertido em benefício da corrupção, desmoralidade e injustiça, seja agora ou depois. Essas raízes se aprofundam e se fortalecem, tornando o país refém de uma outra classe social: "A elite política."

domingo, 27 de março de 2016

O GOLPE DE LULA

Se todos os olhos se voltaram para Lula, gerando a pergunta de seus militantes: "Por que só o Lula?" existe um forte motivo. Lula tentou ousar de novo, mas errou ao "atirar a primeira pedra." Quando assim o fez, chamou acidentalmente, juízo sobre si mesmo, e agora tenta desvencilhar-se das pedras que retornam. A tentativa estratégica de mostrar que "todos são corruptos", não o imunizou do peso das consequências da responsabilidade que a ele é atribuída. Ao atirar a primeira pedra, sua tentativa foi a de proteger-se, atribuindo a si mesmo, o dom da honestidade e justiça. Ele sempre apontava "eles" como os corruptos, mas estava usufruindo das mesmas benesses, sentado na mesma cadeira. Ele atirou a primeira pedra e, hoje, o país pergunta: E agora, Lula?

Lula sabia, mais que todos os brasileiros operários. Ele estava lá, no sistema. Lula sabia como se operavam as negociações e contratos. Ele foi um retirante, de infância pobre, mas tinha malícia. Sim. Não é qualquer um que chega aonde chegou. Não é qualquer retirante, qualquer menino pobre que consegue essa proeza. Os mais inteligentes, conseguem se destacar pelos estudos. Mas, os mais astutos, precisam saber negociar e, por vezes, entram em caminhos obscuros. 
Lula era vivo, astuto, por vezes dúbio. Sabia se defender. Assim sempre fez, acusando  "eles", sem dizer quem eram. Assim, o povo o abraçava e via nele um grande guerreiro contra "eles". Criou um meio onde passou a ser indispensável. Não era qualquer pau-de -arara. O que define o futuro de alguém, não é a sua condição social, nem sua inteligência. Em algumas esferas, inteligência não é nada. É preciso astúcia.

Lula sabia como funcionava o sistema. E por isso, talvez, desejou chegar à presidência do país pois, ali, via sua grande oportunidade de enriquecer-se. Foi insistente. 
Lula sabia que as empreiteiras sempre tiveram parcerias com os governos, desde JK. Lula sabia, que empreiteiras pagavam propinas ao governo para obter vantagens em licitações. Lula sabia. E como sabia. 

E sabia que todo o sistema estava corrompido, mas desejou participar dele. Seu discurso de moralidade não conseguiu colocar em prática, talvez porque nunca intencionou fiscalizar as licitações e investigar o esquema de propina que enriquecia ilicitamente muitos operantes do poder.  Mas ele assentou-se na mesma cadeira, comeu da mesma comida. Perdeu a grande oportunidade de revisar o que dizia estar errado. As atribuições do cargo deram a Lula a oportunidade de revelar sua honestidade ou aflorar suas ambições pelo caminho da desonestidade. As atribuições do cargo deram a ele a oportunidade de "mexer nas peças" para interesses pessoais ou para interesses da Nação, mas preferiu tirar proveito, abrigando seus pares. Assim se fortaleceu "voando com as aves de mesma plumagem". 
A notícia de que empreiteiras tem parcerias com o governo há décadas, é a questão que a militância petista tem divulgado aos quatro cantos, para tentar mostrar que Lula não é o demônio da história. 
Mas convenhamos que "parceria público/privada" não justifica o abuso de poder e enriquecimento ilícito de governantes. Cada coisa em seu lugar. Pagamento de propina e superfaturamento como contrapartida para explorar obras, sim, é corrupção. Que empresa não gostaria de ter o governo como seu maior cliente? O pagamento de propina é feito pelas empreiteiras ao governo, sim, mas como uma "exigência" do governo como contrapartida para explorar as obras de infraestrutura. O superfaturamento é um bolo que é dividido entre muitos. O governo petista já chegou ao poder sabendo disso e não "consertou" o problema das propinas, das fraudes em licitações, entre outras coisas envolvendo os tentáculos da corrupção e parece ter gostado da brincadeira. O retirante pobre, se cercou de amigos ricos. Porque agora, ele tem contrapartida! 
O "demônio", de fato, não são as empreiteiras pagadoras de propina para alcançar seus objetivos (elas visam o lucro como qualquer empresa privada). A responsabilidade é de quem paga propina e tira vantagem sobre a coisa pública. Quem tem que consertar isso, não são as empresas corruptas, é o governo corruptor. Mas para que mexer nisso, se encontraram um filão para ganhar a vida? Por isso lutam para permanecer no poder, mesmo enfrentando tanto estresse físico, emocional e moral. Moral?
O que está em questão é o uso da máquina pública para obter vantagens pessoais e partidárias. E isso não vem de hoje, não é por isso que deve continuar sendo assim. Isso é muito comum, em todas as esferas governamentais. Comum, mas errado!

