sábado, 6 de fevereiro de 2016

"AQUELE QUE TROPEÇAR NUM SÓ PONTO..."

O tema "Os Dez mandamentos" ganhou repercussão após a produção da novela que se transformou em filme, editado recentemente pela Igreja Universal do Reino de Deus. 


De um lado, a crítica religiosa que leva em consideração a guarda de toda a lei, insinua que divulgar ou promover "Os Dez Mandamentos" requer a prática dos mesmos por quem os divulga. Ou seja: falam, mas não fazem, que se caracteriza uma "hipocrisia". 

O principal ponto que leva a esse julgamento, é a rejeição do quarto mandamento, onde Deus orienta que o Sábado seja lembrado como um dia santificado, separado para a adoração. 


As pessoas não devem ser levadas a entender que o dia de Sábado é como um segundo "deus" a ser adorado e idolatrado, nem como uma bandeira de santidade ou como cédula de eleição do povo de Deus, (pois isso remete à prática dos fariseus), aos quais se referiu Jesus: 

 "Ai de vós, doutores da Lei e fariseus, hipócritas! Porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas tendes descuidado dos preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé. Deveis, sim, praticar estes preceitos, sem omitir aqueles!" (Mateus 23:23). Nesse caso, pela lei já não estariam todos condenados por omitirem outros preceitos? 

Diante de Deus nada é ocultado. Não é apenas a prática que a Ele interessa, mas os motivos do coração. 

Se  esse tema for levado para um quadro comparativo, requisitando à risca a guarda de cada mandamento que foi dado por Deus no Sinai, não poderíamos estar sendo condenados por algum deles? 

Imagine se um guardador de Os "Dez Mandamentos" for chamado diante de quem acusa de pisar na lei, para revelar suas obras e for medido pelos critérios que Jesus colocou diante dos fariseus quando uma mulher pecadora foi levada diante dele, para ser apedrejada?

Mas nem só de sábado é feito "Os Dez mandamentos." Há outros nove em questão. Para Deus, nenhum deles se torna mais importante que o outro. Alguns consideram até que, na matemática de Deus,  a equação 10-1=0. Aquele que se julga santificado pela guarda de um dos mandamentos, desconsiderando outros, torna-se igual aos que pisam em algum outro mandamento da lei. "Se, todavia, tratais as pessoas com parcialidade, estareis incorrendo em pecado e sereis condenados pela Lei como transgressores. 10Porquanto, quem obedece a toda a Lei, mas tropeça em apenas uma das suas ordenanças, torna-se culpado de quebrá-la integralmente.11Pois Aquele que proclamou: “Não adulterarás”, também ordenou: “Não matarás”. Ora, se não adulteras, porém cometes um assassinato, te tornaste da mesma forma, transgressor da Lei". …(Tiago 2:9). 

Vejamos o que disse Jesus: "Ouvistes que foi dito aos antigos: “Não matarás; mas quem assassinar estará sujeito a juízo”. 22Eu, porém, vos digo que qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a juízo. Também qualquer que disser a seu irmão: Racá, será levado ao tribunal. E qualquer que o chamar de idiota estará sujeito ao fogo do inferno" … (Mateus 5:21)

"Ouvistes o que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. 28Eu, porém, vos digo, que qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, em seu coração, já cometeu adultério com ela." - Mateus 5:27

O Sábado é um marco importante que revela Deus como o Criador, e à Ele remete a adoração como o único Deus. A Bíblia é clara. Mas quando tomamos a posição como a tomada pelos fariseus que levaram uma mulher adúltera diante de Jesus, porque transgrediu o mandamento "não adulterarás", talvez não queiramos correr o risco de ser o primeiro a apedrejá-la pois, diante do confronto com a nossa própria justiça, veríamos afinal que é como trapo de imundícia. 
Jesus não se colocou diante dos fariseus como um "acusador" porque, de fato, ele conhecia o coração daqueles que julgavam-se cumpridores da lei. A abordagem de Cristo os levou a uma reflexão sobre sua própria justiça. 


Esse apontamento e discussão que se promove em torno daquele que tropeça em algum ponto da lei, deve levar a cada um de nós a refletir sobre os preceitos de Deus e os ensinamentos de Jesus aos fariseus, que cumpriam um e omitia outro, a saber: a Justiça, a misericórdia e a fé. 
A salvação afinal, será dada a todo aquele que "lavar as suas vestiduras no sangue do Cordeiro". 

PASTOR É ACUSADO DE USAR DÍZIMO INDEVIDAMENTE

Um fato vem chamando a atenção de líderes religiosos depois da repercussão da notícia de que um pastor estaria usando o dízimo da igreja para construir casas para seus membros carentes na cidade de Araruama, região dos lagos no Rio de Janeiro. Um outro caso, também no Estado do Rio de Janeiro ganhou repercussão: o pastor Fabrício Valadares, do Centro Evangelístico Internacional usa o recurso para alimentar moradores de rua. O pastor alega que o verdadeiro evangelho é aquele que se doa a favor do próximo, que cuida das pessoas.

"A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como sincera e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e, especialmente, não se deixar corromper pelas filosofias mundanas". Tiago 1:27. Capítulo 2: "Não fazer acepção de pessoas." 




No fim de ano, um famoso apóstolo televisivo gloriava-se de sua carreira ministerial em seu programa de fim de ano, convocando o povo para a passagem de ano em seus templos. Ele e a esposa fizeram a tomada de imagens num sítio luxuoso, que disse ter adquirido recentemente. "Isso é fruto do meu trabalho e da minha dedicação a Deus. Ninguém pode falar melhor de prosperidade do que eu porque só Deus sabe o que passei na minha vida." Mas ele completou depois: "Esse sítio não é meu. É da igreja." Sim, da igreja que ele mesmo fundou e por ela responde. 

Quantos membros fiéis dizimistas de sua religião tiveram acesso ao sítio que ele diz pertencer à igreja?
A Ostentação de uma fé que glorifica obras humanas

Esses pastores do Rio de Janeiro tem sido criticados por outros pastores. Os mais tradicionalistas consideram a ideia absurda pois, no entendimento deles, os dízimos são para fazer a igreja avançar, pagar os seus custos operacionais e para estabelecer novos trabalhos, angariando mais pessoas para o reino de Deus e financiar obreiros e missionários em outras terras. 

De fato, nenhum dos dois objetivos apresentados como finalidade para a aplicação dos "dízimos" encontra respaldo como a Bíblia relata. Essa questão é muito discutida até hoje, porque é algo que deve ser praticado por pessoas que entenderam ser seu dever para com Deus, devolver os dízimos. O "dizimista" fiel, aquele que devolve sistematicamente o percentual sugerido, tem mais respeito e consideração das igrejas. Mas quando essa questão se torna, pelas organizações religiosas, um instrumento para uso financeiro de seus empreendimentos, estimulando a doação de seus membros, a função do dízimo é desviada. 


Mas, que atitude se aproxima do ensinamento de Jesus no que se refere ao cuidado com as ovelhas de seu rebanho?
Qual deveria ser a responsabilidade dos pastores e líderes religiosos que governam uma igreja? 


"E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:

Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor DEUS: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?

Comeis a gordura, e vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.
As fracas não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.

Assim se espalharam, por não haver pastor, e tornaram-se pasto para todas as feras do campo, porquanto se espalharam".


Essa mensagem dada por Deus ao profeta Ezequiel, não lembra nada a você? Não é uma realidade vivida hoje, em que ovelhas sem o cuidado se sentem desconfortáveis e até mesmo doentes na carne e no espírito por se sentirem desprezadas? Não é assim que elas se dispersam?

Grande parte das igrejas se tornou um "curral" inacessível, que se protege pelas cercas da burocracia de seus estatutos e normas institucionais. É um "redil" onde as ovelhas não encontram lugar, apesar de serem suas fontes de lucro. 

A mensagem de Deus ao profeta revelou que "Esses pastores apascentam a si mesmos, e não cuidam das ovelhas."

A esses mesmos, Deus diz: "Eis que eu estou contra os pastores; das suas mãos demandarei as minhas ovelhas, e eles deixarão de apascentar as ovelhas; os pastores não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e não lhes servirão mais de pasto.

Porque assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu, eu mesmo, procurarei pelas minhas ovelhas, e as buscarei". 


Ezequiel 34:10,11. Essa profecia tem se tornado bem presente, apesar do grande número dos que ainda mercantilizam a palavra de Deus para seus prazeres, empreendimentos e negócios, esquecendo-se que de tudo isso deverão prestar contas ao Sumo Pastor. 


É desses pastores que Jesus veio libertar suas ovelhas. É Ele mesmo quem as convida: "Vinde a Mim; aprendei de mim."




sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

CUMPRINDO ORDENS. DE QUEM?