quinta-feira, 24 de março de 2016

HÁ VIDA APÓS A BOLHA

Nada na vida é definitivo. Nem a vida, nem a sorte, nem o norte, nem a morte. Há muitos que chegaram a um momento de profunda reflexão. A vida parecia uma mentira. Os fatos não se encaixavam nos discursos; a expectativa que criavam era uma fraude. 
Quantas vezes fizeram você acreditar cegamente em algo que não era para ser e que precisava aceitar as "coisas" e não questionar porque era de praxe?  Nos ensinaram que devemos nos submeter à uma ordem unida para alcançarmos status ou posições privilegiadas dentro de seus muros. Mas na prática, no mundo real, somos submetidos à luta; a luta que nos fortalece. 

Na ilusão, vivemos reclusos dentro de uma bolha e achamos não haver um mundo do lado de fora. Mas há. A bolha estoura quando você não se sente mais confortável dentro dela, não por não ser confortável, mas porque você se desperta quando percebe que se trata de um plano para controlar a sua vida. As vezes você sente que alguma coisa está errada mas não sabe exatamente o quê. É esse um processo onde começa surgir as crises internas, mas quando você se permite à análise e à comparação pela libertação do pensamento, inicia-se uma revolução em seu interior. A bolha não suporta esse "estremecer" e eclode. 

É dura a experiência de ver essa bolha estourar e despencarmos para a realidade. É preciso agora, atenção redobrada, percepção aguçada e o controle das emoções. Tudo entra em alerta. O processo de retomada da vida torna-se quase que um fardo quando confrontamos nossos valores teóricos, com aquilo que precisamos fazer, na prática, para iniciar um novo ritmo, depois de um ciclo que terminou. O que aprendemos já não vale mais; o nome e a identidade que nos deram não são reconhecidos; o que disseram que somos, na realidade, era o que queriam que fôssemos, lá, dentro da bolha; o que recebemos já não tem mais valor, porque o que restou, só tem valor dentro da bolha; as amizades que construímos já não existem mais. Ficaram lá, dentro da bolha. É tudo novo, diferente, tenebroso, desafiador e até assustador. É como um "renascimento" de si mesmo, onde o que vai sustentar é a  essência de seu próprio caráter. É com ele que contará para retomar essa nova caminhada. Sua identidade real é aquela que se revela pela nudez dos valores que lhe deram um dia, e que de você foram tirados. Sim. Sair da bolha é desnudar-se. É o regenerar do que se tornou um despojo. 

O sentimento de desajuste com o novo meio é intenso. Já não está mais entre aqueles a quem considerou irmão um dia; nem junto àqueles que conheceram a sua história de vida. Tudo se apaga, mas ainda vive na própria memória. É preciso o desprendimento do passado para viver de novo. É preciso admitir que aquele tempo se foi e ele só é importante para você mesmo. Agora é um recomeço. É preciso provar que é capaz, que tem vida, que é útil, que pode fazer, planejar, realizar. Sentir-se vivo é necessário para que a vida tenha sentido. 

Sair da bolha é doloroso, mas é crescimento, libertação. É o encontro com a sua própria verdade, dando a real oportunidade de reconhecer-se. Você já não está mais dentro de casa, com os de casa; não é mais agasalhado pelos irmãos e aplaudido ou criticado por eles; a vida passa a ser como um show de calouros onde você é julgado por estranhos; já não come da mesma comida; não conversa a mesma conversa, já não se assenta na mesma cadeira, e não há nada de prodigalidade ou rebeldia nisso. É o acordar de uma anestesia. É a vida que segue, que convida, que aflora. 

Há vida após a bolha, mas quem sobreviver à queda, terá a seu favor um novo olhar do que passou, e um novo entendimento sobre si mesmo e os outros. 