Sob a perspectiva Bíblica, "servo infiel" é aquele que faz apenas aquilo que o seu senhor manda. Hoje, os senhores que mandam, pensam exatamente o contrário. É preciso seguir a cartilha à risca.  Assim vivemos num mundo cheio de servos infiéis, treinados exatamente para cumprir ordens. Ir além da cartilha é arriscar-se onde a mediocridade é a lei. Quem deseja dar um passo a mais, já é visto como uma possível ameaça. De fato, não é possível ser um "servo fiel" sob a perspectiva de Deus quando nos adequamos às ordens de "outros senhores" e seus domínios. 

"O código de ética da profissão" foi evocado para proibir um veterinário de realizar mutirão de atendimento gratuito a animais em sua clínica na cidade de São Carlos, no interior de São Paulo. O caso virou notícia nacional e indignação de muitas pessoas. O veterinário, mesmo em sua clínica particular, está ligado a uma "convenção" cuja "ética" profissional, o impede de dar um passo a mais. Certamente, esse profissional estava ferindo interesses econômicos da "corporação" que sobrevive do atendimento aos animais que ele oferecia gratuitamente, um dia na semana. 

Há poucos dias conversei com um jovem estudante de uma escola naval, e ouvi dele uma declaração que me causou perplexidade. Não pelo que me disse, mas por estar diante de um jovem que se descobriu após uma "desilusão": "Eu pensava diferente sobre a carreira; agora vejo que não nasci para ser militar. O militar é inútil, não produz nada; só cumpre ordens das quais não tem que questionar, mesmo que não concorde" - disse. E completou ainda mais: "Eu não quero me sentir um boneco."

A liberdade de viver uma vida sem o controle de um "sistema" dominado por interesses maiores, muitas vezes ocultos, pode causar muitas dores e sofrimento. Não bastasse o sofrimento físico, o sofrimento mental de desinstalar os "programas" que nos imprimem no subconsciente é tamanho. 

Há muitos que se adaptam como passarinhos na gaiola, cujos donos não os deixam morrer para sua própria vaidade. A preocupação não é com a vida do passarinho, mas em beneficiar-se de algo que ele "diz" a seu respeito. Os animais adestrados são úteis enquanto respondem ao comando de seus donos. A utilidade do animal, não leva em conta o animal, mas as sensações que ele produz em seu dono. É como uma ovelha cortejada e protegida pelo pastor por causa do valor da lã que ela oferece, não por sua vida, seja qual for o estado em que se encontre. 

O sistema manipulador, do qual direta ou indiretamente estamos envolvidos, trabalha exatamente assim. "Para o passarinho que foi acostumado à gaiola, doentes são os que estão livres".

É preciso que cada indivíduo se reconheça onde está. Quem está no caminho errado não se sentirá errado enquanto estiver fazendo errado para corresponder ao que o sistema requer que seja feito como certo. O encontro com a luz e o conhecimento leva a uma desilusão. É preciso submeter-se ao banimento, aos apontamentos, à discriminação, à calúnias e difamações. Mas é uma desilusão produtiva se conseguir vencer os turbilhões de ataques, muitos deles silenciosos para não dar a chance para a verdade se estabelecer. Verdade é veneno para um sistema de manipulações e engodos. 

Desiludir-se, ao contrário da palavra que sugere algo ruim, apesar de causar dor pelo desenraizamento de um  longo aprendizado sem direito ao contraditório, ou até mesmo por uma vivência em escuridão, a desilusão leva à libertação e à busca de outros caminhos, sob uma perspectiva libertadora. 

Isso não significa rebeldia, revolta, nem fundamentalismo ou separatismo como o sistema que impera define.  Para o sistema, os errados são os que estão do lado de fora, os que questionam e até contestam, ou até os que romperam relações; que não comem de seu pão e não se assentam em sua mesa. Para o sistema que domina, os errados são os que saem do grupo. É preciso estar bem resolvido com os próprios sentimentos, para que a desilusão não se transforme em mágoas ou ressentimentos que, ao invés de libertar, levará a uma outra prisão: da paralisia.  



quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

QUEM "ENDOSSA" A VERDADE?

              
O que dá credibilidade a uma verdade eterna, certa, lógica, insofismável? Prejuízo é de quem não a aceita, refutando-a com conceitos personalistas. A acessibilidade dessa verdade é tão evidente que não dá a ninguém o direito de ser a sua referência, ter sua posse ou transferi-la, pois nenhum homem é absoluto e incorruptível. A verdade é para a libertação do homem dos homens, para Deus.

          Mas a sociedade aprendeu a viver assim, apontando os agentes que falam a verdade, ovacionando-os, chamando a atenção para si mesmos e muitos dos quais aceitam para si mesmo esses louvores e, pelos resultados de sua aceitação, acabam por muitas vezes se iludindo. De algum modo, essa “responsabilidade” assumida leva os homens a uma linha muito perigosa quando apoderam-se dela para vangloriar-se diante do mundo, apresentando seus frutos como a única referência e sua motivação é sonegada. 

Os Cristãos jamais deveriam adotar esse comportamento. Foi assim no passado com os escribas e fariseus, homens dignos, politicamente corretos, amantes da lei e da verdade.

Então falou Jesus à multidão, e aos seus discípulos, Dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus.Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem; Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com seu dedo querem movê-los; E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens.” Mateus 23:1-11.

Não se trata de “testemunho”, pois naturalmente a expressão dos frutos produzidos pela verdade praticada não passam despercebidos, mas as motivações de nossas expressões é que contam para Deus.  

O que tratamos nesse tema é a forma como assumimos essa verdade a ponto de torná-la como “colunas” do orgulho e vaidade a ponto de levar-nos a uma supremacia religiosa. 

       Observemos o fato de que, ao ter contato com uma verdade, algumas pessoas, principalmente de expressão e notoriedade social, em diversas áreas,  são alvo de exploração propagada, como se sua aceitação da verdade garantisse a ela mais credibilidade e convencesse mais pessoas. 

             Quando um cego foi apresentado a Jesus para ser curado, alguns perguntaram ao Mestre quem havia pecado, se o cego ou os pais dele,  pois as doenças eram tidas como resultado do pecado  de alguém. Jesus os respondeu: “Nem ele, nem seus pais; mas para que a obra de Deus fosse manifestada na vida dele.”(João 9: 1-3)

        O que sentiria o protestante que se converteu ao catolicismo ser manchete do jornal da diocese: “Pastor protestante fecha igreja e se converte à verdade católica”, ou vice-versa? Por algum motivo há exploração por parte daqueles que se colocam como “guardiães” dessa “verdade,” como quem dissesse: “Viu, nós estamos com a verdade. Nós temos razão”, a nossa mensagem é verdadeira,  e incorrem no perigo das armadilhas do triunfalismo, do orgulho e vaidade.

O que daria credibilidade a uma verdade? É a pessoa que a aceita, ou a própria verdade em si mesma? É a instituição que difunde a verdade, ou a própria verdade? 


Se um famoso ateu deixa de ser ateu, Deus passa a existir mais do que antes? As pessoas seriam levadas a acreditar mais em Deus por causa da conversão de um ateu? 
Se alguém é sugestionado a crer em Deus, porque até um ateu se converteu, de que Deus temos pregado? Se a verdade eterna precisa da aprovação e aceitação humana para cumprir o seu propósito, de que verdade estamos falando? Um ateu que "garante" que Deus existe, não estaria se colocando como um deus? Não estaria buscando glórias para si mesmo e sua "descoberta?" 

A religião não deveria apresentar-se como um mercado competitivo, onde a verdade de uns se apresenta mais verdadeira que a verdade de outros, motivo que os levam a lutar para mostrar quem tem razão por uma autoafirmação massificada. 


Qualquer instituição religiosa que pensa em usar pessoas que abandonam seus segmentos religiosos ou práticas pela aceitação de uma outra mensagem para difundir a verdade que prega como se ela fosse um “produto” testado e aprovado como se faz na publicidade, é uma prática que satisfaz aos simpatizantes dessa crença, que vangloriam-se e jactam-se de suas próprias obras. Isso vai criando, com o passar do tempo, uma cultura. Esse tipo comportamento se torna bem evidente em seus seguidores que são reconhecidos pelas bandeiras que levantam, pelas "camisas que vestem", por seu "grito de guerra". 

As pessoas devem ser atraídas à Cristo. Ele é a verdade que não se permite a interpretação humana, mas que ao homem se apresenta tal como O é. Mas, do ponto de vista de todas as instituições cristãs religiosas que existem no mundo, aceitar a Jesus e sua graça, não é o bastante. Se o fosse, não haveriam tantas religiões.  

Mas resta-nos um conselho poderoso: “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti as vossas misérias, e lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo em tristeza. Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará. Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão, e julga a seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz. Há só um legislador que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem? Eia agora vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos; Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo. Mas agora vos gloriais em vossas presunções; toda a glória tal como esta é maligna.

Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado”.
Tiago 4:1-17

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

"ELE É O CARA"

Esses dias me deparei com postagens repercutidas na rede social de uma frase que o Papa Francisco pronunciou ao falar sobre o caso de mães que tiveram filhos sem um compromisso de casamento. A frase do papa que foi compartilhada dizia o seguinte: “Não existe mãe solteira. Mãe não é estado civil.” A frase do Papa foi elogiada e, mais ainda, muitos comentários diziam ser ele “o cara.”
E não é para menos. O Papa Francisco tem se mostrado um bom articulador, conciliador, um bom frasista, por sinal. Se não fosse Papa, poderia ter sido um grande profissional do Marketing.  As frases que diz,  são muito bem aceitas, porque é uma expectativa das pessoas, soam bem aos ouvidos e, assim, o Papa torna-se como um garoto propaganda de si mesmo, atraindo consumidores daquilo que estão acostumados a consumir. 
Mas até que ponto essas palavras de constatações daquilo que todo mundo sabe e espera tem mudado a vida das pessoas ou as tem levado a refletir sobre uma mudança de olhar ou uma necessidade de conversão?
O fato é que, o "remédio" não está fazendo efeito.  Alguma coisa precisa fazer mal, para despertar o bem. Por mais discutível que seja essa afirmação, pontuemos o fato de que, se o remédio não fizer mal à doença, não surtirá nenhum efeito de cura; se o sapato não produzir o calo, que necessidade há de trocá-lo?
Vivemos  numa sociedade em que as pessoas se acostumaram com o que é “politicamente correto” e isso tem sido prática comum em todos os setores dominantes do sistema, produzindo um comportamento e uma disposição mental de que “as coisas para serem boas, precisam ser confortáveis para si mesmas.”


Não é algo relevante ouvir de um líder religioso de que, "mãe não é estado civil" pois, quem poderia contrariá-lo nessa afirmativa? Uma afirmativa óbvia não mexe com o comportamento das pessoas, não promove nenhuma reflexão a respeito dos fatores que levam uma moça engravidar antes do casamento, sem uma orientação sobre o que pode ser um drama futuro de educar esse filho  e encaminhá-lo com segurança.
As estratégias de conquistar popularidade do Papa, tem dado certo pelo olhar superficial. E para ele, é importante que assim o seja. 
Poucas frases e pensamentos ditos pelo Papa são levadas para o campo da polêmica ao se tratar do óbvio, previsível, esperado. 

Olhando um pouco lá atrás, quando Jesus disse que "veio ao mundo para trazer espada", na essência, Ele falava de cura. Quando dizia que "veio trazer guerra, e não paz", Ele falava de mudança de vida. A zona de conforto não leva o homem a refletir sobre a sua condição de vida. O que Cristo veio trazer ao mundo, foi uma espécie de sacudidura individual daqueles que tinham acesso à sua palavra e mostrava a eles a saída para seus dramas e conflitos.
Levando em consideração o que as pessoas passavam em sua vida, as palavras de Jesus que levavam conforto, ao mesmo tempo, despertava perplexidade nas pessoas que estavam acostumadas a outras práticas.

“Bem aventurados os que choram, porque serão consolados”; Bem-aventurados os pobres de espírito porque eles verão a Deus”... entre outras.

Aos nossos olhos parecem palavras amáveis e confortadoras, mas dizer isso aos  que esperam resolver tudo do seu jeito e pagar com a mesma moeda suas ofensas ou explorações, é uma espada; em vez de trazer paz, perturba, porque é o contrário das expectativas e da realidade que os homens aprenderam viver. Essas palavras eram como "chicote" para os poderes que imperavam, pois mostravam as pessoas um futuro além do que podiam imaginar. Por isso Cristo não foi visto com bons olhos pelos poderes dominantes, nem ovacionado e atraído pelos que se punham nos pedestais de sua própria glória. 

Mas é essa espada e essa perturbação, que promoverão a cura e a paz.

As palavras de Jesus é alento apenas a quem o conhece. Será conforto para quem se dispuser a conhecê-lo; será paz a quem a praticar. Aqueles a quem não é permitido conhecer de fato os seus planos, suas palavras serão sempre um desconforto. E ao invés de buscar conhecê-las, buscarão um paliativo para suas perturbações em outras fontes. 

Em muitos casos, é preciso ferir para restaurar. Declarar guerra para mudar. Senão, ao invés de remédio, estaremos administrando “placebos”, que confortam a mente pela crença de que está tudo bem, mas o efeito não é sentido plenamente.


terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

APROVADO POR DEUS. APROVADO PELOS HOMENS.