Quando a bolha não estoura, somos condenados a uma vida sem sentido, sem a descoberta daquilo que podemos ser, não daquilo que dizem que somos. Dentro da bolha, tornamo-nos reféns de nós mesmos, indefesos e escravos do pão que nos "cevam" dentro dos "currais" daqueles que nos cativaram pelos sonhos que prenderam o entusiasmo; pelos limites que cercaram o autruísmo; pelo trabalho de frutos minguados que nos fizeram plantar em solo errado. 

sexta-feira, 18 de março de 2016

QUEM FUGIRÁ DA JUSTIÇA?

Por mais que o homem tenta buscar meios para retardar as consequências de seus atos errôneos deliberados, os mais resistentes acabam, finalmente, tendo que enfrentar a si mesmos diante da vergonha da "nudez" de uma moral desmascarada ao ser encurralada pelos fatos. 

Muitas vezes nos tornamos "amigos" de nossos erros e nos damos bem com ele, até sermos "traídos" pelas consequências inevitáveis desses atos. É sempre assim, quando procuramos "empurrar nossos problemas com a barriga", protelando a oportunidade de darmos uma chance para nós mesmos de resolver esses problemas que nos afligem. Quando nos tornamos escravos de nossos vícios, o que fazemos é buscar justificativas para tentar minimizar o seu peso, e abraçá-lo como a nossa verdade e acreditamos nela a ponto de defendermos com veemência as nossas razões. Podemos maquiar os sintomas de uma doença para mostrar que estamos saudáveis, mas não dá para esconder quando a doença eclode. Como escapar da verdade? Não seria o momento de avaliarmos nossas condições e em vez de viver reagindo passemos a agir para mudar a situação? 

Deus olhou para a Terra e não viu um justo sequer (Romanos 3). 

Olhando depois, viu a Noé, Ló, Jó, entre outros. O que Deus considerou era que esses homens tinham características comuns, que os colocavam em estado de justiça. Eram tementes a Deus e se desviavam do mal.

A Bíblia fala dos limpos de mão e puros de coração. Salmo 24:4 diz:"Aquele que tem as mãos limpas e o coração puro, e não se entrega à mentira, nem age com falsidade." Este subirá ao monte do Senhor. 

O fato de "não haver um justo sequer" não é uma espécie de licença ou condescendência com a injustiça. É uma constatação que mostra haver, por outro lado, a escolha que podemos fazer pela justiça. "Quem nunca pecou, atire primeira pedra", como defendeu Jesus a pecadora, não promove o pecado, mas leva cada indivíduo a refletir sobre suas mais profundas intenções e suas atitudes consumadas. 

"Vai e não peque mais", foi o pedido de Cristo àquela mulher, livre da morte. 

Não há margem para desculpas quando lemos: "Pode o etíope mudar a cor da sua pele e o leopardo suas manchas?

Mas nós podemos escolher fazer o bem, mesmo tendo tendências para fazer o mal". (Jeremias 13:23). Sobre cada indivíduo recai a responsabilidade por suas escolhas. 
Não existe "justiça de Deus" e "justiça dos homens". Existe justiça. Ela é definida por sua própria essência que ultrapassa as argumentações humanas ou teses de defesa de um réu. A justiça acusa no "tribunal da consciência" onde nenhum advogado, juiz ou promotor tem acesso. "Cada um julgue-se a si mesmo." Essa é a essência da justiça. 

Se praticássemos a justiça, com base no amor ao próximo, que é a lei universal, jamais teríamos causas levadas aos tribunais e nossa honra colocada em dúvida. 

O momento em que vivemos como cidadãos ativos na sociedade, ao mesmo tempo em que dizemos amar a verdade, é dramático. Quando o Cristão toma algum partido nessa hora, acaba sepultando em vala comum a honra daqueles que se desviam do mal e não agem de maneira fraudulenta. A diferença não é a possibilidade de errar, mas a escolha de desviar-se do mal e manter-se limpo em meio à corrupção e mentiras. É isso que temos observado dos partidários políticos. O cenário não é satisfatório para levantarmos bandeiras, seja elas quais forem. A defesa da justiça e da honra, contudo, deve ser o alvo de todo aquele que se desvia do mal e que ama a verdade. 