Ser aprovado por Deus, ao mesmo tempo em que é aprovado pelos homens, é possível? É importante observar alguns pontos. Se alguém é aprovado pelos homens no mundo sentindo que, ao mesmo tempo é aprovado por Deus, ou o mundo criou um deus à sua própria imagem, ou o mundo está mesmo vivendo segundo os planos de Deus. Um sistema organizado que deve se adequar aos conceitos do mundo para a sua operação bem sucedida, corre grave risco de se afastar do sistema divino de ação. 

..."não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus".
Tiago 4:4. Essas palavras não foram ditas para os que são amigos do mundo, mas para os professos amigos de Deus que coxeavam entre dois pensamentos. 


Ao longo da história, ser aprovado e qualificado para um posto importante, passa pelo crivo de um sistema "imperante". Logo, ser aprovado, ter crédito nesse sistema, não significa muito, quando existe um confronto com a verdade. Mas dificilmente a verdade ganha espaço num sistema acomunado com interesses que, em cuja verdade não se estabeleceria. 

É muito comum os grandes sistemas e corporações fazerem se tornar desacreditados aqueles que destoam de seus interesses. Ou seja: "O errado é sempre aquele que sai do meio deles, os ditos rebeldes e revolucionários." O sistema operante e imperante, tem legalidade para assim agir, segundo seus parâmetros instituídos. 

É o que vemos ocorrer na política. Por mais verdadeira que sejam as denúncias - que em nome da honra, alguém venha fazer-, de imediato a "força tarefa institucional", legitimada, documentada e aprovada, passa a desqualificar aquele que se diz independente. 


Não se dá crédito, por exemplo, a jornalistas que se dizem independentes, que fazem denúncias nas redes sociais, exatamente porque não tem a aprovação de uma mídia legalizada, que cumpre suas obrigações como concessionária do governo. O que importa nesse caso é o compromisso e o comprometimento. A que causa as instituições organizadas estão a serviço? Os interesses que defendem são além de legais, morais?

O próprio Cristo quando aqui esteve foi desqualificado e discriminado pelo sistema que imperava naquele tempo. 
Foi chamado de "belzebu" o príncipe dos demônios, por expulsar os demônios; foi discriminado por não ter uma linhagem nobre e qualificada para a proposta que veio executar; foi chamado de "comilão de carne e beberrão de vinho", porque estava entre os pecadores e publicanos (Mateus 11:19). Por isso, tenha cuidado quando alguém dentre vós, os pequeninos socialmente indefesos, estiverem sendo pisados, perseguidos e apontados por um sistema que tem todo o poder nas mãos. Cuidado ao dar ouvidos a quem se levanta contra quem não tem poder de reagir. 


Na verdade, a "sociedade organizada" nunca se livrou dessa marca: avaliar as pessoas segundo os conceitos e preconceitos que estabelecem como regra de conduta. A liberdade com que Deus dotou os seres humanos, está cada vez mais a serviço da escravidão que impera no mundo. Uma liberdade "vigiada", uma perseguição velada que traz um sentimento perturbador do espírito, entre fazer a vontade dos homens e a de Deus, assim se iniciam os sintomas da "esquizofrenia espiritual". 

É preciso se encaixar nessa fôrma, criada pelo sistema, para deter o controle sobre a maneira de agir e pensar das pessoas. Isso é grave. Mas essa é a verdade humana. E assim se manifesta e será até o fim. 

A sociedade, e até mesmo o sistema religioso, está longe de agir em conformidade com o olhar de Deus, pois não se submetem aos critérios que Ele usou, até mesmo para a escolha de seus discípulos. Os homens são inseguros, porque deixaram de confiar a Deus os seus negócios. 

Mas, quando é que praticaremos as palavras: "Mais vale obedecer a Deus do que aos homens", quando o sistema anticristo adota seus padrões de conduta contrários aos atributos de Deus que é o seu caráter? 

Já não é tempo de observarmos mais os critérios com que Deus trabalha com os homens? Até quando estaremos usando critérios humanos, com olhar humano, julgando as pessoas pelas nossas suspeições? Até o momento em que esvaziemos o nosso "eu", permitindo que nossa vida seja conduzida por Deus. 


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

DO LADO DE CÁ, DO LADO DE LÁ

Eu estou aqui, vendo a noite chegar. Ao meu lado, garotos como eu, do mesmo jeito. Sem banho, sem comida, sem fome, quase sem corpo. Estou quase sumindo dentro de minhas roupas largas, rasgadas e sujas. Mas eu tenho um sonho! Só tento pensar em coisa diferente das coisas que vivo agora. Eu tento encontrar força, e a busco do lado de dentro da janela. Já chutei minha latinha para longe, e joguei aquelas pedras amareladas lá dentro do rio. 
  As pessoas estão passando por aqui para irem embora para casa. Elas passam ao longe, apressadas. Acabaram de descer do trem e  agora atravessam a rua depressa. Ninguém parece me ver aqui. E os que veem, se desviam.
Algumas parecem ter voltado do trabalho. Outras devem ter voltado sem conseguir trabalho.  A  expressão no rosto delas não é das melhores. Deve ter sido um dia difícil. Vejo uma senhora, com uma criança de colo, contando moedinhas para pagar o ônibus. Um cadeirante é conduzido por alguém, no momento de atravessar essa avenida movimentada! Não vejo paz nos olhares.
 Puxa vida,  agora um idoso quase foi atropelado, bem na faixa de pedestre por uma moto que avançou o sinal bem ali na frente! O barulho da sirene do carro da polícia vem abrindo caminho, em alta velocidade perseguindo aquela moto. Eu não sei o que foi, mas  parece assaltantes em fuga.
 Eu estava cansado. De tanto observar tudo aquilo, minhas energias pareciam sugadas. Reclinei a cabeça no canto da porta de uma loja que acabou de fechar, depois de mais um dia de expediente. O último funcionário acabou de sair. Parecia ter medo de mim, ficou desconfiado. Passou rápido pela porta lateral falando ao celular, dando uma olhadela em minha direção; desarmou o alarme do carro, abriu a porta e foi embora.  
 Agora, exausto, eu fechei a minha porta sem nada comer, sem ninguém a me receber, a não ser eu mesmo; não sei se haverá quem se importe com isso. Talvez sim, talvez não. Três vezes  por semana vem um grupo aqui oferecer um sopão; eles falam de Jesus, me falam da luz, mas ainda não a vejo.  

O que eu quero, é que a noite passe logo e ver o dia amanhecer de novo, e que tudo o que vivo por aqui, seja apenas um sonho ruim.
 Eu fechei a minha porta agora, porque tem gente que acha que sou louco, mas o que eu quero é compartilhar um pouco do que sinto, do que acho, do que quero, do que imagino...Lá do lado de fora, há muita coisa confusa. 
Mas agora, estou fechando as janelas também. Ninguém mais entra por elas. Ninguém poderá abri-las, a não ser a minha própria vontade. Fechei as frestas da luz que ainda restam por aqui e que me furtam a  minha intensa e tão linda imaginação. Aqui do lado de dentro tem luz, mas do lado de fora, ninguém pode ver o que vejo agora!
 Aqui do lado de dentro, tudo é de verdade. Ninguém diz sim, quando quer dizer não; ninguém vende a consciência por um pedaço de pão; as pessoas são realmente aceitas do jeito que elas são; não existe cortesia somente para agradar. Por isso, aqui dentro onde estou agora, ninguém fala em diferença, em preconceito, em raça, em cor, porque tudo é perfeito, sem emendas ou rasuras; tudo se completa de verdade, sem arranjos. Porque todos são realmente iguais, aqui, dentro de minhas janelas!
     As crianças brincam na rua, sem medo dos carros, nem dos moços, nem dos velhos; correm, pulam e não se machucam; tem banho, tem comida, tem escola, tem lazer, prazer e sonho. Seus pais não se preocupam: daqui a pouco elas voltam para casa!
 Suas casas não tem grades nas janelas,  nem câmeras de segurança, porque  tudo ali é seguro. Elas  tem cobertores bem quentinhos, um sorriso, uma oração; um beijo, um queijo quente, um pai presente, uma mãe amorável! Enquanto estou com as janelas fechadas, eu me vejo nessas crianças, me transporto nas asas da imaginação. Eu poderia ser como uma delas, mas estou aqui, com as janelas fechadas, sonhando!
                                                                                           