Não é raro ouvirmos e lermos repercussão de frases de efeito e acusações de um lado corrupto para defender o outro lado, também corrupto. Estar ao lado de homens, levando para o pessoal o que deveria ser analisado profundamente na esfera espiritual, é disseminarmos pedras pelo caminho, nas quais tropeçamos por confiarmos naqueles que se autodenominam justos e inimputáveis. O orgulho faz com que levemos para o pessoal essas discussões e passamos a defender crimes de uns, pelos crimes de outros, e assim, permanecemos na escala das trevas. É uma luta de jogo de palavras que em nada contribui para a busca de soluções. 

Todo homem tem tendências ao erro, por isso erra. Porém, o reconhecimento de seus erros, independentemente das consequências que pode sofrer, ocorre quando abre espaço para o espírito da justiça e da verdade. Aqueles que se desviam do mal, mantendo suas mãos limpas e coração puro, que não acusam com mentiras. 


Avaliemos nossa condição e observemos a inclinação que adotamos em temas que nos afetam diretamente. O que seria praticar justiça? Quando a injustiça nos beneficia, deixaria de ser perniciosa em sua essência? 

O mal não é só mal pelos efeitos que produz, mas pela causa, ainda que de algum modo, aceitemos nos beneficiar dele. Por outro lado, a bondade e a justiça, o amor, a compaixão e solidariedade não necessitam dar explicações para suas ações. Quem erra precisa de advogado. Mas a justiça advoga-se a si mesma, pois se respalda na verdade. Cada ser humano, em suas faculdades mentais sadias, pode julgar-se a si mesmo. Não poderá deparar-se no espelho da alma mantendo suas mentiras. De que lado você está? O amor, a verdade e a justiça não tem lado.  


segunda-feira, 14 de março de 2016

O SEU MAIOR INIMIGO


As diferenças sociais não importam muito. O que impota são os valores pessoais. Ser rico honesto, ou pobre honesto, os igualam nos valores imateriais. Ser rico ou pobre desonesto, os igualam de igual modo. O pobre honesto não se vitimiza por sua condição nem busca culpados por sua situação social e econômica. O pobre honesto é aquele que reconhece que sem trabalho e oportunidades não é possível avançar; é aguerrido e busca seus objetivos com verdade e sinceridade. O que pesa não é o que você tem ou não tem, mas o que fez para adquirir e conquistar, ou o que pretende fazer para mudar sua própria condição.  


O rico honesto não pode ser sonegador; não mente para o fisco, nem adquire bens e escamoteia informações de sua origem, não explora o pobre; reconhece seu dever humano de amar e compartilhar. O grave problema que vivemos nos dias atuais é a tentativa de colocar pessoas guerreando contra pessoas, enquanto que a motivação individual pelos sonhos, planos e objetivos, se encerra nas discussões sobre quem é o culpado. É preciso rever os valores espirituais, não apenas os materiais. O orgulho, a vaidade, e outros tantos vícios morais é que tem destruído a humanidade em todos os sentidos.Em suma, ser honesto é saber quem você é e o que são os outros, e o que você pode fazer por si mesmo e pelos demais.É saber qual é a sua parte e cumpri-la. Descobrir os inimigos em si mesmo, e combatê-los. 

O seu maior inimigo é aquele que domina a sua mente e seus pensamentos. O que fazemos com nossas mãos e com nossos atos, é apenas uma resposta do comando imaterial do ser. Dificilmente uma mente dominada pelo engano se sentirá culpada de possíveis erros cometidos. 

domingo, 13 de março de 2016

"NÃO HÁ UM JUSTO SEQUER"

Deus olhou para a Terra e não viu um justo sequer (Romanos 3). 

Olhando depois, viu a Noé, Ló, Jó, entre outros. O que Deus considerou era que esses homens tinham características comuns, que os colocavam em estado de justiça. Eram tementes a Deus e se desviavam do mal.

A Bíblia fala dos limpos de mão e puros de coração. Salmo 24:4 diz: "Aquele que tem as mãos limpas e o coração puro, e não se entrega à mentira, nem age com falsidade." Este subirá ao monte do Senhor. 

O fato de "não haver um justo sequer" não é uma espécie de licença ou condescendência com a injustiça. É uma constatação que mostra haver, por outro lado, a escolha que podemos fazer pela justiça. "Quem nunca pecou, atire primeira pedra", como defendeu Jesus a pecadora, não promove o pecado, mas leva cada indivíduo a refletir sobre suas mais profundas intenções e suas atitudes consumadas. 

"Vai e não peque mais", foi o pedido de Cristo àquela mulher, livre da morte. 

Não há margem para desculpas quando lemos: "Pode o etíope mudar a cor da sua pele e o leopardo suas manchas?
Mas nós podemos escolher fazer o bem, mesmo tendo tendências para fazer o mal". (Jeremias 13:23). Sobre cada indivíduo recai a responsabilidade por suas escolhas. 

Não existe "justiça de Deus" e "justiça dos homens". Existe justiça. Ela é definida por sua própria essência que ultrapassa as argumentações humanas ou teses de defesa de um réu. A justiça acusa no "tribunal da consciência" onde nenhum advogado, juiz ou promotor tem acesso. "Cada um julgue-se a si mesmo." Essa é a essência da justiça. 

Se praticássemos a justiça, com base no amor ao próximo, que é a lei universal, jamais teríamos causas levadas aos tribunais e nossa honra colocada em dúvida. 

O momento em que vivemos como cidadãos ativos na sociedade, ao mesmo tempo em que dizemos amar a verdade, é dramático. Quando o Cristão toma algum partido nessa hora, acaba sepultando em vala comum a honra daqueles que se desviam do mal e não agem de maneira fraudulenta. A diferença não é a possibilidade de errar, mas a escolha de desviar-se do mal e manter-se limpo em meio à corrupção e mentiras. É isso que temos observado dos partidários políticos. O cenário não é satisfatório para levantarmos bandeiras, seja elas quais forem. A defesa da justiça e da honra, contudo, deve ser o alvo de todo aquele que se desvia do mal e que ama a verdade. 

Não é raro ouvirmos e lermos repercussão de frases de efeito e acusações de um lado corrupto para defender o outro lado, também corrupto. Estar ao lado de homens, levando para o pessoal o que deveria ser analisado profundamente na esfera espiritual, é disseminarmos pedras pelo caminho, nas quais tropeçamos por confiarmos naqueles que se autodenominam justos e inimputáveis. O orgulho faz com que levemos para o pessoal essas discussões e passamos a defender crimes de uns, pelos crimes de outros, e assim, permanecemos na escala das trevas. É uma luta de jogo de palavras que em nada contribui para a busca de soluções. 

Todo homem tem tendências ao erro, por isso erra. Porém, o reconhecimento de seus erros, independentemente das consequências que pode sofrer, ocorre quando abre espaço para o espírito da justiça e da verdade. Aqueles que se desviam do mal, mantendo suas mãos limpas e coração puro, que não acusam com mentiras. 

Avaliemos nossa condição e observemos a inclinação que adotamos em temas que nos afetam diretamente. O que seria praticar justiça? Quando a injustiça nos beneficia, deixaria de ser perniciosa em sua essência? 

O mal não é só mal pelos efeitos que produz, mas pela causa, por sua natureza, ainda que, de algum modo, nos beneficiemos dele. Por outro lado, a bondade e a justiça, o amor, a compaixão e solidariedade não necessitam dar explicações para suas ações. Quem erra precisa de advogado. Mas a justiça advoga-se a si mesma, pois se respalda na verdade. Cada ser humano, em suas faculdades mentais sadias, pode julgar-se a si mesmo. Não poderá deparar-se no espelho da alma mantendo suas mentiras. De que lado você está? O amor, a verdade e a justiça não tem lado, porque é algo que está acima de nós. 

sexta-feira, 11 de março de 2016

REVENDO CONCEITOS

O que ocorre depois de revermos nossos conceitos? Até quando vamos nos debruçar no meio termo do politicamente correto e deixar de lado questões pontuais e decidir entre a vida e a morte, entre o certo e o errado, entre o bem e o mal? 
Jesus já havia orientado com muita precisão no passado sobre isso, dizendo: "Ninguém pode servir a dois senhores e agradá-los ao mesmo tempo; se agradar a um, desagradará ao outro."  

Tomar posição exige "desapego" a um, para apegar-se a outro. Não existe decisão sem perda, por mais dolorosa que essa decisão seja. É preciso abrir mão de algo para obter outro. A lei da física prevê que "dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar ao mesmo tempo". A presença de um, expele o outro. 