Quando abro a porta para dizer o que vejo, dizem que estou delirando...
  Aí, de novo, novo fecho a porta e as minhas janelas. Sinto a minha respiração. Ouço o raro cantar dos passarinhos que voam por aqui; os ruídos dos carros do lado de fora, aos poucos vão sumindo, os latidos dos cachorros, vozes e ruídos dos calçados daqueles que por aqui passam...
 Agora, estou num lugar diferente. Caminho lentamente pelas ruas,  ando sempre para frente. Não quero voltar.  O guarda da esquina me dá um sorriso, se achega e pergunta: 
 -De  que precisa, menino?
-Não preciso de nada, só estou dando uma olhada!
 Eu caminhava sozinho, mas não me cansava. Não vi mendigos nas praças e calçadas. Crianças abandonadas? Que nada! Os idosos que encontrava me olhavam sorridentes, pareciam bem contentes, sem bengalas nas mãos.
                   As vezes me dava vontade de abrir as janelas para ver o lado de fora, mas não tinha coragem. Lá fora tudo me assustava, me causava medo, espanto e pavor.  Do lado de dentro, era tudo calmo, tranquilo, diferente. Assim, preferia manter minhas janelas bem fechadas.
                      Do lado de dentro, o ar era puro; ninguém tinha medo do escuro porque a luz irradiava por todos os lados, refletindo em cantos dourados...
                                           
 Do lado de cá das janelas, eu não ouvia gemidos, nem choro; nem imagens de horrores nos corredores da dor  dos noticiários da televisão. Televisão? Lá, eles não tinham nada mais a dizer! Denúncias, não faziam sentido; fofocas e novelas não davam audiência! Por dinheiro ninguém matava, ninguém morria. Ninguém esnobava. Quem para isso ligava? Eram todos iguais.
 Por uma carteira ninguém era preso; ninguém prendia, ninguém soltava. Por justiça, ninguém lutava, todos viviam; porque todos aprenderam falar a linguagem do amor e da fraternidade.  Mas por que não acreditam no que eu vejo? Se do lado de cá posso ver tudo de novo acontecendo e, a cada dia, algo bom se fazendo...
                        Mas não estamos todos do mesmo lado? É que nem todos tem bom grado pra fazer tudo mudar. Se o que é bom pensamos, o que é bom façamos! Se tudo é possível aqui, é possível lá, porque lá e aqui, será o mesmo lugar!
Se eu pudesse, traria todos para cá, pegando-os pelas mãos e adentrando-os em minhas janelas, mas quem aceitará?  Assim, o lado de cá da janela, seria também o lado de lá, de verdade!
Quando eu abrir a minha porta outra vez, eu quero gritar, bem alto para todos que ouvem: se eu consigo imaginar, é possível viver. Tudo o que preciso já existe. Seja lá dentro ou aqui fora. Basta pôr as mãos em obra. O que se planta ainda nasce; o que se faz é o que  acontece. E há quantos ainda plantando vento e colhendo tempestade. Quero plantar amor para florescer a caridade.
                    Mas as luzes de fora, tentam apagar o que se passa do lado de cá das minhas janelas. E muitos ainda vivem dizendo:
                   -Cai na real, cara! Tem que matar pra não morrer; tem que roubar para viver; tem que mentir para crescer! Não é assim que funciona?
São luzes gritantes, são trabalhos constantes de muitos relutantes, brigando sem saber contra o que lutar!
                   Quem é o algoz? Já ouviu sua voz?
 Do lado de lá, eu entro em “parafuso”  por  discursos  difusos,  que de muitos esfriam a vontade de viver, vencer; de fazer diferente, de pensar em mudança que começa do lado de dentro.

-Não adianta fazer nada. Tudo é assim mesmo! – ainda dizem.

               Mas para que desejar? Para que sonhar se não praticar? Eu não posso viver sozinho do lado de cá das janelas num mundo ideal, sem torná-lo real... 
Vejo que não posso convencer. Quando mergulho aqui dentro, vejo tudo diferente, que do lado de lá, pode tornar-se permanente. Há alguém que acredite?Agora farei diferente. Não abrirei mais a porta. Não gritarei  aos outros sobre tudo o que vi.  Sairei pelas janelas para começar a agir.
Foi um sonho que vivi? Sim, mas agora eu preciso ir. Eu vou me levantar. Vou sair daqui! O que eu sonho é possível. O que eu preciso para alcançá-lo já existe. Está tudo aqui, e começa agora. Estou me levantando, eu preciso ir, para continuar!
Quero ser bom para mim mesmo e que, o que eu fizer, seja bom para todos ao meu redor.
  
                  Exercitar a paciência, agir com coerência, multiplicando minha crença em algo melhor existe. Eu já começo ver. Estou indo ao seu encontro. Tudo o que preciso, está aqui, do lado de dentro. Estou abrindo as janelas, deixo voar meus pensamentos, ganhando formas e cores, odores e sabores, porque a vida que imagino é assim, e para mim assim será. Estou voando pelas janelas, ganhando o mundo, construindo a minha vida, trazendo para mim o futuro que ontem a noite passou por aqui!