A campanha de "desconstrução" de valores e a relativização da verdade, respaldando-se na depreciação do gênero humano, nivelando a todos na mais baixa escala, como se não houvesse mais saída, acaba "educando" uma geração no campo da mornidão e permissividade, tornando-a vulnerável a todos os ventos de argumentos e posições, sem o senso crítico, sem uma base sólida para defender-se diante dessas imposições administradas de maneira sutil.  
Mas será que estamos preparados para tomar mesmo decisões, preferimos viver displicentes, apenas reagindo aos acontecimentos que ocorrem em nossa vida? Até que ponto as informações e conhecimento que adquirimos, ou as percepções que acumulamos nos tem feito tomar posições? 

Talvez seja isso que vem fazendo a diferença na vida das pessoas, seja de que lado estejam. O meio termo, a "mornidão" é o esconderijo de nosso real caráter, ou de nosso desconhecimento de causa sobre o que está exposto diante de nós.  Observe as suas referências. Após rever conceitos é preciso o próximo passo. Substituir conceitos, mudar de atitude, renovar o entendimento. Não há ninguém que fará isso em seu lugar. 

quinta-feira, 10 de março de 2016

COMIGO NÃO ACONTECEU NADA

Por mais "em paz" que estejamos, não estamos longe de conflitos e tragédias humanas e isso nos afeta e comove. Mas é preciso ir além disso. 

É um grande alívio quando há certeza de que aquele acidente não afetou seu parente. Que aquela notícia que alguém lhe passou a respeito do desastre estava equivocada,  e o que parecia um grande drama, deu lugar ao riso de alegria e abraços de comemoração.  É preciso ter grande cuidado e cultivar uma maturidade espiritual para que a esperança não nos torne pessoas frias, achando que tudo é assim mesmo, e que a vitória é lá no fim.  Como pode, por exemplo um pastor de igreja dormir tranquilamente, sabendo que um membro de sua igreja foi para a cama sem poder dar de comer a seus filhos? Precisa ter "inteligência emocional." É isso que a psicologia moderna ensina? 

É um grande alívio quando aquele ônibus que você perdeu e o deixou irritado por não tê-lo alcançado, não chegou ao seu destino; quando a enchente que passou arrastando tudo perto de sua casa, passou longe de seu portão. Mas, quem foi mesmo a vítima que se acidentou? E aquela família que teve que sair às pressas da casa invadida pela água da enxurrada? E a família que aguarda a confirmação dos nomes da lista de passageiros que foram internados no hospital?

Comemora-se quando o alarme é falso. Quando o diagnóstico está errado; quando o telefonema avisando o sequestro do filho  era um trote. Comemora-se porque o amor que une a família naturalmente é  centrado ao núcleo familiar, ao círculo de amizades. É natural as pessoas serem afetadas diretamente naquilo que tem relação com seus interesses.
Mas ao considerar o fato de que  todos somos  parentes, do mesmo modo comemoramos o alívio do outro. A dor que dói no outro, também dói em você. Mas há os que perdem a sensibilidade a tal ponto  que não conseguem  se tocar nem com o sofrimento, nem com a alegria dos que estão a sua volta. Seria isso normal?
-Mas olha como está o  seu amigo, cheio de hematomas pelo corpo, disse o repórter de uma rádio local ao homem na sala da delegacia de polícia.
-Comigo não aconteceu nada, respondeu de imediato ao repórter.
Os dois haviam acabado de escapar pulando o muro da clínica psiquiátrica onde estavam internados. Recolhidos pela polícia, aguardavam a chegada do responsável por eles na delegacia para depor e liberá-los.
Curiosa a resposta daquele paciente psiquiátrico ao repórter: “comigo não aconteceu nada.” Sim, havia o que se comemorar. Mas o companheiro de fuga dele estava machucado.
Será que é loucura pensar assim? Passar adiante, mesmo percebendo que alguém, no canto da rua se queda? Manter os passos velozes pela pressa, e muitas vezes fugir de situações que não quer enfrentar? Assistir o sofrimento alheio, ao mesmo tempo em que diz: “comigo não aconteceu nada?”
Os extremos são perigosos.  Tanto não se solidarizar com o sofrimento do outro, quanto abalar-se demasiadamente. Mas ninguém tem um botãozinho liga/desliga para acionar ou neutralizar as emoções. O que vale agora é a reflexão no momento em que aparentemente está tudo normal. O que você pensa a respeito disso? É exatamente o que vai se manifestar na hora do enfrentamento da situação. Ao fazer uma simulação mental a respeito de alguma possibilidade, imagine-se na cena construída. O que você visualiza é o que assimilou e que provavelmente será refletido em sua reação.